Disseminou-se que as escolas socialistas do século XIX recuperaram a dignidade do trabalho manual.
Nada mais falso.
No paganismo, os bárbaros viviam da caça e do saque; o trabalho braçal era próprio dos escravos.
Quando o Império Romano ruiu, tornaram-se indispensáveis atividades de sobrevivência, sempre menosprezadas.
E eis que os monges aparecem, ante as multidões miseráveis, como semi-deuses que habitam em admiráveis abadias devotadas ao esplendor do culto.
Quando os monges deixavam suas celas para cavar valetas e arar campos,"o efeito era mágico. Os homens voltavam para uma nobre porém desprezada tarefa".
São Gregório Magno (590-604) refere-se ao abade Equitius, do século VI, famoso pela sua eloqüência.
Um enviado papal foi procurá-lo e se apresentou no scriptorium onde imaginava encontrá-lo entre os copistas.
Os calígrafos simplesmente disseram:"Ele está lá embaixo no vale, cortando a cerca".
FONTE: Glória da Idade Média
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