Ainda me lembro como se fosse ontem. Quando me casei, semanas depois quis enfeitar a varanda da minha casa com um vaso de planta que ficaria apoiada num suporte de bambú. Então plantei uma pequena estaca desta tambem chamada pelo nome popular: Colchão-de-noiva, coroa-de-cristo, bem-casados, coroa-de-espinhos, martírios, dois-irmãos - Nome Científico: Euphorbia milii / Origem: Madagascar - Ciclo de Vida: Perene.
As dificuldades foram muitas, sofrimentos fez parte do nosso crescimento pessoal e conjugal que nos levou ao amadurecimento.
Os frutos desta relação nos coroou com uma prole de quatro filhos e hoje multiplica-se pelas noras e genro que se juntou-se a nós trazendo novos rebentos, os lindos netos.
Esta é a história de vida desta planta que caminha conosco, nestes 30 anos (desde 1982...) está plantada no mesmo vaso, na mesma terra, mudou apenas de espaço fisico, endereço e de um suporte de bambú para um suporte preso no revestimento de pedra na parede. Mas, carinhosamente todos os dias recebe o líquido mais precioso da terra (água) para que amorosamente sobreviva. Com espinhos abundantes e folhagem verde ela recebeu diversas podas para adquirir o formato desejado. Assim como nós na nossa relação conjugal. O vaso é de cobre que o tempo e o vento já desenhou em sua textura um tom de envelhecimento natural, mas mesmo assim continua belo.
Ainda criança li um antigo best seller cujo tema do conto era "Garrafinha de Lágrimas", que falava de uma mulher que se casou com um belo rapaz e após alguns meses de casada, sua vida se transformou em um poço de tristeza. E todos os dias chorava muito pelos conflitos e tormentos que passava, então resolveu coletar suas lágrimas em uma garrafinha, que a acompanhou vida afora.
Não me lembro como termina o conto, mas com certeza aquela realidade conjugal eu não gostaria de tê-la. Então adotei critério seletivos em minhas escolhas e esta planta tornou-se companheira em nossas vidas e esta só nos deu alegria, quando ficava repleta de flores, muitas vezes seus espinhos feriram nossas mãos, mas aquilo nos fez recordar de nossa fragilidade.
Dainir Feguri
Nenhum comentário:
Postar um comentário