O voto obrigatório é teoricamente autoritário. Ele obriga pessoas que não têm o interesse em votar, a votar. Deixar de ir às urnas é uma expressão política. Essa obrigação prejudica a educação política e o processo eleitoral. A legitimidade do voto não está na quantidade, mas na vontade de expressá-lo. Se hipoteticamente apenas 10% comparecem e votam, definindo as eleições, os outros 90%, que não quiseram votar, aceitam por vontade própria sua submissão à decisão dos votantes.
A participação e ausência de eleitores são fundamentais na análise da democracia contemporânea. Além disso, é mais fácil comprar voto de quem já tem que ir votar do que de quem não precisa votar. Apesar dessas condições, acredito que o sitema brasileiro é muito bom.
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Presidente do TSE defende voto facultativo no Brasil
Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, defendeu hoje (1º) em entrevista ao Programa 3 a 1, da TV Brasil, que o voto no país deixe de ser obrigatório futuramente, condicionado à maior consolidação da democracia e da justiça social. A entrevista completa será exibida a partir das 22h pela emissora.
“Eu entendo que temos um encontro marcado com esse tema no futuro e a legislação consagrará, como em outros países, a voluntariedade do voto. O eleitor comparecendo porque quer participar efetivamente do processo eleitoral e se engajando nas campanhas com mais conhecimento de causa e determinação pessoal”, disse Britto.
“Como rito de passagem, a obrigatoriedade do voto deve permanecer ainda por mais tempo. Até que a democracia se consolide e que a economia chegue mais para todos”, ressaltou.
Na entrevista, Ayres Britto também reiterou posicionamento favorável ao financiamento público de campanha, como solução mais viável para evitar que o poderio econômico prevaleça sobre as qualidades políticas de cada candidato.
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Fonte: Glauco Cortez - Blog
COMENTÁRIO
Dainir Feguri disse:
3 outubro, 2010 às 1:49 pm
Olá Glauco, concordo com a opção do voto facultativo. Detesto ter que ir aos domingos, faça chuva ou sol votar em candidatos com passado e presente sujos, como roubos, assassinatos, etc. e ainda dizem que somos “livres” para escolher quando não temos opção porque o perfil destes ou aqueles se encaixam apenas em CORRUPÇÃO. Quero como cidadã ter a liberdade de não querer participar desta bandalheira. Pelo amor de Deus, que este direito nos seja concedido de não participar deste circo, onde os palhaços somos nós na arena.
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