"Dismorfia é o termo usado para designar a discrepância ou diferença entre aquilo que a pessoa acredita ser (em termos de imagem corporal) e aquilo que realmente é.
Estudos* realizados em três países sobre a imagem que os homens teriam deles próprios, sobre a imagem que achariam ideal para si e sobre a imagem que acreditam que as mulheres preferem. Os resultados mostraram que a escolha do corpo ideal foi em média de, aproximadamente, 13 quilos a mais de massa muscular do que eles tinham.
Também estimaram que as mulheres prefeririam um corpo masculino aproximadamente 14 quilos de massa muscular a mais do que eles tinham. Em um estudo piloto paralelo, entretanto, os autores encontraram que as mulheres preferiram, de fato, um corpo masculino comum e sem os músculos adicionais que os homens pensavam ser necessários.
Como conclusão, Pope atestou a grande discrepância entre o estado real e o ideal muscular dos homens, ajudando assim a explicar a aparente ascensão de distúrbios tais como o Transtorno de Dismorfia Muscular, relacionado ao abuso de esteróides anabolizantes.
Segundo Mariangela Gentil Savoia, o Transtorno Dismórfico Corporal é um novo nome para uma velho transtorno. Segundo Warwick (1996), tem sido descrito nas literaturas européia e japonesa por uma variedade de nomes, sendo o mais comum dismorfofobia, termo utilizado por Morselli pela primeira vez há 100 anos (1886). Embora esse termo seja usado de diferentes maneiras, é definido como um sentimento de feiúra ou defeito físico que o paciente percebe a despeito de sua aparência normal.
O termo dismorfia é uma palavra grega que significa feiúra, especialmente na face. A primeira referência aparece na história de Herodutus, no mito da garota feia de Esparta, que era levada por sua enfermeira, todos os dias, ao templo para se livrar da sua falta de beleza e atrativos.
A classificação de Kraeplin, em 1909, (considerava a Dismorfia Corporal) como uma neurose compulsiva; de Janet, em 1903, como obsessão com a vergonha do corpo, enfatizando a extrema vergonha dos indivíduos que se sentiam feios e ridículos; de Jahrreiss, em 1930, como hipocondria da beleza, e de Stekel, 1949, que escreveu sobre um grupo peculiar de idéias obsessivas que as pessoas apresentam a respeito de seu próprio corpo.
Embora sua presença seja clara na literatura européia, a dismorfofobia não apresenta na CID - Classificação Internacional de Doenças (1993) -, uma categoria nosológica, estando inclusa na categoria da hipocondria.
O Transtorno Dismórfico Corporal é caracterizado pela preocupação com um imaginado defeito na aparência. Se uma ligeira anomalia física está presente, a preocupação do indivíduo é acentuadamente excessiva. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo" Veja o trabalho todo
*- Phillips, K.; McElroy, S.; Hudson, J.; Pope, H. - Body dismorphic disorder: an obsessive-compulsive spectrum disorder, a form of affective spectrum disorder, or both? - Journal Clinical Psychiatric 56 (suppl 4): 41-50, 1995.
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