quinta-feira, 24 de julho de 2008

A Filosofia do Camelo

Uma mãe e um bebê camelos, estavam por ali, à toa, quando de repente o bebê camelo perguntou: - Por que os camelos têm córcovas? - Bem, meu filhinho, nós somos animais do deserto, precisamos das córcovas para reservar água e por isso mesmo, somos conhecidos por sobreviver sem água. - Certo, e por que nossas pernas são longas e nossas patas arredondadas? - Filho, certamente elas são assim para nos permitir caminhar no deserto. - Sabe, com essas pernas longas eu mantenho meu corpo mais longe do chão do deserto, que é mais quente que a temperatura do ar e assim, fico mais longe do calor. Quanto às patas arredondadas, eu posso me movimentar melhor devido à consistência da areia! - disse a mãe. - Certo! Então, por que nossos cílios são tão longos? De vez em quando eles atrapalham minha visão. - Meu filho! Esses cílios longos e grossos são como uma capa protetora para os olhos. Eles ajudam na proteção dos seus olhos quando atingidos pela areia e pelo vento do deserto! - respondeu a mãe com orgulho. - Tá. Então a córcova é para armazenar água enquanto cruzamos o deserto, as pernas para caminhar através do deserto e os cílios são para proteger meus olhos do deserto. Então, o que é que estamos fazendo aqui no Zoológico??? Moral da Estória: Habilidade, conhecimento, capacidade e experiência só são úteis se você estiver no lugar certo! VOCÊ ESTÁ NO LUGAR CERTO ?

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Lenda do guaraná


Em uma aldeia dos índios Maués havia um casal, com um único filho, muito bom, alegre e saudável, chamado Garuná. Era muito querido por todos de sua aldeia, o que levava a crer que no futuro seria um grande chefe guerreiro. Isto fez com que Jurupari, o Deus do mal, sentisse muita inveja do menino. Por isso resolveu matá-lo. Então, Jurupari transformou-se em uma enorme serpente e, enquanto o indiozinho estava distraído, colhendo frutinhas na floresta, ela atacou e matou a pobre criança.
Seus pais, que de nada desconfiavam,esperaram por um dia e uma noite, até que toda a tribo se reuniu para procurá-lo. Quando o encontrou morto na floresta, uma grande tristeza tomou conta da tribo. Ninguém conseguia conter as lágrimas. Neste exato momento uma grande tempestade caiu sobre a floresta e um raio veio atingir bem perto do corpo do menino.
Todos ficaram muito assustados. A índia-mãe disse: "... É Tupã que se compadece de nós. Quer que enterremos os olhos de meu filho, para que nasça uma fruteira, que será nossa felicidade". Assim foi feito. Os índios plantaram os olhinhos do Garuná imediatamente, conforme o desejo de Tupã, o rei do trovão. Alguns dias se passaram e no local nasceu uma plantinha que os índios ainda não conheciam, mas que chamavam de Garuná. É por isso que os frutos hoje, o guaraná são sementes negras rodeadas por uma película branca, muito semelhante a um olho humano.

Lenda do Açaí


Há muito tempo, quando ainda não existia a cidade de Belém, vivia neste local uma numerosa tribo indígena. Nesta época os alimentos eram escassos e por este motivo o cacique tomou uma decisão muito cruel: resolveu que todas as crianças que nascessem a partir daquela data, seriam necessariamente sacrificadas, uma vez que não haveria alimentos suficientes para todos.

Entretanto, IAÇA, filha do cacique, acidentalmente deu a luz a um lindo menino o qual não foi poupado da cruel decisão de seu avô. A índia chorava todas as noites com saudade de seu filhinho, até que em uma noite de lua cheia, o choro de uma criança a atraiu ao pé de uma esbelta palmeira. Lá seu filho a esperava de braços abertos.
Radiante de alegria, IAÇA correu para abraçá-lo, mas quando o fez fortemente, a criança misteriosamente desapareceu! No dia seguinte, a moça foi encontrada morta, abraçada ao tronco da palmeira. Seu rosto ainda trazia um suave sorriso de felicidade e seus olhos negros fitavam o alto da palmeira que estava carregada de frutinhos escuros. Então, o cacique mandou que apanhassem os frutos e percebeu que dele poderia se extrair um suco violáceo quando amassado, que passou a ser a principal fonte de alimento daquela tribo. Este achado fez com que o cacique suspendesse os sacrifícios e as crianças voltaram a nascer livremente, pois a alimentação não era mais problema naquela tribo.

Em agradecimento a Tupã e em homenagem a sua filha, o Cacique deu o nome de AÇAÍ aos frutinhos encontrados na palmeira, que é justamente o nome de IAÇA invertido.

terça-feira, 15 de julho de 2008

A BAGUNÇA

O que é bagunça? Segundo o dicionário (1 Bras. Pop. Falta de ordem, de arrumação, de organização; DESORDEM; CONFUSÃO: Não repare na bagunça da sala / 2 Bras. P.ext. Pop. Instituição, atividade ou sistema mal organizados: O concurso foi uma bagunça só. Bras. Pop. Diversão barulhenta; FARRA; PÂNDEGA: O carnaval é sempre uma grande bagunça). A bagunça não é apenas física, como papéis ou roupas espalhadas por um aposento, ou uma desorganização superficial, como uma mesa coberta por pilhas de papel desequilibradas. Diferentes sistemas podem ser desordenados, tais como: relacionamentos, trânsito, organograma, um processo, o pensamento, e assim por diante. Mas é importante fazer uma distinção: a bagunça tem pouco a ver com a teoria do caos. Esta se concentra em encontrar a ordem oculta em sistemas que poderão parecer imprevisíveis ou, sob outros aspectos, impulsionados por forças aleatórias, ou em mostrar como sistemas que parecem bastante ordenados podem com o tempo se transformar em algo que parece bem desorganizado. A bagunça que queremos discorrer aqui é: uma falta de ordem. Um exemplo de bagunça A política das empresas, escrita ou tácita, tende a não ser chegada a uma mesa desorganizada. Algumas instituições são explicitas a respeito do preço da bagunça. Em matéria de bagunça existe uma diferença entre a política das empresas e o mundo acadêmico. Einstein pode ser considerado uma espécie de padrinho da ciência da bagunça produtiva. O mundo acadêmico é o paraíso sem restrições do local de trabalho desarrumado, a ponto de que a sua reputação cresça em proporção direta as pilha de papéis e livros encontrados sobre as suas mesas de trabalho ou ao redor delas. E esse tipo de política, quer formal, quer não, nem sempre consiste em delicadas sugestões como esta citada pelo banco First Federal Bandkshares, sediado em Iowa/EUA, segue trecho do “código comercial”: “As áreas de trabalho devem ser permanentemente elegantes e organizadas. A empresa deve sempre apresentar-se em sua melhor forma. Assim como somos julgados em função da nossa aparência pessoal, o mesmo acontece com a empresa. Uma boa organização interna torna mais fácil a ordenação do trabalho, evita que coisas sejam perdidas e oferece uma aparência profissional. A exposição excessiva de objetos pessoais não é profissional. Espera-se que supervisores e gerentes mantenham uma aparência profissional em seus respectivos departamentos e áreas de atuação, e poderão pedir aos subordinados que removam objetos que possam arranhar a imagem profissional. Além disso, poderão também exigir que os funcionários esvaziem ou arrumem a sua área de trabalho”. O custo de manter uma mesa arrumada Para conservar a superfície da mesa livre de papeis, com a exceção, talvez de pequenas pilhas de ‘entrada’ e ‘saída’, você precisa arquivar, jogar fora ou entregar a outra pessoa os documentos recebidos. Talvez precise inseri-los em pastas dentro de um arquivo, o que deixaria tudo com aparência de arrumação. Mas é preciso tempo para ler e arquivar adequadamente cada documento se você deseja ser capaz de ter acesso a ele quando necessário e conseguir rastrear que documentos estão associados a quais tarefas incompletas e a que tipo de prazo final. Os donos de mesas desarrumadas têm tipicamente pilhas separadas para documentos urgentes, menos urgentes e não-urgentes. Um organizador profissional comentou na Conferência da NAPO que as atitudes corretas a respeito da organização deveriam ser aprendidas já no ensino fundamental. Um excelente exemplo disto surgiu na Turquia, recentemente.

O perfil de bagunceiros e organizados

Tipos de pessoas bagunceiras e de pessoas organizadas O terrorista da bagunça – inflige a bagunça desajustada a outras pessoas para obter vantagens ou satisfação pessoal. Ex: O funcionário que conclui uma tarefa de maneira desorganizada para evitar que lhe atribuam novamente essa tarefa no futuro. O terrorista da ordem – inflige a ordem desajustada a outras pessoas para obter vantagens ou satisfação pessoal. Ex: O gerente de departamento que pune os seus subordinados por executarem tarefas úteis para a companhia por estarem fora das responsabilidades formais do departamento. O bagunceiro crônico – para manter a influência, cria uma bagunça na quais os não conseguem penetrar. Ex: O assistente administrativo que configura um sistema de arquivos que mais ninguém consegue encontrar ou programar qualquer coisa. O procrastinador metódico – evita as verdadeiras realizações por estar sempre rearrumando as coisas. Ex: O gerente de nível médio que vive reorganizando a sua lista de tarefas sem na verdade executar nenhuma delas. O falso organizado – cria uma aparência de ordem enquanto esconde a bagunça. Ex: O casal que remove toda a bagunça e deposita em outro aposento da casa. O falso bagunceiro – cria uma aparência de bagunça enquanto esconde a ordem. Ex.: O gerente de loja que pega mercadorias organizadas nas prateleiras e as coloca misturadas em caixas para dar a impressão de que estão em oferta. O pervertido da bagunça – sente prazer com a bagunça pela bagunça em si. Ex: O gerente que acredita que a enorme bagunça do seu escritório, que acaba atrapalhando o fluxo do trabalho, atesta que ele é muito ocupado e importante. O pervertido da ordem – sente prazer com a ordem em consideração à própria ordem. Ex: O gerente que exige que os pedidos de férias sejam apresentados com três meses de antecedência. O sábio da bagunça – encontra maneiras surpreendentes de extrair uma nova funcionalidade da bagunça. Ex: O gerente que programa reuniões conflitantes que por coincidência às vezes resultam em uma proveitosa troca de idéias e formação de equipes. O esnobe da ordem – fica satisfeito ao demonstrar um nível mais elevado de ordem do que o nosso. Ex: pessoa que oferece algo que não lhe foi solicitado. O desviador da bagunça – atribui erroneamente o fracasso dos seus sistemas de ordem à bagunça dos eventos externos. Ex: O presidente de uma empresa que atribui a queda nas vendas anuais a condições atmosféricas adversas. O herói da ordem – atribui erroneamente resultados positivos porém amplamente aleatórios aos seus métodos ordeiros. Ex: O presidente de uma empresa que atribui um modesto crescimento nas vendas Mais recentes à sua nova estratégia de longo prazo. O reformador da bagunça – oferece-se para revelar os segredos para alcançar a utopia da ordem. Ex: Qualquer pessoa que se proponha a ajudá-lo a se organizar. O fanático da ordem – declara que o seu sistema de ordem é melhor do que o nosso. Ex: O professor de ensino médio que obriga os alunos a comprar um dicionário específico.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Lenda do Muiraquitã

























Em meio aos encantos da floresta Amazônica, existia uma tribo de mulheres guerreiras, as Icamiabas, que não se casavam e nem deixavam ninguém se aproximar. Excelentes arqueiras, viviam sob a proteção mágica de Iaçi, a lua. Num ritual de mistérios e fragrâncias, recebiam, uma vez por ano, os guerreiros Guacaris e, com fruto desse encontro, nascesse um bebê masculino, este era entregue aos guerreiros, caso contrário, ficava sob os cuidados das ágeis arqueiras. No dia da visita, rumavam por entre a mata úmida em direção ao lago onde despejavam potes cheios de perfume para a purificação do banho. À meia noite, sob o brilho inebriante de Iaçi, mergulhavam nas águas purificadas do lago de onde retiravam um barro verde que depois tomariam formas de peixes, tartarugas, sapos entre outros. Os guerreiros eram presenteados com os sapos que, pela sua originalidade passaram a ser usados no pescoço como amuletos da sorte. Acredita-se que o Muiraquitã traz muita felicidade a quem o usa como amuleto.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A Lenda da Vitória Régia...Tambá-Tajá

Vitória Régia

Com a tentativa de tocá-lo, a índia subiu numa árvore alta. Porém, não obteve sucesso. Na noite seguinte, ela decidiu subir na mais alta cachoeira para poder sentir com suas mãos a maciez do rosto de seu amor, mas novamente foi em vão, pois quanto mais alto ela subia, mais a lua se distanciava de seus delicados dedos. Muito desapontada, Iracema resolveu voltar a sua aldeia.
Na noite seguinte, esperando realizar seu sonho, ela tomou o caminho do rio para rever Jaci, quando percebeu sua luz refletida no espelho das águas. A bela índia se aproximou da margem do rio e ficou hipnotizada com o que viu: a lua, imensa, resplandecente.Com sua inocência, a bela índia pensou que a lua tinha vindo se banhar no rio e esperar por sua visita. Então, Iracema mergulhou nas profundezas das águas desaparecendo para sempre. A lua, sentindo-se culpada ao ver aquela jovem vida perdida, a transformou em uma flor gigante - a Vitória Régia - com um inebriante perfume e pétalas que se abrem nas águas para receber em toda sua superfície a luz da lua.

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A LENDA TAMBÁ-TAJÁ
Na tribo Macuxi havia um índio forte e muito inteligente. Um dia ele se apaixonou por uma bela índia de sua aldeia. Logo casaram-se, viviam muito felizes, até que um dia a índia ficou gravemente doente e paralítica. O índio Macuxi, para não se separar de sua amada, teceu uma tipóia e amarrou a índia à sua costa, levando-a para todos os lugares em que andava. Certo dia, porém, o índio sentiu que sua carga estava mais pesada que o normal e, qual não foi sua tristeza, quando desamarrou a tipóia e constatou que a sua esposa tão querida estava morta. O índio foi à floresta e cavou um buraco à beira de um igarapé, enterrando-se junto a ela, pois não havia mais razão para continuar vivendo. Chegando a lua cheia, naquele mesmo local começou a brotar na terra uma graciosa planta, espécie totalmente diferente e desconhecida de todos os índios Macuxis. Era a TAMBA-TAJÁ, planta de folhas triangulares, de cor verde escura, trazendo em seu verso uma outra folha de tamanho reduzido. A união das duas folhas simboliza o grande amor existente entre o casal da tribo Macuxi. O caboclo da Amazônia costuma cultivar esta curiosa planta, atribuindo a ela poderes místicos, onde caso a planta crescer viçosa com folhas exuberantes, trazendo no seu verso a folha menor, é sinal que existe muito amor naquela casa. Mas se nas folhas grandes não existirem as pequeninas, não há amor naquele lar. Também se a planta apresenta mais de uma folhinha em seu verso, acredita-se então que existe infidelidade entre o casal.

Abertura do IVCONEPA_Hotel Tropical_Manaus

Da esquerda para a direita: Dr. Reginaldo Machado (Juiz_DF); Dainir Feguri (Psicóloga_MT); Dr. Carlos Monnerat (Juiz_SP); Dra. Linda Mª Costa (Defensora_MS).


Ao centro Eduardo Braga (governador_AM), Gilmar Mendes (presidente do STF), Mauricio Kuenhe (DEPEN), Márcia de Alencar (Coordenadora da CGPMA) e outras autoridades.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

PARINTINS_AMAZONAS/2008.





BOI GARANTIDO

O boi-bumbá Garantido foi fundado em 13 de junho de 1913 por Lindolfo Monteverde. De acordo com Dé Monteverde, neto de Lindolfo, ele já brincava de boi e seguia os batuques de boi pela Baixa de São José, bairro de pessoas humildes de Parintins. Por volta de 1908, ele costumava enfiar na cabeça um curuatá (casca do cacho da palmeira inajá) e fazia dele um boizinho, correndo pelas ruas da Baixa de São José junto com os outros curumins. Na adolescência ele foi acometido por uma doença grave e, para se curar, fez uma promessa para São João para que se alcançasse a cura, colocaria o boi todos os anos até o fim de sua vida em 1979. Foi baseado nesta tradição que o Garantido consolidou-se como o boi do povão. O respeito à tradição é tanto que sempre no dia 12 de junho o boi sai nas ruas de Parintins ao alvorecer para comemorar a data de sua fundação.

Uma outra data de grande importância é o dia 24 de junho, quando se comemora o dia de São João, em função da promessa feita pela cura de Lindolfo Monteverde. A brincadeira de boi foi crescendo e não parou mais. Com o surgimento de um outro boi na cidade (fiz a lenda que o Caprichoso surgiu de uma cizânia entre os brincantes de Lindolfo Monteverde), a brincadeira, então, virou disputa. Primeiro nas ruas de Parintins e, depois, dentro do Festival Folclórico

Hoje as apresentações dos dois bois atraem milhares de pessoas de diversos lugares do Brasil e do mundo. Infelizmente Lindolfo Monteverde não viveu o suficiente para ver a grandiosidade do que se idealizou apenas como uma brincadeira. Uma festa que movimenta a economia da cidade e mexe com a paixão de todos os moradores desta ilha localizada a 220 quilômetros a leste de Manaus. Também diz a lenda que no inicio da década de 60, os poetas e compositores da Baixa de São José cantavam “...se eles disseram que é, eu vou brincar de boi na lua, vou deixar meu São José”.

PARINTINS_AMAZONAS/2008.




BOI CAPRICHOSO


Assim como o Garantido, o boi bumbá surgiu também de uma promessa. Só que no lugar de Lindolfo Monteverde, a promessa foi feita pelos irmãos Cid, principalmente por Roque Cid, que veio para a Amazônia atrás da tão falada borracha, no já distante ano de 1913. Conforme o presidente do Conselho de Artes do Caprichoso, Simão Assayag, o fundador do Touro Negro parou em Parintins por acaso. “O destino de Roque Cid na realidade era o Alto Solimões e Juruá, atrás da borracha, mas ao chegar em Parintins ao deve ter acontecido para ele não querer mais sair daqui”.disse. E esse “algo que deve ter acontecido” foi tão forte que, no futuro, ajudou a mudar para sempre a história do então pequeno e desconhecido município de Parintins.
Como não foi mais para o destino pretendido inicialmente, Roque ficou em Parintins, onde começou a ter algumas dificuldades financeiras e de saúde. E foi por causa dessas dificuldades que ele fez uma promessa a São João Batista: caso conseguisse vencer essas dificuldades, ele botaria um boi nas ruas de Parintins para brincar todos os anos, até sua morte. E foi assim que o boi-bumbá Caprichoso, um bumbá que foi além da promessa de Roque Cid, visto que a tradição foi passando de pai para filhos e de hoje, ao lado do Garantido, realiza o maior Festival Folclórico do mundo, mesmo anos e anos após a morte de seu fundador.
São muitas as histórias que se contam a respeito da criação do bumbá que tem a estrela na testa. Uma das versões é que o Caprichoso teria sido uma dissidência do Boi Galante, que antes era o principal rival do Garantido. Por conta de uma divergência interna, Emídio Vieira, o “Tracajá” fundador do Galante, deixou o boi dando lugar aos irmãos Cid, recém-chegados do Ceará, que teriam feito a promessa de colocar um Boi na rua caso se dessem bem em Parintins. Foi então que eles assumiram o Galante e mudaram de nome, batizando-o como Caprichoso, o que teria ocorrido no dia 20 de outubro de 1913, tida como a data oficial de fundação do bumbá.
Outra versão dá conta de que o Caprichoso teria sido criado em maio de 1925, por um grupo de moradores de Parintins, entre os quais estaria Emídio Vieira, entre outras. De acordo com o presidente do Conselho de Artes do Caprichoso, Simão Assayag, no livro “ Caprichoso – A terra é Azul”, são “as versões desencontradas e apaixonadas que fazem o folclore”.
Independe de como tenha sido criado, o fato é que o Caprichoso criou uma história de sucesso e ajudou, ao lado do Garantido a levantar o nome de Parintins e do Amazonas para todo o mundo, realizando um festival respeitado internacionalmente. Muitos nomes ajudaram nesta missão, como o por exemplo Arlindo Jr. , que está no Caprichoso desde 1988 e já passou por diversas funções na Arena do Bumbódromo. O ”touro negro” que leva na testa uma estrela, começou a brilhar em Parintins e alcançou o mundo todo com sua luz intensa e incessante.