quinta-feira, 12 de junho de 2008

Amor em tempos de mudanças de paradigmas!

O amor sempre foi pouco expressado, na sua plenitude, nas relações no mundo ocidental. Historicamente papéis para cada gênero são determinados através de divisão de tarefas sexual, vez que o casamento, por exemplo, um contrato a princípio de deveres e direitos solidários, escamotearia uma divisão de classes. Então no lugar desta viceja a do sexo por meio de tarefas: as da casa por conta da mulher as do mundo produtivo a cargo do homem. Embora a industrialização tenha trazido para o proscênio a visibilidade feminina esta não se dá de maneira autônoma, mas subordinada a um rigidez de dominação masculina.
Assim, os casamentos são feitos com base na atração sexual e não na vivência entre um ser e outro, posto que o trabalho, lócus onde mais vivemos o dia-a-dia, não é, de modo geral, compartilhado entre casais, salvo a seara doméstica. Países de cultura anglo-saxônica já têm nas suas matrizes de formação básica matérias e disciplinas que se notabilizam em colocar o espaço doméstico como mais um lugar de trabalho universal, onde homens e mulheres respondem igualitariamente pelas tarefas do cotidiano.
Entretanto, estou neste texto tentando responder a uma indagação que aflige homens e mulheres: por que ao longo do tempo casais perdem a atração sexual e, subjacente, em muitos casos o amor, a amizade e o respeito recíprocos. Bem, creio que a resposta dessa inquirição esteja na nossa pouca maturidade para escolher parceiros, ou por outro, no engodo que o élan sexual nos faz “cair” quando jovens, aqui nesse caso um termo que explica em inglês melhor que na língua lusitana: “fall in love”.
A nossa seletividade não alcança o escopo da produção; não sabemos como o outro responde à maneira como pensamos e construímos conhecimento, enfim como tacitamente respondemos aos impulsos da criação. Cabe para deslinde uma subdivisão: o trabalho onde a incidência onde as tarefas dos casais são semelhantes e realizadas por estes é fator decisivo na manutenção da chama do amor.
Assim casais como saltimbancos, “hippies”, tendem a se tornar mais íntimos, parceiros que outros. O problema maior incide em casais cujas tarefas são diferentes. Refiro-me a casais no qual um dedica-se à ação cognitiva e outro à lide operativa, pode ser até mesmo o trabalho de professor, pois esse ao longo do tempo tende a se tornar monótono. Esses último desgastam com o passar dos anos.
A nossa vontade de compartilhar de sentir o olhar do parceiro para além dos nossos atributos sexuais e emocionais aumenta, aqui no caso o lado do ser mais cognitivo. Queremos que o outro “viva” conosco as nossas fantasias e criações.
Desconheço o autor.

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