domingo, 31 de outubro de 2010

Bullying, a hostilidade na escola é disfunção de toda a sociedade

Para professor Allan Beane que teve o filho morto por causa do bullying, a hostilidade na escola é disfunção de toda a sociedade. Educador há mais de 37 anos e pai de Curtis - que morreu em consequência de um vida inteira de bullying -, Allan Beane é hoje um militante da causa "mais respeito, por favor!" O autor de Proteja Seu Filho do Bullying diz que o problema não se circunscreve à juventude. É um mal de toda a sociedade, que de modo geral está mais tolerante à violência - nas ruas, nas escolas, dentro de casa. Estamos apáticos em relação a dor dos outros, e lentos demais para ir em defesa de quem está sendo rechaçado, pisoteado, humilhado. E ainda por cima, comenta Beane, gostamos de responsabilizar as vítimas de agressão pelas próprias indiscrições ("Também, com aquele vestidinho rosa, o que ela esperava?"). Somos nós, portanto, enquanto sociedade, que estamos disfuncionais.


Por que tanta agressividade entre crianças, adolescentes e jovens até na universidade?

Às vezes, adolescentes machucam colegas por inveja, ou para serem aceitos por determinado grupo, ou pelo simples fato de que temem se tornar vítimas de maus-tratos. Pode ser que admirem a independência, o poder e a popularidade do valentão da escola. Às vezes, porém, a causa do bullying é muito mais simples. Adolescentes agem dessa forma porque sabem que não terão que lidar com as consequências de seus atos. Como adultos, muitas vezes ignoramos as atitudes agressivas de nossos filhos, não os orientamos corretamente. Como professores, não somos atentos, não prestamos atenção ao que está acontecendo nos banheiros, corredores, escadarias e playgrounds da escola. Aliás, o bullying se tornou um problema econômico, além de comportamental. De acordo com a Associação Americana de Medicina, 160 mil crianças preferem ficar em casa com medo de serem agredidas em seu caminho até a sala de aula. Há pesquisas sugerindo que 7% dos estudantes de oitava série matam, ao menos, um dia de aula por mês. E, como grande parte do financiamento às escolas é baseado na frequência dos alunos, esse é um problema educacional de larga escala. A organização Plan International estimou o custo do bullying para o mundo: US$ 60 bilhões. Agora, o custo para a humanidade é bem maior. Nossas crianças ficam mais ansiosas, depressivas, doentes. O bullying existe desde o jardim de infância até a faculdade, e, mais adiante, no ambiente de trabalho. Não está restrito aos jovens. Ocorre em todas as comunidades, em todas as escolas, em todas as esferas da vida.

Se a escola é um microcosmo da sociedade e se o bullying é tão recorrente, o que isso diz sobre nós? Estamos menos cordiais?

Acho que houve uma deterioração no modo como as pessoas se tratam. Estamos menos dispostos a ajudar alguém em perigo, ou que está em uma situação de vulnerabilidade. Sempre houve bullys no mundo, mas acho que esse é um fenômeno mais presente em nossas escolas hoje. Sabe-se que crianças que estão sofrendo por dentro geralmente tentam transferir aos outros sua dor. Às vezes, são os adultos que maltratam seus filhos, gerando uma reação em cadeia de ódio e intolerância. Por sua vez, os filhos podem se tornar agressivos com os colegas para descontar a raiva que sentem dos pais. Bullying geralmente conduz a atitudes mais violentas, como brigas, facadas e tiros - nunca nos esqueceremos de Columbine. Acredito que vivemos uma "crise de espectadores", ou seja, muitas pessoas ignoram o colega que está sendo empurrado, socado, esmagado na lata de lixo. Nossa sociedade está passiva diante do desrespeito e pagamos um preço terrível por isso. Essa permissividade é desastrosa.

E qual a carga de responsabilidade dos pais?

Alguns pais fracassaram enquanto educadores. Não ensinaram aos filhos como controlar seu temperamento. Por falta de disciplina, muitos jovens hoje não têm freios. Se crianças não respeitam nem os pais, é provável que não respeitem mais ninguém.

Por que é legal ser o badboy, e não o geek?

Existem muitos elementos de nossa cultura pop que estimulam o bullying. A mídia, por exemplo, promove constantemente a violência e o conflito. A indústria do entretenimento tornou cool to be cruel. Reality shows são baseados em conflitos interpessoais e desrespeito - queremos ver o circo pegando fogo. Em séries de TV, os badboys são os heróis. Os filmes de highschool ensinam que para ser popular é preciso ser a garota má da escola. Esse comportamento é estimulado, racionalizado, justificado.

No que o bullying se diferencia da fofocas, dos apelidos, do puxão de cabelo?

Reconheço que o termo é usado em exagero. Esse é o perigo de todo rótulo. Por vezes, uma pessoa que foi maltratada uma vez é considerada vítima de bullying, quando, na verdade, o termo se refere a uma agressão rotineira. Bullying é um comportamento agressivo - físico, verbal, social, escrito, eletrônico - que tem intenção clara de machucar, física e/ou psicologicamente, e que se dá repetidas vezes. E o agressor não necessariamente é o mesmo, pode ser um grupo inteiro de alunos. Alguns especialistas discordam dessa definição porque entendem que, se alguém foi agredido, uma vez que seja, mas com tal intensidade de forma que se lembrará disso para o resto da vida, então isso deveria ser entendido como bullying. De todo modo, há que se atentar para o fato de que agressividade é um traço pessoal razoavelmente estável da personalidade de alguém. Por isso, pessoas que foram bullys enquanto crianças podem se transformar em bullys adultos - aqueles caras que tornam o ambiente de trabalho insuportável. É claro, alguns amadurecem e aprendem a controlar suas emoções, outros não.

Recentemente, alguns pré-adolescentes americanos decidiram se matar, no que tem sido chamado pela imprensa de uma "epidemia de suicídios por bullying". Até que ponto podemos responsabilizar os bullys por isso?

O "bullycídio" é a terminologia que se usa para falar de adolescentes que tiraram a própria vida por causa de bullying. Sim, essa é uma realidade que pouca gente conhece. Eu me refiro a milhares de estudantes que tentam - mesmo não tendo sucesso - se suicidar por causa das agressões constantes na escola. Dezenove alunos tiveram a coragem de me confessar que tentaram se matar. Têm medo de falar para os adultos o que está se passando por várias razões: sentem vergonha de não conseguir se defender sozinhas; temem que os pais só piorem as coisas fazendo um barraco na escola, por exemplo; ou já viram outras crianças delatarem o bully sem que nenhuma providência fosse tomada. É claro que há jovens com problemas mentais, que vem de famílias desestruturadas e que apresentavam problemas anteriores. Mas o bullying é um fator que contribuiu para que a gilete afundasse mais forte no pulso, para que a mão virasse o pote inteiro de comprimidos, para que ele ou ela tivesse a coragem de chutar a cadeira.

O bullying deve ser criminalizado?


Acredito que na maioria das vezes nós culpamos as vítimas da agressão. Consideramos que são fracotes, quando, na verdade, são muito resistentes por aguentar alfinetadas diárias por tanto tempo. A solução recai sobre os pais e a educação que dão aos filhos. Somado a isso, a comunidade e as escolas precisam ter programas eficientes para lidar com a questão usando estratégias de prevenção. Acho também que a sociedade deve responsabilizar mais os estudantes por conta de seus atos. Precisam saber que suas ações terão consequências verdadeiras. Já ajudei advogados em seis ocasiões, quando pais de crianças vítimas de bullying processaram as escolas por negligência. Leis apropriadas para evitar o bullying podem ser ferramentas poderosas para atuar em conjunto com outras soluções.

Uma pesquisa Care.com revelou que pais americanos temem mais "amigo de Facebook" do que do "estranho no playground".

Sim. Infelizmente, as redes sociais são usadas como ferramentas para humilhar, constranger, difamar e machucar os outros. Como jovens estão em contato direto por meio do Facebook, Orkut, Twitter, o bullying ultrapassa o período que os alunos ficam na escola e invade todos os momento de sua vida. Fofocas se espalham mais rapidamente e para mais pessoas, num efeito destrutivo que é potencializado pela universalidade da internet. Alunos já me confessaram que se sentem outras pessoas na internet. Têm menos medo de falar o que pensam. Eles ficam presos numa espiral de "cyber-maldade" e disputam para ver quem é mais cruel que o outro.

No Brasil, temos o trote de calouros, uma espécie de bullying institucionalizado, que às vezes foge do controle. Já houve histórias de jovens cobertos com excremento, queimados por ácido ou mortos por afogamento.

Passar por experiências de maus-tratos não ser um rito de passagem. Cada vez menos universidades toleram esse tipo de atitude e cada vez mais delas tomam medidas de segurança para prevenir isso. A vida universitária deveria ser um momento de crescimento intelectual e emocional. Infelizmente, alguns jovens se sentem no direito de postergar sua maturidade às custas de outros.

Existe um videogame que se chama Bully. Para avançar no jogo, é preciso infernizar ao máximo a vida dos coleguinhas. Que influência esses jogos têm, de fato, sobre o comportamento dos jovens?

É lixo. Não precisamos de jogos assim. Que valor eles têm? De que forma ajudam a tornar o jovem uma pessoa melhor? Não sabemos ao certo o impacto que os videogames têm sobre a mente e o comportamento, mas essa relação lúdica com a violência geralmente se manifesta da pior forma quando o jovem está com raiva, frustrado ou desapontando com alguma coisa ou alguém. As pessoas são livres para tomar as próprias decisões e saber o que é bom para elas ou não. O que eu quero deixar claro para os pais é que esse tipo de jogo pode influenciar as atitudes de seus filhos, mesmo que eles não tenham total consciência disso.

Fonte: O Estado de S. Paulo

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Importantíssimo: Papa Bento XVI pronuncia discurso sobre a situação política brasileira


Hoje às 7 horas da manhã (horário de Brasília) o Papa Bento XVI recebeu em Roma os bispos da Regional Nordeste 5 (Bispos do Maranhão) e tratou da defesa da vida e do dever dos bispos de, sempre que necessário, se pronunciarem sobre eleições.

O que nos enche de alento é que o Sumo Pontífice – sem mencionar nomes – atacou projetos de direitos humanos (leia-se PNDH-3) que ferem o direito fundamental à vida:

"Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38)."

Outro trecho importante:

"Em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. Gaudium et Spes, 75)."

E também:

"Ao defender a vida não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo. (cf. Evangelium vitæ, 82)."

Por fim, o Papa considera a questão dos símbolos religiosos:

"Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara (…)?"

Leia abaixo a íntegra do discurso:

Amados Irmãos no Episcopado,

Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf.Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38).

Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo» (ibidem, 82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é «necessária — como vos disse em Aparecida — uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o “Compêndio da Doutrina Social da Igreja”» (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. «Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambigüidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana» (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).

Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve «encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política» (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade.

Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Benção Apostólica.

Fonte: http://press.catholica.va/news_services/bulletin/news/26281.php?index=26281〈=po (Os grifos são nossos).

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Em editorial, Financial Times diz que "Serra é melhor escolha"

Em editorial, o jornal britânico Financial Times defendeu nesta quarta-feira (27) que o candidato do PSDB à presidência, José Serra, "é a melhor escolha para o Brasil".

No artigo "Eleições Brasileiras - José Serra é a melhor escolha para presidente, por pouco", o diário sustenta que os dois principais candidatos ao Planalto são bastante similares, mas a eleição de Serra afastaria uma possível influência de Lula no próximo governo.

"Ambos (Serra e a candidata do PT, Dilma Rousseff) são notavelmente similiares. São sociais-democratas que crêem em políticas pró-mercado com forte componente social. São tecnocratas inoportunos. E são também desprovidos de charme", diz o jornal.

"Onde as diferenças existem, são pequenas mas significativas. Serra é mais linha-dura em termos fiscais. Com boa vontade, ele poria um fim no uso de esquemas extraorçamentários recentemente aplicados para cumprir as metas fiscais."

"Reduzir o gasto público, ainda ascendente apesar de uma economia em pleno vapor, também diminuiria as taxas de juros e assim limitaria a apreciação da moeda."

Para o FT, Serra também seria "menos indulgente" com o Irã, a Venezuela e Cuba.

Já Dilma, ressalta o editorial, "é a favor de um Estado maior, embora um quinto das maiores companhias de capital aberto já tenham, de uma forma ou de outra, ele entre seus cinco maiores acionistas".

"Mas a maior diferença talvez seja o papel que o popular padrinho de Dilma assumirá se ela ganhar - o que é provável, tendo em vista a sua vantagem de dez pontos nas pesquisas. Uma presidência paralela, como a de Putin na Rússia, é possível; assim como a volta de Lula ao poder em 2014 e 2018."

O artigo conclui afirmando que "pelo menos para interromper esta relação com o poder, Serra é a melhor escolha para o Brasil".


Fonte: Terra

domingo, 24 de outubro de 2010

Homem que se cuida não perde o melhor da vida

A saúde é um direito social básico e de cidadania de todos os homens brasileiros. Muitas doenças poderiam ser evitadas se os homens procurassem os serviços de saúde, evitando a dor física, emocional e o sofrimento da sua família.

Prevenir a doença no homem é melhorar sua saúde e qualidade de vida:
  • Adote uma alimentação saudável;
  • Não fume e evite bebidas alcoólicas;
  • Pratique exercícios físicos. 
  • Procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima.
Fonte: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem - Ministério da Saúde.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Confira: Perguntas e Respostas sobre a Superbactéria - Tire suas dúvidas


Quem entrar em contato com a KPC vai ficar doente?

A pessoa pode ficar apenas colonizada pela bactéria (tê-la no organismo, mas sem desenvolver nenhuma infecção). Se estiver saudável e com imunidade reforçada, a pessoa corre poucos riscos.

Quem está mais exposto?

O risco principal é para pacientes com baixa imunidade em UTIs, centros cirúrgicos e emergências.

Como é possível eliminar a superbactéria?

O controle da transmissão entre pacientes e o uso correto de antibióticos são as principais providências. A proliferação pode ser barrada com o isolamento de pacientes que apresentem sintomas e também de pessoas contaminadas e que não tenham sinais.

Como se dá a infecção?

As bactérias produtoras de KPC são disseminadas de paciente a paciente através de mãos mal higienizadas de profissionais de saúde e de visitantes em hospitais. Uma vez que um paciente seja exposto à bactéria, poderá ocorrer colonização. Vai depender da quantidade de bactérias e da resistência do paciente. Caso ele seja colonizado, poderá ocorrer invasão do corpo (infecção).

Qual é a diferença entre colonização e infecção?

A colonização é a presença de bactérias na pele e nos tratos gastrointestinal ou respiratório, sem invasão de tecidos. A infecção consiste na invasão de tecidos por bactérias que previamente os colonizavam.

Por que lavar as mãos?

A lavagem das mãos com sabão ou com álcool gel é importante para evitar o transporte de germes. O simples contato de pele pode não transmitir a bactéria, mas ajuda a espalhá-la.

Por que se deve diminuir o uso de antibióticos?

O abuso de antibióticos extermina as bactérias comuns, mas não afeta a superbactéria, que é resistente. Sem competição por espaço e alimento, a superbactéria se prolifera.

Onde a bactéria se prolifera?

Ela é transmitida principalmente em ambientes hospitalares, onde a baixa imunidade de pacientes favorece a proliferação.

Onde as bactérias KPC podem ser encontradas?

Em fezes, na água, no solo, no trato gastrointestinal, em vegetais, frutas e nos cereais. Provocam normalmente pneumonia e infecções urinárias.

A bactéria que está causando problemas no Brasil é mesma que vem causando preocupação outros países?

As bactérias KPC estão se disseminando em todo mundo, mas não devem ser confundidas com a NDM-1, que ganhou notoriedade recentemente na Ásia e Europa e ainda não foi registrada no Brasil.

Como se prevenir

Se entrar em ambiente hospitalar, você deve se prevenir lavando as mãos, de preferência com álcool gel. A limpeza deve ser feita antes e depois de estar com pacientes, para evitar uma possível proliferação. Nos hospitais, evite tocar em objetos e superfícies, como macas, mesas e portas. Não faça uso desnecessário de antibióticos. Algumas farmácias costumam vender esses medicamentos para doenças que poderiam curadas de outra forma. Procure um médico.

O histórico

2005

Ocorre o primeiro registro da superbactéria KPC no Brasil. O caso ocorreu em Recife (PE).

2008

A bactéria chega ao Hospital das Clínicas de São Paulo. Desde então, já são 70 casos na instituição.

2009

Em Londrina, no Paraná, 27 pessoas foram identificadas com contaminação pela superbacteria.

2010

A superbactéria se prolifera. O Distrito Federal vive a pior situação: 183 casos e 18 mortes.

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A superbactéria, conhecida como KPC, já matou 18 pessoas no Distrito Federal. Também há casos confirmados no Paraná e em São Paulo. Em Santa Catarina, houve três registros nos últimos dois anos, o que não caracteriza surto.
Para evitar a proliferação, hospitais estão intensificando medidas de higienização e isolando pacientes que chegam de outras UTIs. Mas que visita os pacientes internados também deve ficar alerta:
— As mãos devem ser lavadas antes e depois de entrar no hospital. Também é preciso evitar contato físico no leito do paciente — ressalta a infectologista Regina Célia Santos Valim.
Antibióticos
Outro alerta dado por Regina é para a questão do uso frequente de antibióticos pela população. Isso porque as bactérias sofrem mutações e vão se tornando mais resistentes aos medicamentos. É o caso da KPC, que faz parte de um grupo de bactérias, que começa a preocupar os especialistas.

— Há uma dificuldade muito grande de produzir novos medicamentos para a bactéria, que é muito resistente — alerta a infectologista.

O número de pessoas contaminadas pela bactéria KPC no Distrito Federal (DF) aumentou 69,44% em menos de duas semanas. Segundo informações divulgadas pela Secretaria de Saúde, o total passou de 108, no dia 8 de outubro, para 183, em 17 hospitais. Dos 183 portadores da KPC, 46 tiveram quadro de infecção e 61 continuam internados em hospitais públicos e privados.

Contra superbactéria, Anvisa obriga álcool gel em hospitais


Fonte: Terra

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A farsa do fim da dívida externa

Dívida pública e remessas de lucros aumentam no governo lula


“O Brasil zerou sua dívida externa e já é agora credor”. Foi o anúncio realizado com estardalhaço pelo governo Lula no dia 21 de fevereiro. No entanto, apenas um olhar mais atento basta para ver que o Brasil não se tornou credor dos outros países, nem pagou a dívida externa.

Ao contrário do que é dito, a dívida segue existindo e consumindo grande parte dos recursos que iriam para a área social. Segundo os dados divulgados pelo governo, o total de ativos do país em dólares já supera a dívida externa do setor público e privado. Isso significaria que toda a dívida externa poderia ser paga utilizando apenas as aplicações dos setores público e privado no exterior. Só as chamadas reservas internacionais acumulavam US$ 180,3 bilhões no final de janeiro. O total de ativos do país teria superado, assim, o valor da dívida externa em U$ 4 bilhões.

Dívida externa versus dívida interna

A informação que os jornais relegavam em segundo plano, no entanto, é a chave pra entender a manobra realizada pelo governo. A política do governo Lula foi de trocar a dívida pública externa pela interna. Desta forma, enquanto alardeia o fim da dívida externa, a dívida interna do país está a inacreditáveis R$ 1,2 trilhão, ou 65% do PIB, o valor de tudo o que o país produz em um ano. Os títulos da dívida interna emitidos pelo governo são mais caros e de prazos mais curtos. O governo paga aos títulos da dívida interna juros de 12,8% ao ano, maiores que a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 11,25%. Desta forma, a dívida só aumenta. Em dezembro de 2006 era de R$ 1,092 trilhão. Doze meses depois somava R$ 1,224 trilhão.

A dívida pública total, interna e externa, estava em R$1,311 trilhão em janeiro deste ano. Só em 2008 vencem R$ 400 bilhões em títulos da dívida. Isso significa que, ao contrário do discurso do governo, os gastos com a dívida aumentam cada vez mais. Só em janeiro, o Brasil pagou nada menos que R$ 13,4 bilhões de juros da dívida. Para se ter uma idéia, o Projeto de Lei Orçamentário para 2008 prevê R$ 12,7 bilhões para a educação durante todo o ano.

O valor pago com juros só em janeiro também é maior que todo o orçamento do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, responsável pelo Bolsa Família, de R$ 13,2 bilhões. Não por acaso, o anúncio de que o país se tornara “credor” foi realizado em meio à crescente crise financeira e econômica que se espalha no mundo a partir dos EUA. O esforço é apresentar o Brasil como uma ilha de tranqüilidade imune aos efeitos da crise, alcançando o chamado grau de investimento (investiment grade), espécie de selo de qualidade concedido pelas agências internacionais de classificação de risco aos países bons pagadores de suas dívidas.

Reservas internacionais

Um dos principais feitos do governo, segundo a propaganda maciça desencadeada nos últimos dias, refere-se às chamadas reservas internacionais. Ela serviria para conferir tranqüilidade aos investidores estrangeiros, garantindo o pagamento em dia da dívida. A chamada dívida externa é o conjunto da dívida contraída no exterior pelo setor público e as empresas aqui instaladas. Nessa conta entra tanto a dívida contraída por governos como por empresas. Desta forma, uma dívida contraída por uma filial de uma multinacional com sua própria matriz, seria contabilizada como dívida externa. Já as reservas internacionais são os depósitos do Banco Central em moeda estrangeira, principalmente o dólar.

Quando há um investimento estrangeiro no país, o BC toma esses recursos e repassa o equivalente em moeda nacional. Já quando as empresas remetem lucros às suas matrizes no exterior, por exemplo, elas trocam o real pelo dólar guardado no Banco Central. Ou seja, as chamadas reservas internacionais são a garantia de que o governo e as empresas aqui instaladas honrarão seus compromissos no exterior. E como o governo consegue acumular esses recursos em moeda estrangeira? Além da balança comercial favorável, ou seja, os dólares que entram no país através das exportações, o governo concedeu total isenção de imposto aos investimentos estrangeiros.

Os especuladores podem injetar dólares no país sem o menor custo, o que aumentou o investimento externo. Com a valorização do real, os especuladores trocam títulos da dívida externa, em dólar, por títulos da dívida interna, em real valorizado e com juros maiores. Os dólares em desvalorização ficam com o Banco Central. Grande parte das reservas, porém, vem do chamado superávit primário, a economia que o governo faz cortando investimentos e aplicando uma política de arrocho nas contas públicas, tirando recursos de setores como saúde e educação.

Economia dependente

O ufanismo comprado por boa parte da imprensa dá conta que agora “os gringos é que devem ao Brasil”, conforme estampou na capa o jornal Correio Braziliense. No entanto, nunca a economia do país foi tão dependente quanto no governo Lula. O real valorizado em relação ao dólar, assim como a economia desnacionalizada, impulsionam a remessas de lucros ao exterior. Em 2007, as filiais das multinacionais remeteram R$ 21,2 bilhões às suas matrizes, um recorde. Com a crise econômica nos EUA, essa tendência vai se aprofundar.

A crise financeira deve ainda diminuir o montante de investimentos estrangeiros. A demanda por exportações, oriunda principalmente da China, também sentirá os efeitos da recessão norte-americana. Seguindo sua política econômica pró-imperialista, o governo, através do Banco Central e sua equipe econômica, já anunciou que manterá a meta de superávit e, diante das turbulências internacionais, ameaça aumentar a taxa de juros.

Se existe alguma mudança, principalmente no que se refere às bandeiras da esquerda, é que precisaremos falar de “dívida pública” ao invés de tão somente “dívida externa”. De resto, continua tudo como está, só que pior. A exigência de ruptura com o imperialismo e do não pagamento das dívidas segue atual. O que é economizado para pagar juros deve ser investido no povo brasileiro, o maior credor de todos os governos deste país, incluindo o de Lula.

Governo troca dívida externa por interna

Em 1999, quando a dívida externa atingiu seu pico, totalizando US$ 225 bilhões, o governo pagou US$ 60,7 bilhões só de juros. Já em 2007, com a explosão da dívida interna, o país desembolsou R$ 237 bilhões com juros e amortizações da dívida, ou US$ 140 bilhões. Só de juros foram pagos R$ 160 bilhões, ou US$ 94 bilhões. Em janeiro de 2008, o total da dívida pública estava em R$ 1,3 trilhão. Foram pagos no mês R$ 13 bilhões só de juros. Para comparar, o Orçamento de 2008 prevê R$ 12,7 bilhões para a educação.

O que é dívida externa

A dívida externa são os compromissos assumidos pelo governo e empresas aqui instaladas com bancos e investidores estrangeiros, em dólar principalmente. No caso da dívida externa pública, é uma espécie de empréstimo que o governo faz, emitindo títulos em que incidem os juros da taxa básica de juros. Já a dívida interna é aquela contraída pelo setor público através da emissão de títulos em real. Investidores estrangeiros compram títulos da dívida interna, em real e, com a desvalorização do dólar, lucram duplamente. Tanto pela valorização do real quanto pelos juros extorsivos. Quanto mais dólares entram no país, mais ele se desvaloriza frente ao real e mais os especuladores ganham.

Fonte: PSTU, Diego Cruz, 26/2/2008.

PORQUE VOTAREI EM JOSÉ SERRA

O Brasil vai bem, obrigado. O desemprego é um dos mais baixos da história recente. O salário mínimo está recuperando o valor de compra. Milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza nos últimos 16 anos. E o Brasil passou quase incólume pela crise financeira internacional que, em 2008, foi um tsunami no  mundo. Devemos crescer até 7% este ano.

Só que, ao contrário do que apregoa o PT, nada disso se deve ao populista Lula. Ele está surfando em cima da herança bendita que recebeu de Itamar Franco e Fernando Henrique e da qual se apossou sem dar os devidos créditos autorais.

Lula encontrou o Brasil com a economia saneada pelo Plano Real que, em 1994, quebrou a espinha dorsal da hiperinflação.

A inclusão social começou aí. A hiperinflação era o imposto mais cruel que caía sobre os pobres e os trabalhadores que, até então, viam cada vez mais dias sobrarem ao final dos seus salários.
Lula e o PT ficaram contra o Plano Real, mesmo sabendo que ele era aprovado pelos brasileiros que elegeram FHC, já no primeiro turno, em 94 e 98.

FHC criou a Rede de Proteção Social que desenvolveu cinco programas sociais, entre outros: o bolsa-escola, o bolsa-alimentação (iniciativa de Serra quando ministro da Saúde), o vale-gás, o programa de erradicação do trabalho infantil e o programa para jovens em situação de risco.

Em 2002, essa rede beneficiava  37,6 milhões de brasileiros, com investimento de R$ 30 bilhões.
Lula pegou esses cinco programas sociais e os juntou num só, “inventando” o Bolsa Família, sem pagar direitos autorais, de novo.

Contra o voto do PT, FHC criou o Fundef, que colocou 97% das crianças entre 7 e 14 anos da sala de aula e aumentou os salários dos professores, principalmente no Norte e Nordeste.
No Planalto, Lula esqueceu o que dissera sobre o Fundef e “criou” o Fundeb, também sem pagar direitos autorais.

Lula e o PT se opuseram à Lei de Responsabilidade Fiscal, que acabou com a gastança de prefeitos e governadores. Entraram inclusive no STF com questionamento de inconstitucionalidade.
Ao assumir o Ministério da Fazenda, Antônio Palocci tratou de anunciar que respeitaria essa lei.
Lula e Palocci também anunciaram que haveria um prazo de dois anos para permitir a transição da política econômica de FHC para uma “política dos trabalhadores”. A política de FHC continua sendo executada até hoje, oito anos depois...

E ainda acusam FHC de ser “neoliberal”... 

Os petistas dizem que FHC quebrou o monopólio do petróleo. É mentira.
O monopólio passou para a competência da União e a Petrobrás ficou liberada para firmar parceria com empresas estrangeiras. Foi a atuação da Petrobrás com a British Petroleum e a portuguesa Galp que permitiu a descoberta do megacampo de Tupi e do petróleo do pré-sal. Com a necessidade da competição, a empresa avançou mais ainda em sua gestão, se tornando uma das maiores empresas do mundo, antes mesmo do Lula tomar posse.

O PT foi contra a privatização das telecomunicações. Com o monopólio da Telebrás, telefone era item de declaração obrigatória ao Imposto de Renda. Depois da privatização, o telefone celular anda no bolso até das faixas mais pobres da população. Hoje, existem mais celulares no país do que brasileiros...

O PT condenou, até com pontapés, a privatização da Vale do Rio Doce. Entre 1943, ano da fundação, e 1997, quando foi privatizada, a Vale investiu, em média, US$ 481 milhões por ano e teve lucro líquido de US$ 192 milhões.

De 1998 até 2009, a CVRD investiu US$ 6,1 bilhões e teve lucro de US$ 4,6 bilhões. O recolhimento de impostos saltou de US$ 31 milhões para US$ 1,093 bilhão por ano.
Embora tivesse denunciado essas privatizações como “neoliberais”, Lula não mexeu nelas. Então, Lula também é neoliberal. Ah, na campanha de 2002, ele chegou a apontar a privatização da Embraer como modelo.

FHC saneou o sistema financeiro. Depois do Plano Real, grandes bancos perderam receita inflacionária e quebraram. FHC criou o Proer e restabeleceu a confiança dos depositantes.
Quando a crise internacional de 2008 bateu aqui, os bancos estavam saneados e não houve a quebradeira que aconteceu nos EUA e Europa.

Nesta ocasião, Lula anunciou que mandaria uma cópia do Proer para ajudar a sanear os bancos dos EUA... De novo, não pagou os direitos autorais.

Lula extinguiu, em 2006, os mutirões criados por José Serra e que atendiam os mais idosos e pobres, operando-os de catarata, varizes, próstata, câncer de mama e  colo de útero. A conseqüência foi a explosão dos casos de cegueira por catarata entre os brasileiros mais pobres. A fila de espera por uma cirurgia de catarata não é de menos de seis meses.

José Serra tem 40 anos de história. Foi presidente da UNE, quando ela era, ainda, a União Nacional dos Estudantes e não um covil de pelegos. Exilou-se no Chile, em 1964.
Foi secretário do Planejamento do governador Franco Montoro e coordenou a organização do plano de governo de Tancredo Neves.

Lula e o PT dizem que lutaram pela redemocratização. Eles mentem, de novo, pois ficaram contra a eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral, tendo expulsado os seus três Deputados Federais (Beth Mendes, José Euler e Airton Soares) que desobedeceram o partido e votaram em Tancredo.

Em 1988, se recusaram a assinar a nova Constituição, com o argumento de que era uma Constituição conservadora, não entendendo a sua importância para a construção e o aprofundamento da democracia, novamente conquistada depois de mais de vinte anos de ditadura militar.

Em 1992, após o impeachment de Collor, com medo das dificuldadades da luta contra a inflação atingirem o favoritismo de Lula para a sucessão presidencial de 1994, recusaram participar do governo democrático de Itamar Franco. Luiza Erundina, inclusive, teve que pedir licença do partido para ser Ministra de Itamar. Mais tarde, acabou saindo definitivamente do PT.

Como deputado, Serra tirou do papel o FAT que, hoje, dá um oxigênio ao trabalhador que fica desempregado.

Ministro da Saúde, Serra criou os genéricos. Anunciou que as patentes de remédios não poderiam prevalecer sobre a saúde e conquistou o apoio da Organização Mundial da Saúde. Desde então, as patentes dos medicamentos podem ser quebradas em caso de risco de pandemias ou emergências.
Serra multiplicou por 9 as equipes do Programa de Saúde da Família. Criou também os mutirões de saúde. E promoveu campanhas de vacinação para os idosos.

Já Dilma Rousseff faliu como dona de uma lojinha que vendia produtos a R$ 1,99 em Porto Alegre. Secretária das Finanças de Porto Alegre, deixou a Prefeitura falida, como denunciou o seu sucessor, Políbio Braga.

Ministra das Minas e Energia, Dilma apagou do site do MME as realizações do Luz no Campo criado por FHC. Depois, “inventou” o Luz para Todos, também sem pagar direitos autorais.
Escolhida candidata, indicou Erenice Guerra para substituí-la na Casa Civil. Erenice tratou logo de arrumar “bolsas-família” e confortáveis sinecuras para o maridão, os filhos, os irmãos, os cunhados, os namorados e as namoradas dos filhos e velhos amigos.

Votar nela é escolher Dunga – que nunca treinou um time de várzea – para ser o técnico da seleção brasileira. Deu no que deu.

Dilma é uma cristã-nova no PT. Vai ser refém de petistas como José Dirceu, que domina a máquina, foi o chefe do mensalão, que realizou o maior ataque à nossa democracia, com o pagamento de propinas mensais para conquistar o apoio de parlamentares corruptos às propostas do governo.

Dilma será uma nova Isabelita Perón que, ao suceder o marido, Juan Domingo Perón, como presidente da Argentina, na década de 70, não conhecia o país (vivera na Espanha) e nem o Partido Peronista. Tornou-se refém  do ministro da Previdência, José López Rega, que era um fascista e iniciou uma guerra de extermínio contra os peronistas de esquerda.

O país mergulhou numa guerra civil não declarada e na hiperinflação. Os militares deram um golpe e enfiaram a Argentina nas trevas da ditadura e da “guerra suja” das quais não se recuperou até hoje.
José Dirceu já percebeu as fraquezas de Dilma. Quando anunciou que a  sua eleição  seria o fortalecimento do PT,  estava se candidatando a ser o López Rega de Dilma. O plano de José Dirceu, acusado formalmente e processado com o chefe da quadrilha do mensalão é: 

Avermelhar o Brasil, ou seja, implodir a Democracia para implantar o regime leninistas-stalinistas-chavistas-castristas – que significa, de início, o seguinte:

1.      Anular a CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA. 
2.      Aprovar a CONSTITUINTE PETISTA – Todos submissos à cartilha populista do PT.
3.      Instaurar o REGIME SOCIALISTA sob comando dos delinquentes de estimação do PT.
4.      Fomentar o CONFLITO DE CLASSES para consolidar o regime, a tirania e OPRESSÃO.

A 2ª FASE do PLANO, que já faz parte do programa de desgoverno da Dilma e do Zé Dirceu é:

1.      Suprimir da Constituição as GARANTIAS INDIVIDUAIS
2.      Acabar com o SIGILO FISCAL
3.      Eliminar o DIREITO DE PROPRIEDADE
4.      Acabar com a LIBERDADE DE IMPRENSA. 

Por tudo isso, no dia 31, votarei em José Serra, para o bem do Brasil e do Povo Brasileiro. 

Ruy Câmara.
Fonte: http://blogdoescritorruycmara.blogspot.com/

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Como identificar contradições de um político através da imagem corporal

Allan e Barbara Pease já dizia que as pessoas desenvolveram um fascínio pela linguagem corporal dos políticos porque, como todo mundo sabe, às vezes os politicos fingem acreditar em coisas em que não acreditam ou tentam dar a impressão de que são o que na verdade não são.

Passam boa parte do tempo esquivando, fazendo rodeios, sendo evasivos, fingindo, mentindo, escondendo suas emoções e sentimentos, lançando cortinas de fumaça, jogando areia nos olhos das pessoas e acenando para amigos imaginários na multidão.

Mas, como sabemos instintivamente que eles acabarão tropeçando nos sinais contraditórios da linguagem corporal.

A linguagem do corpo é reflexo externo do estado emocional da pessoa. O segredo é captar o estado emocional, escutando o que ela diz e observando seus gestos e atitudes.

Mãos espalmadas para baixo: a pessoa projeta imediatamente seu autoritarismo. Lembre-se do gesto de Hitler;

Mãos fechada com o dedo apontado: é semelhando o de um punho segurando um porrete - representado pelo dedo indicador - com o qual o orador impõe submissão aos seus ouvintes. Novamente aqui o AUTORITARISMO. A mão fechada com o dedo apontado é um dos gestos mais irritantes que um orador pode usar, particularmente quando marca o compasso das suas palavras.

Nossa experiência com o público nos dá notícia que o dedo apontado suscita sentimentos negativos na maioria dos ouvintes.

A população precisa entender que eleger oradores rudes, belicosos, e agressivos no dia 31 de outubro estará assinando sua própria sentença para o sofrimento, porque da parte destes não há nenhuma empatia, apenas GANÂNCIA por PODER, DOMINAÇÃO e ENGODO.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Panfleto distribuído em Aparecida pede voto em quem é contra o aborto

Um panfleto atribuído à Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) foi distribuído nesta terça-feira (12) nas entradas da Basílica em Aparecida (SP). O documento, intitulado "Votar bem", prega o voto em quem não defende o aborto e critica o PT. A Basílica recebe hoje milhares de fiéis por causa do dia da padroeira do Brasil. O aborto tem sido tema da campanha presidencial.


O panfleto critica o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos do governo Lula, que, segundo ressalta o documento, é "assinado pelo atual presidente e pela ministra da Casa Civil [Dilma Rousseff], no qual se reafirmou a descriminalização do aborto".

O panfleto diz ainda que, em fevereiro deste ano, durante o quarto congresso nacional do PT, a sigla manifestou apoio incondicional ao programa.

"Este mesmo congresso aclamou a ministra da Casa Civil como candidata oficial do Partido dos Trabalhadores para a Presidência da República", registra o panfleto. Ao fim, o documento recomenda que, nas eleições, os cidadãos deem seu voto somente a candidatos ou candidatos e partidos contrários à descriminalização do aborto.

O UOL tentou contato com representantes da Igreja para que comentassem o conteúdo do panfleto, mas ninguém se manifestou. O telefone do escritório da Regional Sul 1 não atendeu. A assessoria de imprensa da CNBB nacional informou que desconhecia o documento e que somente a regional poderia comentar.

Em Aparecida, os responsáveis por atender a imprensa afirmaram que só cuidavam das festividades da padroeira e não poderiam falar sobre o documento, mesmo tendo sido distribuído nas entradas da Basílica. Uma das pessoas que entregavam a nota e que não quis se identificar afirmou ser de uma paróquia de Taubaté (SP).

Em janeiro deste ano, a mesma regional da CNBB havia distribuído uma nota em que acusava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser o "novo Herodes". Herodes, segundo a Bíblia, ordenou a "matança de inocentes". A nota de janeiro se referia também ao 3º Programa Nacional de Direitos Humanos.

Fonte: Uol

domingo, 10 de outubro de 2010

Londres & Roma - próxima viagem...

PSF Santa Isabel I - realiza oficina com pacientes hipertensos e diabéticos


A proposta seria os pacientes refletirem sobre os riscos à saúde contidos nos alimentos como sal, gordura e açúcar se consumidos em quantidades elevadas. Portanto, encher os balões (simbolizando a VIDA) e posteriormente atravessá-los com um espeto de madeira (simbolizando a DOENÇA). O ideal é não deixar estourar.

Reflexão: sobre a escolha dos alimentos, o controle das compulsões alimentar, monitorar os sentimentos negativos, fazer opção por conviver com mais harmonia, socializar, buscar ser feliz mesmo em meio a dor. Através da dinâmica a comunidade percebeu a importancia da prevenção.

sábado, 9 de outubro de 2010

Estabelecimento de um regime ditatorial moderno

O regime ditatorial moderno quase sempre resulta de convulsões sociais profundas, geralmente provocadas por revoluções ou guerras[carece de fontes?]. Também houve muitos regimes ditatoriais que decorreram das disputas políticas da guerra fria.[carece de fontes?] Nem sempre as ditaduras se dão por golpe militar, podem surgir por golpe de estado politico; exemplo de movimento desta ordem se deu quando ocorreu a ditadura imposta por Adolf Hitler na Alemanha nazista (nazi). O golpe se desencadeou a partir das próprias estruturas de governo, com o estabelecimento de um estado de exceção e posteriormente, a supressão dos outros partidos e da normalidade democrática.

Métodos de manutenção do poder

As ditaduras sempre se utilizam de força bruta para manterem-se no poder, sendo esta aplicada de forma sistemática e constante.[carece de fontes?] Outro expediente é a propaganda institucional, propaganda política constante e de saturação, de forma a cultuar a personalidade do líder, ou líderes, ou mesmo o país, para manter o apoio da opinião pública;[carece de fontes?] uma das formas mais eficientes de se impor à população um determinado sistema é a propaganda subliminar, onde as defesas mentais não estão em guarda contra a informação que está a se introduzir no inconsciente coletivo[carece de fontes?].

Esta se faz por saturação em todos os meios de comunicação[carece de fontes?]. A censura também tem um papel muito importante, pois não deixa chegar as informações relevantes à opinião pública que está a ser manipulada.[carece de fontes?] Desta forma, ficam atados os dois extremos: primeiro satura-se o ambiente com propaganda a favor do regime, depois são censuradas todas as notícias ruins que possam vir a alterar o estado mental favorável ao sistema imposto.

Fonte: Wikipedia

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Adolescentes, Quem Ama Educa

Tiba dá continuidade ao seu célebre livro Quem Ama Educa , dedicando-se agora especificamente ao adolescente. Começa separando dois tipos deles: geração Tween e geração Carona, sendo o primeiro muito chegado ao consumismo (que deve ser limitado) e o segundo que continua dependendo dos pais, mesmo depois de adultos.

Uma das características dos adolescentes de hoje é que adoram a escola "mas as aulas atrapalham".

Tiba comenta as fases confusas destes jovens, como na puberdade (cerca dos 9 anos para elas e os 11 para eles, em média). Os meninos se perdem mais, gerando a síndrome da 5ª e/ou 7ª série. Os jovens na puberdade (elas a menarca, eles a semenarca) tendem a ser onipotentes: podem tudo e sabem tudo. O jovem adolescente masculino tem atração pela pornografia e se preocupam com o próprio sexo, enquanto que as meninas são mais tranqüilas. Mas ambos geralmente não aceitam ajuda. A confusão é maior na fase do "estirão", quando o corpo se desenvolve rapidamente, gerando angústia e timidez. Tiba compara as mulheres como polvo (conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo)e os homens cobra (concentram-se mais numa coisa), mas considera a idade do estirão como idade do sapo, quando se sentem feios e sabichões (mas imaturos).

É um período de organização do cérebro, ideal para a aprendizagem, principalmente das línguas. O conflito é presente, entre o mundo interno e o externo: Penso (sinto e ajo), logo existo.

Lembrar que a agressividade engolida pode ser transformada em depressão, como ocorre com as mães. E não devemos engolir sapos!

Os filhos costumam ser Euista (não apenas egoísta) que vêem apenas o próprio Eu, e as mães Outroista (mais que altruísta) onde vêem apenas eles.

O aqui e agora dos jovens são expandidos, condicionando o agora ao passado e ao futuro, às vezes chantageando os pais.

Para conseguir o equilíbrio necessário, devemos ser preocupados com os principais valores (superiores) da vida:

1. Amor, sob todas as formas;
2. Gratidão, reconhecendo os benefícios recebidos;
3. Cidadania, sendo responsável;
4. Religiosidade, procurando uns aos outros;
5. Disciplina, como qualidade de vida e convivência;
6. Solidariedade, para poder compartilhar;
7. Ética, o que é bom pra você, é bom para o outro.

Quase todos os jovens pensam em Poder, Dinheiro e Fama, produtos de ações progressivas: o primeiro acaba com a idade, o segundo passa sempre de mão em mão, e a fama é efêmera. Por isso eles devem ser educados a pensar nos 7 valores superiores.

Nas famílias costumam conviver os Folgados e os Sufocados, onde os jovens não querem fazer nada e obter tudo, e os pais sentem-se sufocados para atende-los... Algumas fases, como passar no vestibular ou possuir o primeiro carro, tornam-no ainda mais folgados, aumentando sua onipotência. A bebida, a droga e a paixão também contribuem para isso.

Sobre o problema das drogas, Tiba lembra os tipos de pais diante disto: Os crédulos, os desafiados, os autoritários, os sempre certos, os perdidos, os ocupados e os descontrolados. Todos "pais problemas" diante de "filhos problemas".

A onipotência dos filhos é alimentada pela apologia do prazer gerada pelos pais: sacrificam-se para contentá-los. Não! Os sacrifícios devem ser de ambos.

A pedra filosofal do relacionamento humano: Ser progressivo.

Progressivo: Ajudar quem está abaixo, Associar-se com quem está ao lado, Admirar quem está acima. Ou acaba sendo retrógrado.

O relacionamento passa por um filtro: separa semelhantes dos diferentes e conhecidos dos desconhecidos.

A pessoa progressiva está sempre pronta para aprender, dando importância aos outros, com desejo de igualdade, consciência da relatividade de tudo e o sentimento de pertencer a este universo.

O preconceito é o veneno mortal dos relacionamentos.

Os jovens muitas vezes se perdem nos devaneios em vez de sonhos, quando não existe projeto. Seus sonhos são projetos de empreendedor e não de esperador, e a família deve funcionar como uma grande equipe.

Os pais devem saber separar o amor dadivoso (como quando se dedicam ao bebê) do amor construtivo, amor que ensina e que exige. Devem saber separar o essencial do supérfluo, procurando negociar e regulamentar as ações com os filhos. Não aceitar a tirania destes. Evitar o assédio moral deles, que as vezes chantageiam para conseguir as coisas. O amor deve ser de retribuição, onde um ajuda o outro, principalmente os filhos adultos ajudando os pais idosos.

Os pais muito ocupados devem aprender a fazer sempre uns "pit-stops" para atender os filhos com certa freqüência. Lembrar que certas coisas não se negociam como o estudo, a higiene, a honestidade,...

Quanto ao estudo, Tiba enfatiza que não se aprende com quem não se respeita. Pais e professores devem conseguir ser respeitados. Estudos maçantes e professores chatos não se comparam com chefes exigentes. É preciso delegar tarefas e cobrá-los para discipliná-los.

Importante nos dias de hoje a educação financeira: saber poupar para investir, e não só gastar. Dez regras básicas:

1. Mais fácil gastar que receber;
 2. Impor-se limites às vontades;
3. Na vida mais frustração que felicidade;
4. Determinar as prioridades;
5. Procurar o essencial, não o caro;
6. Não gastar o que não ganhou;
7. Frustração e sofrimento impõem limites;
8. Procurar aumentar a renda;
9. Tudo se transforma: dinheiro x coisa;
10. Planejamento é essencial.

Para desenvolver a performance profissional: procurar a relação custo-benefício, valorizar o estágio antes do emprego, ser progressivo e evitar os retrógrados, buscar a competência e o comprometimento, a informação, o conhecimento e o empreendedorismo.

Sobre o primeiro emprego o jovem deve lembrar da fábula da formiga e da cigarra e também de sua versão pós-moderna, onde a cigarra tem também seus méritos. Porém ambos devem ser preparados para o trabalho. As falhas na escola e na família atingem a auto-estima.

Na relação dos pais empresários com os filhos, existem os extremos: os pais que querem os filhos com a vassoura e os que querem que cheguem mandando. Buscar o equilíbrio. Cuidado com os filhos que largam os estudos quando os pais garantem o emprego:

Mente vazia é oficina do diabo e corpo parado é brejo mofado.

O pai deve procurar ser um "Paitrocinio": ajudar o filho na busca pelo primeiro emprego, mostrar a importância nesta hora de ser responsável e consciente, entrar e sair pela porta da frente. E na sucessão familiar resolver primeiro os problemas pessoais.

No quesito do dinheiro, lembrar que os desvios em casa podem acarretar problemas de ética no futuro social. O dinheiro sem controle pode dar chances para droga, furtos, pirataria, bullyng.

Resumindo: os pais devem estar presentes com os filhos, dialogar, buscar o equilíbrio, evitando que estes sejam folgados e que o tornem sufocados, dando exemplo de cidadania e ética. Não engolir sapos, mas não impedir que sonhem. Pais respeitados porque tem autoridade e não são autoritários. Os omissos serão desprezados.

Sugere-se a leitura do Livro: "Disciplina, LIMITE na medida certa" - autor Içami Tiba - Editora Gente.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O eleitor tem a força

Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

A rigor não há surpresa na realização do segundo turno, bem como não haveria razão objetiva para o presidente Luiz Inácio da Silva ter saído de cena nem para Dilma Roussef e a cúpula da campanha terem entrado em cena com jeito de derrotados no pronunciamento da candidata domingo à noite.

O mais confiável dos institutos (por não trabalhar para nenhuma campanha), o Datafolha, na véspera indicava que Dilma teria entre 48% e 52% dos votos e José Serra teria entre 29% e 33%. O eleitor deu 46% para ela e 32% para ele.

O problema de quem acredita em fabulações é do crente e não da fábula.

O problema de quem acredita em fabulações é do crente e não da fábula.

Quanto a Lula e o PT, praticamente só colheram vitórias: transferência inédita e espetacular de todos os 47milhões de votos de Dilma; o primeiro lugar com 14 pontos porcentuais à frente da oposição; a dianteira em 18 estados da federação; maioria incontestável na Câmara e no Senado; derrota de adversários importantes (Tasso Jereissati, Artur Virgílio e Marco Maciel); eleição dos campeões de voto na coligação lulista: dos governadores com mais de 80% dos votos aos deputados Garotinho e Tiririca.

Apenas não se realizaram todos os desejos de Lula e isso foi o suficiente para que naquele momento se instalasse a frustração óbvia nos semblantes dos correligionários de Dilma e, sobretudo, para a ausência de Lula não freqüenta cenário adverso.

Lula não conseguiu realizar a fantasia de ver o eleitorado fazer o cotejo entre ele e Fernando Henrique Cardoso e ainda viu a eleição surpreendente de Aluisio Nunes Ferreira ao Senado por São Paulo, o único a fazer de FH seu cabo eleitoral.

Lula não conseguiu varrer o PSDB do mapa paulista _ ao contrário, perdeu no primeiro turno no primeiro colégio eleitoral, bem como assistiu à vitória de A a Z dos tucanos no segundo colégio, com Aécio Neves tirando Fernando Pimentel e o PMDB do jogo. Tanto desgaste em Minas para nada no que tange à política estadual.

Lula não conseguiu dizimar o DEM. O partido saiu da eleição com dois governadores (RN e SC) sendo um deles eleito exatamente no estado onde o presidente há poucos dias fez o discurso convocando à extirpação.

Lula, pela quinta vez, não conseguiu ganhar no primeiro turno.

Lula não conseguiu impor sua vontade, foi obrigado a recuar do tratamento arrogante de quem se acreditou mesmo acima do bem e do mal, achando que estava realmente autorizado a dizer ou fazer qualquer barbaridade impunemente.

E por que Lula não conseguiu prevalecer sobre todo e sobre tudo? Porque de verdade só quem tem a força absoluta é o eleitorado. Este disse em bom som um alto lá ao presidente, informando-se que o poder tem limites e que os impõem não as pesquisas de véspera: são as urnas no dia D.

Como líder político influente ele induz, mas não substitui a vontade das pessoas.

Bom de briga. Não obstante a deslealdade de alguns métodos, o PT sabe fazer uma disputa política. Por exemplo: soube formar um ambiente favorável a Dilma desde os tempos de magras intenções de votos dizendo, repetindo e sustentando com pesquisas contratadas, que ela ganharia no primeiro turno.

Na comunicação foi imbatível, porque convenceu a imprensa a repetir a "tendência" como se fora certeza absoluta.

A realidade não confere? Culpa das pesquisas.

Marina. A candidata do PV saiu-se muitíssimo bem no crescimento da reta final até a conquista de quase 20 milhões de votos.

Mas daí a classificá-la como uma "nova força política" para além da fronteira do ambiente eleitoral, vai uma distância de léguas a percorrer antes de chegar lá.

Mas daí a classificá-la como uma "nova força política" para além da fronteira do ambiente eleitoral, vai uma distância de léguas a percorrer antes de chegar lá.

O eleitorado teve variadas razões para votar em Marina _ a menor delas a causa do meio-ambiente _ e é, por isso, disperso, desarticulado e circunstancial.

Para efeitos eleitorais caberá às campanhas em disputa seduzir esses eleitores que não têm dono e apoiarão quem melhor lhes parecer.

domingo, 3 de outubro de 2010

Voto são Pérolas que não se deve ser entregue aos porcos!

Não muito distante o problema da representatividade politica no Brasil que nos causava forte incômodo era a ditadura militar. Pensou-se que se a politica fosse conduzida de forma democrática por civis, homens comuns com idealismo latente de liberdade seria a forma ideal de se gerenciar este processo no país.

O povo brasileiro aplaudiu de pé a luta pelas Diretas Já. E, enfim, cidadãos puderam seguir os passos conforme o pleito. Mas para que isso fosse completo se faz necessário aquisição das pérolas que são ofertadas pelo povo, o voto. Digo pérolas pela preciosidade com que este direito tem e quantas pessoas lutaram para que este sufrágio fosse universal. Mas, infelizmente não estamos atentos a ensinamentos milenares como este que nos alerta contra politicos inescrupulosos: “Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem” (Mateus 7, versiculo 6).

As ações que temos assistido de forma impotente são roubos, desfalque, escândalos, legislação em causa própria, comportam-se como senhores feudais, pois constroem-se até castelos, tudo isso com o dinheiro público.

E fica a deriva a falta de vagas nas penitenciarias do sistema prisional, o descaso com a educação pública, cria-se mais impostos, a não valorização de profissionais nas áreas humanas, exatas e biológicas, favorece a propagação de psicopatias sociais, como: violência de todo genero, crimes hediondos, assassinatos, tráfico, morte no trânsito, lutas fraticida, crime organizado, etc.

Enquanto isso entorpece a população com fantasias novelísticas, carnaval, futebol e muito sangue na hora do almoço quanto todos tem a mania de se impregnar com negatividade pela midia televisiva. Excesso de sexicismo e sensualidade favorecendo uma geração cheia de pedófilos que busca o prazer fácil e barato. Há prostituição até por R$1,99.

E o que fazem aqueles que são eleitos com nossas pérolas?

Ficam presos em seus ‘castelos’, vestidos em sarcófagos, em gordura opulenta ficam degladiando por mais poder, legislando por melhores salários. Pois, hoje a categoria que mais ganha neste país é a classe politica. Depois da loteria esportiva este é o segundo desejo que se vê por ai.

Portanto, deixo aqui o meu registro que estou a favor de começar uma luta e enfrentamento politico em favor do voto facultativo, pois operacionalizar deslocamento em dia de eleição para entregar pérolas aos porcos não é politica e sim politicagem.

Assim, como foi constituido o direito de ir as urnas, pleito pelo direito de não ir quando quem está a ponta são pessoas inescrupulosas, gananciosas, mentirosas, que gostam de vida facil e ainda pensa que o cargo público é vitalicio e se acham semi-deuses.

VOTO FACULTATIVO É BOM CAMINHO PARA EDUCAÇÃO POLÍTICA


O voto obrigatório é teoricamente autoritário. Ele obriga pessoas que não têm o interesse em votar, a votar. Deixar de ir às urnas é uma expressão política. Essa obrigação prejudica a educação política e o processo eleitoral. A legitimidade do voto não está na quantidade, mas na vontade de expressá-lo. Se hipoteticamente apenas 10% comparecem e votam, definindo as eleições, os outros 90%, que não quiseram votar, aceitam por vontade própria sua submissão à decisão dos votantes.


A participação e ausência de eleitores são fundamentais na análise da democracia contemporânea. Além disso, é mais fácil comprar voto de quem já tem que ir votar do que de quem não precisa votar. Apesar dessas condições, acredito que o sitema brasileiro é muito bom.


-------- Leia mais

Presidente do TSE defende voto facultativo no Brasil

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, defendeu hoje (1º) em entrevista ao Programa 3 a 1, da TV Brasil, que o voto no país deixe de ser obrigatório futuramente, condicionado à maior consolidação da democracia e da justiça social. A entrevista completa será exibida a partir das 22h pela emissora.

“Eu entendo que temos um encontro marcado com esse tema no futuro e a legislação consagrará, como em outros países, a voluntariedade do voto. O eleitor comparecendo porque quer participar efetivamente do processo eleitoral e se engajando nas campanhas com mais conhecimento de causa e determinação pessoal”, disse Britto.

“Como rito de passagem, a obrigatoriedade do voto deve permanecer ainda por mais tempo. Até que a democracia se consolide e que a economia chegue mais para todos”, ressaltou.

Na entrevista, Ayres Britto também reiterou posicionamento favorável ao financiamento público de campanha, como solução mais viável para evitar que o poderio econômico prevaleça sobre as qualidades políticas de cada candidato.

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Fonte: Glauco Cortez - Blog

COMENTÁRIO
Dainir Feguri disse:

3 outubro, 2010 às 1:49 pm

Olá Glauco, concordo com a opção do voto facultativo. Detesto ter que ir aos domingos, faça chuva ou sol votar em candidatos com passado e presente sujos, como roubos, assassinatos, etc. e ainda dizem que somos “livres” para escolher quando não temos opção porque o perfil destes ou aqueles se encaixam apenas em CORRUPÇÃO. Quero como cidadã ter a liberdade de não querer participar desta bandalheira. Pelo amor de Deus, que este direito nos seja concedido de não participar deste circo, onde os palhaços somos nós na arena.

sábado, 2 de outubro de 2010

VOTAR

* Texto de Raquel de Queiroz - Revista O Cruzeiro, 11 de janeiro de 1947

Não sei se vocês têm meditado como devem no funcionamento do complexo maquinismo político que se chama govêrno democrático, ou govêrno do povo. Em política a gente se desabitua de tomar as palavras no seu sentido imediato.

No entanto, talvez não exista, mais do que esta, expressão nenhuma nas línguas vivas que deva ser tomada no seu sentido mais literal: govêrno do povo. Porque, numa democracia, o ato de votar representa o ato de FAZER O GOVÊRNO.

Pelo voto não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia. Pelo voto a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo.

Escolhem-se pelo voto aquêles que vão modificar as leis velhas e fazer leis novas - e quão profundamente nos interessa essa manufatura de leis! A lei nos pode dar e nos pode tirar tudo, até o ar que se respira e a luz que nos alumia, até os sete palmos de terra da derradeira moradia.

Escolhemos igualmente pelo voto aquêles que nos vão cobrar impostos e, pior ainda, aquêles que irão estipular a quantidade dêsses impostos. Vejam como é grave a escolha dêsses “cobradores”. Uma vez lá em cima podem nos arrastar à penúria, nos chupar a última gôta de sangue do corpo, nos arrancar o último vintém do bôlso.

E, por falar em dinheiro, pelo voto escolhem-se não só aquêles que vão receber, guardar e gerir a fazenda pública, mas também se escolhem aquêles que vão “fabricar” o dinheiro. Esta é uma das missões mais delicadas que os votantes confiam aos seus escolhidos.

Pois, se a função emissora cai em mãos desonestas, é o mesmo que ficar o país entregue a uma quadrilha de falsários. Êles desandam a emitir sem conta nem limite, o dinheiro se multiplica tanto que vira papel sujo, e o que ontem valia mil, hoje não vale mais zero.

Não preciso explicar muito êste capítulo, já que nós ainda nadamos em plena inflação e sabemos à custa da nossa fome o que é ter moedeiros falsos no poder.

Escolhem-se nas eleições aquêles que têm direito de demitir e nomear funcionários, e presidir a existência de todo o organismo burocrático.

E, circunstância mais grave e digna de todo o interêsse: dá-se aos representantes do povo que exercem o poder executivo o comando de tôdas as fôrças armadas: o exército, a marinha, a aviação, as polícias.

E assim, amigos, quando vocês forem levianamente levar um voto para o Sr. Fulaninho que lhes fêz um favor, ou para o Sr. Sicrano que tem tanta vontade de ser governador, coitadinho, ou para Beltrano que é tão amável, parou o automóvel, lhes deu uma carona e depois solicitou o seu sufrágio - lembrem-se de que não vão proporcionar a êsses sujeitos um simples emprêgo bem remunerado.

Vão lhes entregar um poder enorme e temeroso, vão fazê-los reis; vão lhes dar soldados para êles comandarem - e soldados são homens cuja principal virtude é a cega obediência às ordens dos chefes que lhe dá o povo. Votando, fazemos dos votados nossos representantes legítimos, passando-lhes procuração para agirem em nosso lugar, como se nós próprios fôssem.

Entregamos a êsses homens tanques, metralhadoras, canhões, granadas, aviões, submarinos, navios de guerra - e a flor da nossa mocidade, a êles prêsa por um juramento de fidelidade. E tudo isso pode se virar contra nós e nos destruir, como o monstro Frankenstein se virou contra o seu amo e criador.

Votem, irmãos, votem. Mas pensem bem antes. Votar não é assunto indiferente, é questão pessoal, e quanto! Escolham com calma, pesem e meçam os candidatos, com muito mais paciência e desconfiança do que se estivessem escolhendo uma noiva.

Porque, afinal, a mulher quando é ruim, dá-se uma surra, devolve-se ao pai, pede-se desquite. E o govêrno, quando é ruim, êle é que nos dá a surra, êle é que nos põe na rua, tira o último pedaço de pão da bôca dos nossos filhos e nos faz aprodecer na cadeia. E quando a gente não se conforma, nos intitula de revoltoso e dá cabo de nós a ferro e fogo.

E agora um conselho final, que pode parecer um mau conselho, mas no fundo é muito honesto. Meu amigo e leitor, se você estiver comprometido a votar com alguém, se sofrer pressão de algum poderoso para sufragar êste ou aquêle candidato, não se preocupe. Não se prenda infantilmente a uma promessa arrancada à sua pobreza, à sua dependência ou à sua timidez. Lembre-se de que o voto é secreto.

Se o obrigam a prometer, prometa. Se tem mêdo de dizer não, diga sim. O crime não é seu, mas de quem tenta violar a sua livre escolha. Se, do lado de fora da seção eleitoral, você depende e tem mêdo, não se esqueça de que DENTRO DA CABINE INDEVASSÁVEL VOCÊ É UM HOMEM LIVRE. Falte com a palavra dada à fôrça, e escute apenas a sua consciência. Palavras o vento leva, mas a consciência não muda nunca, acompanha a gente até o inferno”.

Obs: Veja que texto maravilhoso, da escritora Rachel de Queiroz (apesar de ter sido escrito há 63 anos é atualíssimo)

Uma contribuição da amiga  IvFaustino