quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Lenda da Colher de Cabo Comprido

Conta uma lenda que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno.

Foram primeiro ao inferno. Ao abrirem uma porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão com uma substanciosa sopa e a sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas.
Cada uma delas segurava uma colher de cabo muito comprido que lhes possibilitava alcançar o caldeirão, mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca. O sofrimento era grande.
Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu.
Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados. Não havia fome, nem sofrimento.
"Eu não compreendo", disse o homem a Deus: Por que aqui as pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?”. Deus sorriu e respondeu: "Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros."

Moral: Temos três situações que merecem profunda reflexão:
1. Egoísmo: as pessoas no "inferno" estavam altamente preocupadas com a sua própria fome, impedindo que se pensasse em alternativas para equacionar a situação;

2. Criatividade: como todos estavam querendo se safar da situação caótica que se encontravam, não tiveram a iniciativa de buscar alternativas que pudessem resolver o problema;

3. Equipe: se tivessem o espírito solidário e ajuda mútua, a situação teria sido rapidamente resolvida.

Conclusão: Dificilmente o individualismo consegue transpor barreiras. O espírito de equipe é essencial para o alcance do sucesso. Uma equipe participativa, homogênea, coesa, vale mais do que um batalhão de pessoas com posicionamentos isolados. Isso vale para qualquer área de sua vida.
E lembre sempre: A alegria faz bem à saúde, estar sempre triste é morrer aos poucos.



terça-feira, 22 de setembro de 2009

Síndrome de Münchhausen

O hábito arraigado de mentir fantasticamente pode refletir um Transtorno da Personalidade que alguns autores chamam de “pseudologia fantástica”, que seria caracterizado por uma compulsão a fantasiar uma vida fictícia para causar grande mobilização e perplexidade em outras pessoas (Catalán, 2006), outros autores denominam de Síndrome de Münchhausen.


Nesta síndrome a pessoa não suporta a idéia dela ser comum, normal, trivial... Não. Ela tem que ser super especial, tem que ter peculiaridades completamente excepcionais e fantásticas. Essa inclinação impulsiva para a mentira reflete uma grande vontade em ser admirado, de ser digno de amor e consideração pelos demais, conseqüentemente reflete uma grande insatisfação com a real e medíocre condição existencial.

A Síndrome de Münchhausen é relativamente rara, de difícil diagnóstico, e caracterizada pela fabricação intencional ou simulação de sintomas e sinais físicos ou psicológicos sempre de natureza fantástica em um filho ou em si próprio, levando a procedimentos diagnósticos desnecessários e potencialmente danosos. Há sempre uma fraude intencional nessa síndrome.

Em 1951, Asher idealizou o termo Síndrome de Münchhausen para descrever os pacientes que produziam e apresentavam intencionalmente sintomas físicos para receber tratamento médico e hospitalar freqüente. Uma das características associadas mais freqüente era a mentira patológica, juntamente com uma vasta história de atendimentos médicos e internações hospitalares.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A casa das 11 janelas - Belém/PA

A Casa das Onze Janelas ou Palacete das Onze Janelas é um edifício histórico da cidade brasileira Belém do Pará. Trata-se de um ponto turístico da cidade de Belém, construída no século XVIII, por um rico senhor do engenho chamado Domingos da Costa Barcelar, afim de ser sua mansão.

Em 1768, tornou-se um hospital militar graças ao governo do Grão-Pará (Atual Belém). A partir de 1870, a casa teve funções militares, até 2001, quando foi comprado pelo governo de Almir Gabriel para servir como ponto turístico. Hoje a casa é um dos maiores pontos turísticos do estado do Pará.

Atualmente funciona nela uma casa noturna com várias ambiências e diferentes gêneros de música para agradar a gostos variados e mesclar o público.
A parte dos fundos dá para a Baia de Guajará. Podemos apreciar a vista, o vento e um delicioso chopp na noite paraense, nesta casa muito exótica - a Casa das Onze Janelas.

VIGOREXIA

A adicção ou dependência ao exercício, também chamada de Vigorexia ou Overtraining, em inglês, é um transtorno no quais as pessoas realizam práticas esportivas de forma continua com uma valorização praticamente religiosa (fanatismo) ou a tal ponto de exigir constantemente seu corpo sem importar com eventuais conseqüências ou contra-indicações, mesmo medicamente orientadas.

É bastante curioso observar como as patologias mentais ou, no mínimo, os sintomas mentais evoluem e se transformam ao longo do tempo ou entre as diversas culturas, mostrando-se sensíveis às mudanças sócio-culturais. Observa-se que a prevalência das Doenças Mentais está absolutamente associada a uma época determinada e a determinados valores culturais.

A Vigorexia está nascendo no seio de uma sociedade consumista, competitiva, frívola até certo ponto e onde o culto à imagem acaba adquirindo, praticamente, a categoria de religião. A Vigorexia e, em geral os Transtornos Alimentares exemplificam bem a influência sociocultural na incidência de alguns transtornos emocionais.


A VIGOREXIA (Síndrome de Adônis), por exemplo, é um quadro bastante complexo e que tem chamado à atenção dos especialistas. Sabe aquele seu amigo “marombeiro”, “bombado” que usa anabolizantes e que está parecendo um touro de tão inchado e deformado? Pois é…isso PODE ter vigorexia.
 
Vigorexia (overtraining em inglês), ou transtorno dismórfico muscular, ocorre quando o volume e a intensidade de exercício físico praticado por um indivíduo excede a sua capacidade de recuperação, e pode-se somar ao fato de apresentar uma auto-imagem um tanto distorcida, em quadro psicologicamente patológico.

Indivíduos acometidos desta síndrome (também chamada de Síndrome de Adônis), são pessoas que mesmo fortes fisicamente, ao se vizualizarem em espelhos, por exemplo, se sentem fracos, de maneira similar aos acometidos de anorexia, que ao se vizualizarem, sempre consideram-se gordos.

Acomete predominantemente indivíduos do sexo masculino, mas também se evidencia em indivíduos do sexo feminino, e em ambos os casos, predominantemente associado a prática de musculação e ao fisiculturismo, embora deva-se destacar, não necessariamente um fisiculturista seja acometido desta síndrome.

Deve-se assim separar o quadro do indivíduo que é acometido de tal comportamento em dois grupos, ou quadros: o do indivíduo que pratica exercícios de qualquer tipo exageradamente, do indivíduo que, além disso, ou inclusive em detrimento de fazer-se exercícios exageradamente, jamais se contenta com seu volume corporal, com enfoque na massa/volume muscular. Exemplificando, um indivíduo pode ter obsessão pela prática de exercícios, como a corrida ou a natação, levando-o ao "sobre-treinamento" (overtraining), mas não apresentando uma obsessão pelo volume muscular, para o que inclusive exercícios aeróbicos são inadequados e improducentes. Por outro lado, os obcecados por volume muscular podem passar a se exercitar adequadamente com vistas ao volume muscular, mas somarem a excessiva ingestão de suplementos alimentares e mesmo anabolizantes de diversos tipos, além de outras substâncias com as mesmas finalidades, inclusive com o abandono e até desprezo por qualquer acompanhamento médico adequado ou mesmo coerente com as prescrições farmacológicas da literatura.

Esteróides anabolizantes sintéticos são medicamentos potentes, destinados a imitar a função da testosterona, permitindo um crescimento muscular ainda melhor do que a própria testosterona pode oferecer.



Segundo uma matéria do site americano Life Lane, longe de ser seguro, principalmente pelos efeitos colaterais nocivos, os esteróides vem se consolidando como a forma mais rápida de se conseguir massa muscular. Mas, embora traga satisfação visual, os efeitos devastadores dos esteróides falam mais alto, por isso é comum encontrarmos praticantes de musculação com acne no rosto, tórax e dorso, com humor modificado e aumento da agressividade e irritabilidade.

Existem várias causas para este fenômeno. Uma delas está no fato dos garotos quererem ficar tão musculosos quanto os veteranos do local. Já as garotas almejam ter a silhueta esbelta das mulheres. Quando viram obsessão, esses desejos prejudicam a saúde, causam transtornos psíquicos e até levam ao caminho das drogas. Ao freqüentarem esses ambientes de culto ao físico, os adolescentes têm de tomar cuidado para não entrar numa espiral de neuroses.

Os garotos que praticam musculação são suscetíveis a um transtorno psíquico conhecido como vigorexia. Apesar de musculoso, o rapaz se olha no espelho e acha que está flácido. Isso leva ao ganho exagerado de massa muscular e à tentação dos anabolizantes. O contrário disso – a obsessão de perder peso – não é um perigo menor.


Veja algumas conseqüências do uso dos esteróides:
- Altas dosagens de esteróides podem desenvolver câncer.

- Em homens e mulheres de qualquer idade: aparecimento de tumores (câncer) no fígado, perturbação da coagulação do sangue, alteração no colesterol, hipertensão, ataque cardíaco, acne, oleosidade do cabelo e aumento de agressividade que pode manifestar-se em brigas.

- Mulheres e adolescentes: aparecimento de sinais masculinos como engrossamento da voz, crescimento excessivo de pelos no corpo, perda de cabelo, diminuição dos seios, pelos faciais (barba).

- Homens e adolescentes: redução da produção de esperma, impotência, dificuldade ou dor em urinar, calvície e crescimento irreversível das mamas (ginecomastia).

- Em pré-adolescentes e adolescentes de ambos os sexos: finaliza, prematuramente, o crescimento deixando-os com estatura baixa para o resto de suas vidas.

- Usuários que injetam esteróides anabolizantes com técnicas inadequadas e não estéreis (livre de contaminação), ou dividem agulhas contaminadas com outros usuários, correm o risco de contrair infecções como HIV, hepatite B e C. Há ainda, o problema com preparações ilegais dessas drogas, as quais são elaboradas em condições não estéreis colocando em risco os que as utilizam.

Fonte: PsiqWeb

Transtorno Dismórfico Corporal e Muscular





Muitos são os pais que se esforçam, em vão, para convencer seus filhos adolescentes de que eles não são tão magros e raquíticos como acreditam, ou que não têm o nariz tão enorme como se vêem, que as espinhas não são tão deformantes como eles reclamam... Os adolescentes, entretanto, não acreditam em nenhum desses argumentos, mesmo se forem ditos por centenas de pessoas... eles continuam diante do espelho reclamando suas “deformidades”. Podem ser portadores de Transtorno Dismórfico Corporal.


Na Anorexia Nervosa, e quase sempre na Bulimia, há também uma deformação da imagem corporal. A pessoa se vê muito mais gorda do que é de fato, não acredita nas pessoas que dizem-lhe o contrário. Portadores de Anorexia costumam ver gordurinhas e dobrinhas que, ou não existem, ou são fisiológicas e normais em todas as pessoas. Isso é também uma espécie de Transtorno Dismórfico Corporal, onde a crença de estar gordo tem características delirante, ou seja, são irremovíveis pela argumentação lógica (foto, balança, opiniões).

Pacientes com Transtorno Dismórfico Corporal sofrem de idéias persistentes sobre o modo como percebem a própria aparência corporal, portanto, é muito comum que entre pessoas com Transtorno Dismórfico Corporal, tenha aquelas portadoreas de Vigorexia, que é o Transtorno Dismórfico Muscular.

Choi, Pope e Olivardia definiram essa forma de Transtorno Dismórfico Corporal, o Transtorno Dismórfico Muscular, sinônimo da Vigorexia, ou seja, uma síndrome onde as pessoas, geralmente homens, independentemente de sua musculatura (embora normalmente sejam bem desenvolvidos), têm uma opinião patológica a respeito do próprio corpo, acreditando terem uma musculatura muito pequena, fraca e frágil.

Os pensamentos persistentes sobre “defeitos” na aparência corporal são praticamente delirantes, além de intrusivos à consciência, difíceis de resistir e em geral acompanhados por compulsões rituais de olhar-se no espelho constantemente, eles não são acompanhados de nenhuma crítica por parte do paciente.

Essas idéias obsessivas sobre defeitos no próprio corpo são muito semelhantes aos pensamentos obsessivos dos pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo, e em geral são egodistônicas, ou seja, estão em desacordo com o gosto da pessoa, portanto, fazem a pessoa sofrer.

No Transtorno Dismórfico Corporal são mais comuns as queixas que envolvem defeitos faciais, como por exemplo, em relação à forma ou tamanho do nariz, do queixo, calvície, etc. As queixas geralmente envolvem falhas imaginadas ou, se existem são bem mais leves que o paciente imagina, na face ou na cabeça, tais como perda de cabelos, acne, rugas, cicatrizes, marcas vasculares, palidez ou rubor, inchação, assimetria ou desproporção facial, ou pêlos faciais excessivos.

Outras preocupações comuns incluem o tamanho, a forma ou algum outro aspecto do nariz, dos olhos, pálpebras, sobrancelhas, orelhas, boca, lábios, dentes, mandíbula, queixo, bochechas ou cabeça. Não obstante, qualquer outra parte do corpo pode ser o foco de preocupação do paciente, inclusive podem envolver outros órgãos ou funções, como por exemplo, preocupação com o cheiro corporal que exalam, mau hálito, odor dos pés, etc. Embora a queixa seja freqüentemente específica, algumas vezes pode ser vaga e alguns pacientes podem apenas se queixar de uma “feiúra” geral.

Sendo assim, o Transtorno Dismórfico Corporal costuma estar presente na Vigorexia (sinônimo de Transtorno Dismórfico Muscular). Há ainda co-morbidade do Transtorno Dismórfico Corporal e/ou do Transtorno Dismórfico Muscular, com outros quadros psiquiátricos, tais como Fobia Social, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Depressão e quadros delirantes.

A co-morbidade do Transtorno Dismórfico Corporal poral com Depressão e Ansiedade chega a 50% dos casos, especialmente com quadros de ansiedade tipo Pânico. De fato, alguns autores (Grant, 2002) acham que o Transtorno Dismórfico Corporal raramente aparece sem alguma comorbidade.

Com o Transtorno Obsessivo-Compulsivo clássico, Fobia Social e Anorexia Nervosa a comorbidade também é alta, em torno de 40%. Pacientes com Transtorno Dismórfico Corporal em geral são perfeccionistas e podem ter traços de personalidade obsessivos ou esquizóides. Sendo as idéias sobre as deformidades corporais de natureza obsessiva, pode haver também um comportamento compulsivo.

No caso da Vigorexia os exercícios excessivos são compulsivos, mas também a compulsão pode se manifestar através de freqüentes verificações diante do espelho, cansativos exames do suposto “defeito” que podem consumir várias horas do dia. Os pacientes freqüentemente pensam que os outros podem estar observando com especial depreciação sua suposta deformidade, talvez comentando a respeito dela ou ridicularizando-a.

Critérios de diagnósticos para F45.2 (CID.10) ou 300.7 (DSM.IV) do Transtorno Dismórfico Corporal


A. Preocupação com um imaginado defeito na aparência. Se uma ligeira anomalia física está presente, a preocupação do indivíduo é acentuadamente excessiva.

B. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

C. A preocupação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (por ex., insatisfação com a forma e o tamanho do corpo na Anorexia Nervosa).

Atualmente o Transtorno Dismórfico Corporal é considerado uma doença específica e autônoma pelas classificações internacionais. Apesar disso, desde o final da década de 90, Hollander e cols. acertadamente observam a forte interseção desse quadro com o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e, assim, sugerem sua inclusão no chamado Espectro Obsessivo-Compulsivo.
 
Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo

1.- Transtorno Obsessivo-Compulsivo
2.- Transtorno Dismórfico Corporal

3.- Transtornos Alimentares
3.1- Vigorexia
3.2- Anorexia
3.3- Bulimia

4.- Transtorno do Controle dos Impulsos
4.1- Tricotilomania
4.2- Transtorno de Tique
4.3- Síndrome de Toureute
4.4- Sexo Compulsivo
4.5- Jogo Compulsivo
4.6- Piromania
4.7- Compulsão para Compras
4.8- Compulsão à Internet

Incidência


Os transtornos derivados da excessiva preocupação com o corpo estão se convertendo em uma verdadeira epidemia. Desejar com muito ardor uma imagem perfeita não significa sofrer de uma doença mental, mas aumenta as possibilidades de que este transtorno emocional apareça. Ainda que haja hipóteses biológicas para o Transtorno Dismórfico Corporal, como por exemplo, eventuais alterações nos desequilíbrios nos níveis de serotonina e outros neurotransmissores cerebrais, não cabem dúvidas de que os fatores sócio-culturais e educativos têm uma grande influência em sua incidência.

O Transtorno Dismórfico Corporal parece ser diagnosticado com freqüência aproximadamente igual em homens e mulheres, iniciando-se em geral na adolescência de forma gradual ou súbita e seu curso é flutuante e crônico. Porém, os portadores do tipo Vigorexia (Transtorno Dismórfico Muscular) são, em sua maioria, homens entre 18 e 35 anos, os quais começam a dedicar demasiado tempo (entre 3 e 4 horas diárias) as atividades de modelação físicas, resultando em algum tipo de prejuízo sócio-ocupacional.

A idade de início mais comum do Transtorno Dismórfico Corporal também é no final da adolescência ou início da idade adulta. A média de idade está em torno dos 20 anos, não sendo raro que o diagnóstico seja feito mais tardiamente.

Segundo dados de Pope, entre 9 milhões de norte-americanos que freqüentam academias de ginástica, existe perto de um milhão de pessoas afetadas por um transtorno de ordem emocional que os impede ver-se como são na realidade, e normalmente esse transtorno é o Transtorno Dismórfico Corporal (ou Muscular).

Uma das conseqüências do Transtorno Dismórfico Corporal é a esquiva das atividades costumeiras, a qual pode levar a um extremo isolamento social e resultar, em casos graves, no abandono do trabalho ou da escola. Também há dificuldades em fazer amizades e iniciar ou manter relacionamentos amorosos.

Ideação suicida ou suicídio consumado também podem ocorrer, assim como repetidas hospitalizações. Além disso, esses pacientes freqüentemente buscam e recebem tratamentos médicos gerais, dentários e cirúrgicos para a correção de imaginados defeitos. Esses tratamentos mal indicados costumam piorar o transtorno, levando a uma intensificação ou novas preocupações, as quais podem resultar em procedimentos mal sucedidos adicionais.

Causas

Ainda que não se tenham dúvidas sobre a importância do elemento sociocultural no desenvolvimento e na incidência da Transtorno Dismórfico Muscular, também parece que a patologia está relacionada com desequilíbrios de diversos neurotransmissores do sistema nervoso central, mais precisamente da serotonina.

A causa do Transtorno Dismórfico Corporal também é desconhecida, embora existam relatos de algum envolvimento orgânico em casos que tiveram início pós-encefalite ou meningite. Isso reforça a hipótese de envolvimento ou disfunção dos gânglios da base nestes quadros. Essa mesma hipótese tem sido emprestada ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo e outros transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo.


Hollander e cols. sustentam que os transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo, do ponto de vista orgânico, seriam relacionados à hiperfrontalidade e aumento da atividade serotoninérgica influindo nas desordens compulsivas e, por outro lado, hiperfrontalidade e baixa atividade serotoninérgica pré-sináptica com desordens impulsivas. Isto explicaria a boa resposta desses transtornos aos antidepressivos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS).

Também para Pope, pode-se recorrer a fármacos que atuem sobre os neurotransmissores para o tratamento dessa doença. A própria resposta positiva dos medicamentos bloqueadores seletivos da recaptação de serotonina tem sugerido que os sintomas de Transtorno Dismórfico Corporal estejam relacionados à função da serotonina. Existem relatos de exacerbação dos sintomas do quadro com o uso de maconha, que também tem ação serotoninérgica.

Entretanto, a psicoterapia é fundamental e deve ser, preferencialmente, comportamental e cognitiva. O objetivo é modificar a conduta da pessoa, recuperando sua autoestima e superando o medo do fracasso social.

Fonte: Ballone GJ, Moura EC - Transtorno Dismórfico Corporal e Muscular - in. PsiqWeb Internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2008.


Auto Imagem e Dismorfia

"Dismorfia é o termo usado para designar a discrepância ou diferença entre aquilo que a pessoa acredita ser (em termos de imagem corporal) e aquilo que realmente é.



Estudos* realizados em três países sobre a imagem que os homens teriam deles próprios, sobre a imagem que achariam ideal para si e sobre a imagem que acreditam que as mulheres preferem. Os resultados mostraram que a escolha do corpo ideal foi em média de, aproximadamente, 13 quilos a mais de massa muscular do que eles tinham.

Também estimaram que as mulheres prefeririam um corpo masculino aproximadamente 14 quilos de massa muscular a mais do que eles tinham. Em um estudo piloto paralelo, entretanto, os autores encontraram que as mulheres preferiram, de fato, um corpo masculino comum e sem os músculos adicionais que os homens pensavam ser necessários.

Como conclusão, Pope atestou a grande discrepância entre o estado real e o ideal muscular dos homens, ajudando assim a explicar a aparente ascensão de distúrbios tais como o Transtorno de Dismorfia Muscular, relacionado ao abuso de esteróides anabolizantes.

Segundo Mariangela Gentil Savoia, o Transtorno Dismórfico Corporal é um novo nome para uma velho transtorno. Segundo Warwick (1996), tem sido descrito nas literaturas européia e japonesa por uma variedade de nomes, sendo o mais comum dismorfofobia, termo utilizado por Morselli pela primeira vez há 100 anos (1886). Embora esse termo seja usado de diferentes maneiras, é definido como um sentimento de feiúra ou defeito físico que o paciente percebe a despeito de sua aparência normal.

O termo dismorfia é uma palavra grega que significa feiúra, especialmente na face. A primeira referência aparece na história de Herodutus, no mito da garota feia de Esparta, que era levada por sua enfermeira, todos os dias, ao templo para se livrar da sua falta de beleza e atrativos.

A classificação de Kraeplin, em 1909, (considerava a Dismorfia Corporal) como uma neurose compulsiva; de Janet, em 1903, como obsessão com a vergonha do corpo, enfatizando a extrema vergonha dos indivíduos que se sentiam feios e ridículos; de Jahrreiss, em 1930, como hipocondria da beleza, e de Stekel, 1949, que escreveu sobre um grupo peculiar de idéias obsessivas que as pessoas apresentam a respeito de seu próprio corpo.

Embora sua presença seja clara na literatura européia, a dismorfofobia não apresenta na CID - Classificação Internacional de Doenças (1993) -, uma categoria nosológica, estando inclusa na categoria da hipocondria.
O Transtorno Dismórfico Corporal é caracterizado pela preocupação com um imaginado defeito na aparência. Se uma ligeira anomalia física está presente, a preocupação do indivíduo é acentuadamente excessiva. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo" Veja o trabalho todo

*- Phillips, K.; McElroy, S.; Hudson, J.; Pope, H. - Body dismorphic disorder: an obsessive-compulsive spectrum disorder, a form of affective spectrum disorder, or both? - Journal Clinical Psychiatric 56 (suppl 4): 41-50, 1995.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Opção Somática das Emoções

É no Sistema Límbico que tem início nossa função avaliadora da situação, dos fatos e eventos de vida. Esse modo de avaliação sempre leva em consideração vários elementos, tais como, a personalidade prévia, a experiência vivida, as circunstâncias atuais e as normas culturais.

É devido a esse aspecto multifatorial que uma dada situação vivida pelo indivíduo sofrerá um processamento interno envolvendo sua avaliação quanto à natureza do evento e sua possível ameaça, bem como um processamento interno acerca da escolha ou decisão da melhor maneira de enfrentamento, resultando, finalmente, numa dada resposta. Tanto os fatores constitucionais de personalidade, quanto as experiências anteriores de vida representariam o núcleo desse sistema de avaliação.
Desde a década de 60, Selye já dizia que a "preferência" de um agente estressor por um determinado órgão ou sistema, bem como a intensidade dessa resposta, parece ser determinada por fatores condicionantes internos e externos ao indivíduo, ou seja, depende de características herdadas e adquiridas.
De acordo com esse aspecto extremamente pessoal da resposta do sujeito ao objeto estresse, podemos entender porque diante de situações semelhantes, os diversos indivíduos reagirão de forma diferente. Isso refletirá sempre o modo peculiar de cada um avaliar as situações, e o que é estressante para um, pode não ser para outro.
Da mesma forma, também o modo de enfrentar cada situação é peculiar e particular a esse determinado indivíduo, conforme sua história, circunstâncias, aptidões e personalidade. Essas aptidões personais (de personalidade) são quem nos oferece maiores ou menores "opções" de enfrentamento da situação.
E a palavra "opções" foi colocada entre aspas por tratar-se de uma atitude intencional e involuntária. Pode-se dizer, então, que a opção mais elaborada de enfrentamento seria aquela de encarar a situação conscientemente, objetivamente, podendo falar sobre ela, discutir, refletir, superando-a conforme as características e os recursos à nossa disposição.
Quando não é possível encarar a situação objetivamente, seja porque o problema não está sendo consciente, seja porque faltam recursos disponíveis à personalidade, a tendência será lançar mão de outras formas mais atípicas de enfrentamento.
A forma mental de enfrentar a situação seria, por exemplo, fantasiar, racionalizar, negar, rezar. A maneira emocional atípica de enfrentamento seria deprimir-se, agredir, culpar os outros ou culpar-se, chorar, gritar. Outras atitudes de enfrentamento atípico, seriam isolar-se, exibir-se, brincar, arriscar-se, comer, beber, transar, fumar, trabalhar, tudo excessivamente e, finalmente, de particular interesse à psicossomática, surge uma maneira somática de enfrentamento, representada pelo adoecer.

Eis algumas "opções" de enfrentamento adotadas pela maioria das pessoas*:
1. Olhar o problema objetivamente.
2. Buscar alternativas para enfrentar a situação.
3. Falar sobre o problema.
4. Ter esperança de que as coisas melhorem.
5. Procurar apoio com familiares e amigos.
6. Agitar-se fisicamente.
7. Fumar, beber e usar drogas.
8. Comer e dormir em excesso.
9. Adoecer fisicamente.
10. Gritar e agredir.
11. Meditar e relaxar.
12. Isolar-se e ficar só.
13. Esquecer o problema.
14. Resignar-se.
15. Sonhar e fantasiar sobre o problema.
16. Rezar.
17. Ficar nervoso.
18. Preparar-se para o pior.
19. Deprimir-se.
20. Dedicar-se excessivamente ao trabalho.

*MELO FILHO J – Psicossomática Hoje – Artes Médicas, 1992

Para entendermos de forma mais clara, os processos da somatização devem ser considerados os tipos de resposta emocional resultante da avaliação que fazemos da realidade (e dos estressores) e nossos mecanismos pessoais e particulares de enfrentamento da situação. A escolha somática para eclosão das emoções parece depender de uma série de fatores ou mecanismos, desde os mais somáticos aos mais psíquicos.
Observando-se tanto os animais quanto as pessoas, notamos a presença de dois componentes no processo emocional de adaptação do sujeito às exigências da realidade. Existe o componente expressivo ou sinalizador e o componente comportamental ou de enfrentamento, propriamente dito.
As manifestações fisiológicas e/ou somáticas resultantes do estresse adaptativo, chamadas de somatizações, podem ser entendidas como uma forma não verbal de se expressar. E quanto menos eficientes são os mecanismos mentais ou cognitivos de sentir, falar e agir, mais o sistema somático será utilizado para expressar emoções. Isso significa que quanto mais "puras" forem as emoções, menos somáticas se tornarão.
A Síndrome Geral de Adaptação, descrita por Hans Selye e posteriormente identificada como o próprio estresse, é um conjunto de reações fisiológicas e eminentemente somáticas, de cunho sobretudo emocional, que surge quando o organismo é compelido adaptar-se à alguma situação alarmante. O processo que vai do estresse até o resultado somático final será sempre um processo fisiológico e biológico, atrelado às características da espécie mas, identificar ou considerar um estímulo como sendo estressante ou não, será sempre uma atribuição emocional e particular do sujeito (não mais e exclusivamente da espécie).
Na realidade, não será errado chamar o estresse de "extrema ansiedade", uma vez que é produto de uma avaliação emocional acerca do potencial estressante dos estímulos. Será de natureza ansiosa, na medida em que aparece cada vez que o organismo se percebe ameaçado em sua integridade. Podemos, então, afirmar que a ansiedade é um estado de tensão interna do indivíduo no sentido da adaptação, diante de algo que o ameaça.
A resposta ao estresse envolve um nítido componente somático e a localização dessa resposta neste ou naquele órgão, neste ou naquele sistema dependerá, primeiramente, da natureza e intensidade do agente estressante, em segundo, da participação da estrutura orgânica do indivíduo e, finalmente, da possível hipersensibilidade ou fragilidade constitucional que tornaria tal estrutura menos resistente.
Fonte: psiqweb

Manaus/AM

Manaus é a capital do maior estado do Brasil, o Amazonas. A cidade é a maior e mais rica cidade do Norte do Brasil e situa-se na confluência do rio Negro com o rio Amazonas, sendo uma das cidades brasileiras mais conhecidas mundialmente, principalmente pelo seu potencial turístico e por se encontrar no centro da fantástica Amazônia, a maior e mais cobiçada floresta tropical do planeta.
Surgiu em 1669 com o Forte de São José do Rio Negro. Foi elevada a Vila em 1832 com o nome de Manaus, que significa mãe dos deuses, em homenagem à nação indígena dos Manaós, sendo elevada a cidade no dia 24 de outubro de 1848 com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro. Somente em 4 de setembro de 1856 foi denominada Cidade de Manaus. Manaus ficou bastante conhecida no começo do século XX, na época áurea da borracha. Nessa época, Manaus começou a ser comparada com Paris, capital da França, e foi batizada carinhosamente como Paris das Américas ou Paris da América do Sul, Paris Brasileira e Paris dos Trópicos. Além desse título, Manaus é conhecida como Coração da Amazônia e Metrópole da Amazônia .
A história da colonização européia na região de Manaus começou em 1669, com um pequeno forte em pedra e barro, com quatro canhões guardando as cortinas. O Forte de São José da barra do rio Negro foi construído para garantir o domínio da coroa portuguesa na região, principalmente contra a invasão de holandeses, na época aquartelados onde hoje é o Suriname, função que desempenhou por mais que 114 anos. Próximo ao forte havia vários povos indígenas (Barés, Banibas, Passés Manaós), que ajudaram na sua construção e passaram a morar à sua volta.
A população cresceu tanto que para ajudar na catequese, em 1695 os missionários (carmelitas, jesuítas, mercedários e franciscanos) resolveram erguer uma capela, próxima ao forte com o nome de Nossa Senhora da Conceição, que foi adotada como a padroeira da cidade.
A Carta Régia de 3 de março de 1755, criou a Capitania de São José do Rio Negro, com sede em Mariuá (atual Barcelos, município próximo a Manaus), mas o governador Lobo D'Almada, temendo invasões espanholas, passou a sede novamente para o Lugar da Barra em 1791, por se localizar na confluência dos rios Negro e Amazonas, que era um ponto estratégico. A sede volta a Mariuá em 1799 e em 1808 passa definitivamente ao Lugar da Barra.
Em 13 de novembro de 1832, o Lugar da Barra passou a categoria de vila, com o nome de Vila de Manaus e em 24 de outubro de 1848, com a Lei 145 da Assembléia Provincial Paraense, adquiriu o nome de Cidade da Barra do Rio Negro. No dia 4 de setembro de 1856 o governador Herculano Ferreira Pena dá-lhe finalmente o nome de Cidade de Manaus.


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vitória-ES

Vitória é a capital do estado do Espírito Santo, e uma das três ilhas-capitais do Brasil (as outras são Florianópolis e São Luís). Está localizada na Região Sudeste. Situada a 20º19'09' de latitude sul e 40°20'50' de longitude oeste, Vitória limita-se ao norte com o município da Serra, ao sul com Vila Velha, a leste com o Oceano Atlântico e a oeste com Cariacica.


Com uma população de 320.156 habitantes[2], segundo estimativas de 2009 do IBGE, a cidade é a quarta mais populosa do estado (atrás dos municípios limítrofes de sua região metropolitana: Vila Velha, Serra e Cariacica) e integra uma área geográfica de grande nível de urbanização denominada Região Metropolitana da Grande Vitória, compreendida pelos municípios de Vitória, Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana e Vila Velha.

Vitória é cercada pela Baía de Vitória, é uma ilha de tipo fluviomarinho, e é formada por várias ilhas, inclusive algumas a mais de 1100km da costa. Além da ilha principal, Vitória, fazem parte do município outras 34 ilhas e uma porção continental, perfazendo um total aproximado de 93,38 km². Originalmente eram 50 ilhas, muitas das quais foram agregadas por meio de aterro à ilha maior.

Entre as capitais do Brasil, Vitória possui o 3° melhor IDH e o maior PIB per capita.[5]

Vitória possui dois grandes portos, o porto de vitória e o Porto de Tubarão. Esses portos fazem parte do maior complexo portuário do Brasil, que inclui vários portos do estado, e são considerados os melhores (em qualidade) do Brasil.

A cidade administra a Ilha de Trindade e a Ilha de Martim Vaz, a 1100 km da costa, no meio do oceano, que são importantes bases meteorológicas por causa de sua posição estratégica, em área de dispersão de massas de ar.

A cidade é uma das menores do território Brasileiro, com área de apenas 93,381 km² e uma população de 317.817 habitantes. Além disso, 40% da área da cidade é montanhosa, ou seja, não é possível grande expansão no local. A cidade seria a menor do território do Brasil, se não fosse pela Ilha de Trindade e pela Ilha de Martim Vaz.
* Bar dos Cariocas

Aracajú-SE


Aracajú/SE - Uma cidade tranquila, limpa, arborizada, transito fácil, a única cidade do Brasil com transporte público totalmente integrada. Pena que as praias na capital estão poluidas.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Ser Diferente

                                           * Artur da Távola
Diferente não é quem pretenda ser. Esse é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente.
Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errados para os outros que riem de inveja de não serem assim.
O diferente nunca é um chato. Mas é sempre confundido por pessoas menos sensíveis e avisadas. Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados; vitórias, adiadas..... Esperanças, mortas.
Um diferente medroso, este sim, acaba transformando-se num chato. Chato é um diferente que não vingou. Os diferentes muito inteligentes percebem porque os outros não os entendem.
Diferente que se preza entende o porquê de quem o agride.
O diferente paga sempre o preço de estar - mesmo sem querer - alterando algo, ameaçando rebanhos, carneiros e pastores. O diferente suporta e digere a ira do irremediavelmente igual, a inveja do comum, o ódio do mediano.
O verdadeiro diferente sabe que nunca tem razão, mas que está sempre certo.
O diferente começa a sofrer cedo, já no primário, onde os demais, de mãos dadas, e até mesmo alguns adultos, por omissão, se unem para transformar o que é potencial em caricatura. O que é percepção aguçada em: "puxa, fulano, COMO VOCÊ É COMPLICADO".
O que é o embrião de um estilo próprio em: "você não está vendo como todo mundo faz?"
O diferente carrega desde cedo apelidos que acaba incorporando. Só os diferentes mais fortes do que o mundo se transformaram nos seus grandes modificadores.
Diferente é o que vê mais longe do que o consenso. O que sente antes mesmo dos demais começarem a perceber.
Diferente é o que se emociona enquanto todos em torno, agridem e gargalham.
É o que engorda mais um pouco; chora onde outros xingam; estuda onde outros burram. Quer onde outros cansam. Espera de onde já não vem. Sonha entre realistas. Concretiza entre sonhadores. Fala de leite em reunião de bêbados. Cria onde o hábito rotiniza. Sofre onde os outros ganham.
Diferente é o que fica doendo onde a alegria impera. Fala de amor no meio da guerra. Deixa o adversário fazer o gol, porque gosta mais de jogar do que de ganhar.
Os diferentes aí estão: enfermos, paralíticos, machucados, inteligentes em excesso, bons demais para aquele cargo, excepcionais, narigudos, barrigudos, joelhudos, de pé grande, de roupas erradas, cheios de espinhas, de mumunha ou de malícia .
Artur da Távola * Alma dos diferentes é feita de uma luz além. Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os pouco capazes de os sentir e entender. E....nessas moradas estão tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são CAPAZES.

sábado, 5 de setembro de 2009

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO

O que é assédio moral?

Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho.
A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho.
A reflexão e o debate sobre o tema são recentes no Brasil, tendo ganhado força após a divulgação da pesquisa brasileira realizada por Dra. Margarida Barreto. Tema da sua dissertação de Mestrado em Psicologia Social, foi defendida em 22 de maio de 2000 na PUC/ SP, sob o título "Uma jornada de humilhações".
A primeira matéria sobre a pesquisa brasileira saiu na Folha de São Paulo, no dia 25 de novembro de 2000, na coluna de Mônica Bérgamo. Desde então o tema tem tido presença constante nos jornais, revistas, rádio e televisão, em todo país. O assunto vem sendo discutido amplamente pela sociedade, em particular no movimento sindical e no âmbito do legislativo.
Em agosto do mesmo ano, foi publicado no Brasil o livro de Marie France Hirigoyen "Harcèlement Moral: la violence perverse au quotidien". O livro foi traduzido pela Editora Bertrand Brasil, com o título Assédio moral: a violência perversa no cotidiano.
Atualmente existem mais de 80 projetos de lei em diferentes municípios do país. Vários projetos já foram aprovados e, entre eles, destacamos: São Paulo, Natal, Guarulhos, Iracemápolis, Bauru, Jaboticabal, Cascavel, Sidrolândia, Reserva do Iguaçu, Guararema, Campinas, entre outros. No âmbito estadual, o Rio de Janeiro, que, desde maio de 2002, condena esta prática. Existem projetos em tramitação nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraná, Bahia, entre outros. No âmbito federal, há propostas de alteração do Código Penal e outros projetos de lei.
O que é humilhação?
Conceito: É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.
E o que é assédio moral no trabalho?
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.
Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o ’pacto da tolerância e do silêncio’ no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, ’perdendo’ sua auto-estima.
Em resumo: um ato isolado de humilhação não é assédio moral.
Este, pressupõe:
repetição sistemática
intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego)
direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório)
temporalidade (durante a jornada, por dias e meses)
degradação deliberada das condições de trabalho

Entretanto, quer seja um ato ou a repetição deste ato, devemos combater firmemente por constituir uma violência psicológica, causando danos à saúde física e mental, não somente daquele que é excluído, mas de todo o coletivo que testemunha esses atos.
O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do ’novo’ trabalhador: ’autônomo, flexível’, capaz, competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para a demanda do mercado que procura a excelência e saúde perfeita. Estar ’apto’ significa responsabilizar os trabalhadores pela formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da pobreza urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos trabalhadores um sofrimento perverso.
A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental*, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.
A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com diversos paises desenvolvidos. A pesquisa aponta para distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em países como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos. As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois segundo a OIT e Organização Mundial da Saúde, estas serão as décadas do ’mal estar na globalização", onde predominará depressões, angustias e outros danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na organização de trabalho e que estão vinculadas as políticas neoliberais.

(*) ver texto da OIT sobre o assunto no link: http://www.ilo.org/public/spanish/bureau/inf/pr/2000/37.htm
Fonte: BARRETO, M. Uma jornada de humilhações. São Paulo: Fapesp; PUC, 2000.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mulheres, não faça do trabalho a única razão de sua vida.


Segundo Lois Frankel, quando as mulheres deixam em segundo plano o que é importante para elas  e atendem às necessidades  do trabalho antes de tudo em geral existem duas razões para isso:
1- elas não tem motivo para voltar para casa;
2- ou não querem enfrentar o que as aguarda em casa.
Você deve a sua empresa um dia de trabalho honesto em troca de um pagamento diário, também honesto;
Você deve a sua empresa um limite razoável de horas extras (com ou sem pagamento);
Você, porém, não deve sua alma a empresa. Ou você pensa que quando morrer vai constar uma frase de reconhecimento em sua lápide, por exemplo: "Aqui jaz uma mulher que sempre colocou as necessidades da empresa na frente das suas!".
A crença de que é preciso renunciar a vida pessoal  para ter uma carreira de sucesso não passa de um equívoco promovido por mera falácia. Uma rotina de trabalho, sem lazer e sem calor humano, endurece e torna as pessoas insensíveis.
Pense duas vezes antes de cancelar um compromisso pessoal  por causa de trabalho quando o lazer lhe é permitido fora dele;
Nunca desmarque um programa combinado com sua família, exceto se seu emprego depender disto.  Mas, considere a possibilidade de procurar um trabalho que tenha valores familiares;
Cultive interesses fora da empresa. Crie uma razão para encerrar o trabalho de cada dia;
Por último o que você deseja que seja escrito em seu túmulo?
Observe se você não está workaholic, ou seja viciada em trabalho.