quarta-feira, 25 de agosto de 2010

FOBIA SOCIAL

Medo persistente e irracional acompanhado de um desejo de evitar situação em que o individuo é exposto à avaliação dos outros. Ex.: Falar em público, escrever, comer e beber na presença dos outros, usar banheiros públicos, etc. Medo marcante e persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho em que a pessoa está exposta a desconhecidos ou à avaliação dos outros e teme demonstrar ansiedade ou agir de modo humilhante ou embaraçante.

Características dos subtipos de fobia social:
- Fobia Social Circunscrita
- Fobia Social Generalizada

O tipo Fobia Social Generalizada é caracterizada por um temor relacionado às situações públicas envolvendo desempenho, bem como as situações de interação social (iniciar e manter conversações, participar de pequenos grupos, comparecer a um encontro, falar com autoridades, ir a festas, etc).  Fóbicos Sociais também podem experimentar ataques de pânico em situações sociais que produzam intensa ansiedade. Fobia Social como transtorno primário e Ataques de Pânico como transtorno secundário. A fobia social embora possa ter inicio na infância, se acentua na adolescência. Na vida escolar a criança começa a estabelecer o primeiro papel social. Crianças são confrontadas em estabelecer o seu papel e o seu lugar em um sistema social que não é o familiar.

Sintomas da fobia social:
- O cognitivo
- O fisiológico
- E o comportamental.

Sintomas Cognitivos:
- O paradoxo da ansiedade aguda é o fato de que a pessoa parece provocar involuntariamente aquilo que ela mais teme ou detesta;
- O individuo deseja sinceramente conseguir um bom desempenho, no entanto, ao passar pela situação, sua voz treme, as palavras não saem, seu coração dispara e tudo acontece de forma bem diferente do desejado.
- Este processamento se dá porque o cognitivo avalia as próprias experiências interpessoais de forma distorcida. Acaba funcionando como profecia auto-confirmatória, na medida em que promove ativação emocional e comportamento evitativo, o que contribui para fortalecer as crenças disfuncionais.

Estilo cognitivo de pacientes fóbicos:
- Diálogo interno de auto-afirmações debilitantes;
- Avaliação negativa excessiva do desempenho social;
- Padrões excessivamente elevados para a avaliação do desempenho social;
- Atenção e memória seletivas para informações negativas sobre o próprio desempenho;
- Um padrão patológico de atribuições e causas de sucessos e fracassos sociais.

Afirmações negativas dos sujeitos ansiosos:
1. Pensamento de inadequação social geral;
2. Preocupações com a consciência da ansiedade pelos outros;
3. Medo de avaliação negativa;
4. Preocupação com a resposta ou desempenho.

Autoconsciência pública elevada:
- Caracteriza-se por uma excessiva atenção auto-focada, que acaba provocando e mantendo a ansiedade em situações sociais.
- Padrões de pensamento auto-referente excessivamente negativo, conhecido como auto-preocupação ansiosa.
- O aumento de estímulos internos (batimentos cardíacos) contribui para aumentar a atenção auto-focada.
- A autoconsciência excessiva acaba desviando a atenção da tarefa ou distanciando a pessoa da interação, prejudicando a performance.
- A vulnerabilidade (percepção de incontrolabilidade sobre perigos internos e externos) é caracterizada dos transtornos de ansiedade.

O fóbico social está sempre em estado de alerta para as situações que possam afetar para as situações que possam afetar o seu domínio pessoal. Esta condição o torna predisposto a captar elementos da experiência que confirmem a expectativa de perigo, promovendo mais facilmente ativação emocional e atenção auto-focada, que por sua vez confirmarão a expectativa de perigo e dificultarão a percepção de fatos que o desconfirmem.

Sintomas Fisiológicos:

- Ocorrem em situações em que o individuo se sente aliviado, bem como aquelas antecipadas em imaginação.
- Os sintomas somáticos incluem: taquicardia, sudorese, espasmo muscular, tremor, rubor, distúrbio gastrintestinais e dor de cabeça.
- Os níveis elevados de ativação fisiológica experimentados por indivíduos com fobia social podem estar relacionados à hipervalorização das próprias variações somáticas.

Sintomas Comportamentais:

- A evitação de situações sociais;
- O déficit em habilidades sociais;
- O bloqueio da fala e do pensamento como sintomas;
- Luta, fuga, paralisação, bloqueio e colapso;
- Essas respostas de emergência neste caso surgem para proteger o organismo de uma ameaça subjetivamente percebida, porém acabam favorecendo um paradoxo vindo a prejudicar a performance do individuo.

Padrões de Interação Familiar:

- Estilos de rejeição ou superproteção associados com a inibição social favorece o comportamento;
- Crianças com elevada necessidade de proteção;
- Falta de treino as habilidades sociais, associada a um estilo parental superprotetor são os responsáveis pelas dificuldades interpessoais.
- Atitudes familiares de afeto não deve ser confundido com superproteção, uma vez que o individuo necessita aprender, desde pequeno que precisa fazer algum esforço para que as suas necessidades sejam satisfeitas.
- Além das atitudes parentais, mudanças nos fatores físicos, cognitivos e desenvolvimental-sociais podem favorecer a aquisição de medos sociais.
- A negligência de colegas, definida como experiência nas quais uma criança ou adolescente não inspira afeto e nem desafeto em seus colegas, ou não é escolhido para participar de atividades esportivas ou sociais, parece também estar relacionada à timidez.
- Em sociedades de tendências competitivas com sociedade de postura comunitária, neste tipo de cultura, as crianças “são levadas a pensar que o seu mérito e o amor que desejam dos adultos dependem de sua atuação. Tem que provar que o merecem num mundo em que o êxito é tacitamente aceito e que são dignas de recompensas, ao passo que o fracasso, sendo motivo de vergonha, é intensificado”.

Tratamento
- Treinamento em habilidades sociais, a exposição e as estratégias cognitivas.
- Exposição: este método inclui a extinção ou habituação (inundação) e contracondicionamento/ dissensibilização sistemática (exposição gradual) – ambos podem ser conseguido por imaginação ou ao vivo, sendo que as situações vivenciadas por imaginação serão também enfrentadas ao vivo.
- Estratégias Cognitivas:
1. Registro diário de pensamentos disfuncionais;
2. Confirmação da realidade;
3. Técnicas de reatribuição;

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