O que vai acontecer com a educação formal quando os cidadãos
começarem a ter mais acesso à internet de banda larga? O que vai
acontecer quando as pessoas começarem a estudar cada vez mais cursos
online, de qualidade, interativos e gratuitos? Quem vai sair ganhando?
Quem vai sair perdendo?
O investidor Peter Thiel
(fundador do PayPal e guru de tecnologia nos EUA) alega repetidamente
que um diploma já não serve para nada. Acho até que parte de sua fama se
deve por essa ousada posição. Segundo ele as pessoas começarão a
estudar de formas diferentes e os diplomas pouco a pouco perderão seu
valor.
Sendo um setor que vai sofrer fortes impactos da terceira revolução
industrial – essa da informação, a Educação tem agora seus costumes mais
básicos questionados: Vale um diploma realmente alguma coisa?
Deveriam ter agora os diplomas data de validade? Como continuar
aprendendo durante toda uma vida se os custos da educação formal de
qualidade continuam subindo? Mas então como medir a educação informal
e/ou individual?
Complicado, não?
Vou arriscar uma opinião sobre isso. Concordo que o diploma (o
título) em si não vale muito. Existirão formas melhores de saber se você
merece um emprego ou uma oportunidade profissional do que um papel que
certifique que você estudou n horas num determinado lugar.
Mas a experiência transformadora de ter que discutir assuntos
relevantes com pessoas inquietas intelectualmente continuará fazendo a
diferença na formação das pessoas. Aprendemos muito por imitação e
repetição, e a prática de debater assuntos que nos interessem ou
interagir com outras pessoas poderá facilmente ser substituída por foros
de debate síncronos, ou seja, ao vivo (e em breve em 3D).
Mas esta prática não será substituída jamais por vídeos ou conteúdos
exclusivamente assíncronos, mesmo que estes cheguem a ser interativos
algum dia (e chegarão a ser).
Ou seja, páginas web inteligentes e especializadas num determinado
assunto poderão te ensinar um monte de coisas, mas dificilmente poderão
construir argumentos sólidos e fazer correlações capazes de misturar
emoções, percepções e perspectivas científicas, financeiras e
psico-sociológicas. Talvez em uns 100 ou 200 anos talvez, mas certamente
não neste século.
Assim, acho que com o tempo a própria sociedade encontrará ferramentas como as encontradas nas redes sociais (tipo Twitter, Facebook, LinkedIn,
etc) para saber se você aprendeu realmente sobre um assunto ou não. E
mais: essas redes controlarão se você continua se aperfeiçoando nesse
conhecimento ou se parou no tempo depois de ter recebido seu questionado
diploma.
O segredo vai estar nas métricas (tipo o site de métrica de reputação online Klout).
Acho que pouco a pouco a sociedade e os governos criarão métricas para
tudo, principalmente para a capacidade de aprendizagem das pessoas.
Nota adicionada em 27/Junho/2012: Quando escrevi este texto tinha
em mente as ciências sociais – onde sempre podemos jogar com métodos
como role playing ou de estudos de casos, entre outros. Depois de
receber cartas de diversos leitores, percebi que para diversas ciências
entram em cena os imprescindíveis exercícios práticos. Para estes
exercícios, tenho visto a evolução brutal dos simuladores, que também
terão seu papel engrandecidos com o tempo. Ainda assim, reitero que
acredito no papel chave da experiência prática no aprendizado.
***
Para mais info (em inglês):
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