* Dainir Feguri
Tanatologia é uma palavra de origem grega:
TANATHOS – o deus da morte e logia – ciência: “Ciência de Morte e do Morrer” – para aprender a bem viver. Thánatos é uma figura da mitologia grega que representa a morte. Ele teria o coração de ferro e as entranhas de bronze. Ele é o aspecto perecível e destruidor da vida e está presente em quase todos os ritos de passagem.
É preciso nos conscientizarmos da nossa finitude. É preciso aprender que não somos eternos. Que não somos donos de nada, a não ser dos nossos sentimentos e vontade. Tudo que temos é o agora. E quando falamos de perdas nos remetemos diretamente à questão do apego. É preciso confrontar com os nossos medos e mecanismos de defesa, para atribuir a si mesmo (a) o direito a arte de viver bem.
A realidade dos Prontos Socorros no Brasil demanda ser revista com urgência seus paradigmas e cultura na comunidade hospitalar. Este serviço é caracterizado por ser um trabalho intensivo, onde se exige dos funcionários alta produtividade em tempo limitado, agravado pelas condições inadequadas de trabalho, ambientais, equipamentos e processos.
A perpetuação do modus operandi dos profissionais da saúde favorece, no nível simbólico, a imagem de local de morte e de estágio último daqueles que são pelo sistema social e da dinâmica da saúde pública do atendimento de emergência.
O cidadão usuário do sistema não consegue perceber o pronto socorro como local de atendimento ao ser humano, mas de brutalidade no trato social, inerente no atendimento integral ao indivíduo que se encontra em risco de morte. No aspecto de visibilidade pública, os indicadores mostram que a repercussão social e política o HPSMC vem sempre acompanhada do atendimento negligenciado, e muitas vezes motivo freqüente de pauta das chamadas jornalísticas.
A oficina de Tanatologia objetivamente fomenta a sensibilização nos profissionais da área de saúde. Esta elaboração se dá no campo simbólico e existencial. E a resposta que o colaborador oferece é animadora em vista dele aprender a construir conceitos e des-construir paradigmas equivocados em seus relacionamentos.
É importante ressaltar que o enfoque educativo contempla sua ação na contribuição do estabelecimento de vínculos, que possibilitam a interação e a troca de conhecimentos e informações com os demais atores do sistema de saúde, desenvolvendo assim para uma construção coletiva dos grupos, construindo mudanças substanciais na metodologia. O que favorece possibilidades de pactuar com as parcerias e assim dar continuidade ao processo de mudança na cultura institucional.
* Psicóloga
Nenhum comentário:
Postar um comentário