Diversos fatores podem afetar negativamente o desempenho de educadores e estudantes em sala de aula. Um deles, porém, chama especialmente a atenção por seu caráter perturbador: a violência, sobretudo a que resulta em morte. Uma educação de qualidade depende, antes de tudo, de ambiente pacífico, que ofereça condições físicas e psicológicas favoráveis ao ensino e à aprendizagem.
Espaços marcados pela violência em suas diversas formas prejudicam enormemente a educação, como o comprovam numerosos estudos sobre o tema.
Atuando há 12 anos no setor de educação, a Sangari Brasil não poderia deixar de tratar da questão da violência e de estudar a situação do país nesse aspecto. Por intermédio do Instituto Sangari, portanto, a empresa vem apoiando a realização das mais recentes edições do Mapa da Violência no Brasil, com ênfase na apuração e análise sobre homicídios de jovens. E, desde 2008, a instituição tem em seu próprio corpo de dirigentes o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. Agora, à frente do setor de pesquisas sociais, ele prossegue na elaboração desse precioso diagnóstico das condições de vida e do cenário de oportunidades no Brasil.
Com iniciativas como o presente estudo, o Instituto Sangari espera contribuir para o enriquecimento do debate sobre a violência no país e fornecer insumos para a elaboração de políticas públicas nessa área, inclusive no âmbito educacional, que nem sempre contemplam essa questão.
Afinal, parece haver nesse aspecto uma via de mão dupla: se a violência, em suas diversas formas, tem impacto negativo na educação, também é verdade que a educação pode ter impacto positivo no enfrentamento da violência. Uma educação de qualidade para todos tem o poder de desviar da criminalidade crianças e jovens, graças às oportunidades que oferece.
Quando se trata da juventude – maioria da população em fase escolar –, a preocupação com a violência deve tornar-se ainda mais urgente. O presente Mapa demonstra, por exemplo, que considerado o tamanho da população, a taxa de homicídios entre os jovens passou de 30,0 (em 100.000 jovens) em 1980 para 50,1 no ano 2007, enquanto essa taxa, no restante da população (não jovem), permaneceu relativamente constante, inclusive com leve queda: de 21,2 em 100.000 para 19,6 no mesmo período. Segundo o autor do estudo, “isso evidencia, de forma clara, que os avanços da violência homicida no Brasil das últimas décadas tiveram como motor exclusivo e excludente a morte de jovens.”
Cabe salientar, por fim, que o atual Mapa da Violência, quinto de uma série publicada desde 1998, traz novidades. Além das tradicionais análises de dados sobre homicídios tanto na população em geral quanto entre jovens, a presente edição oferece dados com recorte de cor (raça) e gênero. Os resultados impressionam, mas o Instituto Sangari espera que, além do impacto inicial, os números aqui apresentados também levem a ações concretas e mudanças. Os jovens estudantes de todo o país merecem.
http://www.institutosangari.org.br/mapadaviolencia/
Fonte: Instituto Sangari
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