terça-feira, 27 de julho de 2010

Como se dá a atuação da Clínica da Psicologia nos PSFs

* Dainir Soares Feguri


Análise Quantitativa


Foram 34 atendimentos efetuados com 16 clientes no mês 06/10, percebe-se que o atendimento no PSF está com maior demanda infantil com 55,56% em comparação ao adulto 44,44% neste período. O perfil adulto sexo masculino com 56,25% e feminino com 43,75%. Faixa etária com destaque (18 a 25) com 31,25% ; (26 -35) com 25% e (36 – 45) com 25%. Do período de abril a junho foram 20 pacientes que tiveram suas fichas arquivadas, sendo 09 concluídos (alta); 10 (faltas injustificadas); 01 (sem demanda).


Análise Qualitativa

No PSF Santa Isabel I e II os atendimentos estão centrados em psicoterapia com enfoque Comportamental e Cognitivo (questionamento socrático); conforme o caso os agendamentos variam até 05 (cinco) sessões, sendo que o paciente que demandar mais atendimento poderá efetuar mais agendas.

Para o atendimento individual adulto, a clínica oferece a abordagem teórica que norteará os atendimentos. Esta abordagem é a Psicologia Comportamental e Cognitiva. Ela possui um diferente manejo teórico clínico, porém trabalha através da escuta da fala do paciente e tem o mesmo objetivo: promover transformações que possam recuperar a saúde mental do paciente e fazê-lo se implicar na sua história de vida.

O atendimento adulto em sua grande maioria é realizado uma vez por semana, cada dia e horários pré-estabelecidos e definidos. Duas faltas consecutivas sem prévia justificativa por parte do cliente implicarão em seu desligamento da Clínica, sendo seu horário oferecido a outra pessoa da agenda de espera.

Inclui sobre o nome de Terapia Comportamental qualquer das várias técnicas específicas que utilizam princípios psicológicos (especialmente de aprendizado) para mudar construtivamente o comportamento humano. Freqüentemente o terapeuta comportamental lida com comportamentos que são mal adaptados, no sentido que são obviamente auto-frustrante e/ou interferem de algum modo no bem-estar dos outros. Somos chamados a assistir um cliente com algum aspecto específico de amadurecimento pessoal ou de melhoria, cuja ausência outros descreveria como “problemas psicológicos”.

O termo comportamento é interpretado no sentido amplo para abranger respostas encobertas (ex: emoções e verbalizações internas), quando podem ser claramente identificados e respostas evidentes. Entre as técnicas incluídas sob a “terapia comportamental” estão: o relaxamento, a dessensibilização sistemática, o treinamento assertivo, modelação, condicionamento operante, procedimentos de autocontrole (incluindo biofeedback), extinção e condicionamento aversivo, como também certas técnicas como o objetivo de modificar cognições.

O modelo cognitivo propõe que o pensamento distorcido ou disfuncional, seja comum a todos os distúrbios psicológicos a avaliação realista e a modificação no pensamento produz uma melhora no humor e no comportamento. A melhora duradoura resulta da modificação das crenças disfuncionais básicas dos pacientes.

1. O paciente é encorajado a ver a terapia como um trabalho em equipe. A princípio o terapeuta é mais ativo em sugerir uma direção para as sessões de terapia. Crescentemente o terapeuta encoraja o paciente a decidir que tópicos falar, identificar as distorções em seus pensamentos, resumir pontos importantes e projetar tarefas para casa. (BECK 1997).

2. A Terapia Cognitiva é orientada em meta e focalizada em problemas. O terapeuta presta atenção aos obstáculos que impedem o paciente de resolver problemas e atingir metas por si mesmo. (BECK 1997).

3. A Terapia Cognitiva inicialmente enfatiza o presente. O tratamento da maioria dos pacientes envolve um forte foco sobre problemas atuais e sobre situações especificas que são aflitivas para o paciente. Resolução e/ou uma avaliação mais realista das situações que são, no momento, aflitivo usualmente conduzem à redução de sintomas. Portanto, o terapeuta cognitivo em geral tende a iniciar a terapia com exame de problemas no ‘Agui-e-Agora’, independentemente do diagnóstico. A atenção volta-se para o passado em três circunstâncias: quando o paciente expressa uma forte predileção a fazer isso; quando o trabalho voltado em direção a problemas atuais produz pouca ou nenhuma mudança cognitiva, comportamental e emocional ou quando o terapeuta julga que é importante entender como e quando idéias disfuncionais importantes se originaram e como essas idéias afetam o paciente hoje. (BECK 1997).

4. A Terapia Cognitiva visa ter um tempo limitado. O terapeuta tem as mesmas metas para todos os pacientes: prover o alivio de sintomas, facilitar uma remissão do transtorno, ajudá-la a resolver seus problemas mais prementes e ensinar-lhe o uso de ferramentas para que ela seja mais propensa a evitar recaída. Alguns pacientes requerem um ou dois anos de terapia (ou possivelmente mais) para modificar as crenças disfuncionais muito rígidas e os padrões de comportamento que contribuem para a sua angústia crônica. (BECK 1997).

5. As sessões de terapia cognitiva são estruturadas. O terapeuta verifica o humor do paciente, solicita uma breve revisão da semana, estabelece, colaborativamente uma agenda para a sessão, obtém opinião sobre a sessão anterior, revisa a tarefa de casa, discute os itens da agenda, estabelece nova tarefa para casa, resume com freqüência e busca realimentação no final de cada sessão. (BECK 1997).

6. A terapia cognitiva utiliza uma variedade de técnicas para mudar pensamento, humor e comportamento. Embora estratégias cognitivas como questionamento socrático e descoberta orientada sejam centrais à terapia cognitiva, técnicas de outras orientações são também usadas dentro de uma estrutura cognitiva. O terapeuta seleciona técnicas com base em sua formulação de caso e seus objetivos em sessões específicas. (BECK, 1997).

Esses princípios básicos se aplicam a todos os pacientes. A terapia, no entanto, varia consideravelmente de acordo com o paciente individual, a natureza de suas dificuldades, suas metas, sua habilidade de formar um vínculo terapêutico forte, sua motivação para mudar, sua experiência prévia com terapia e suas preferências de tratamento. A ênfase no tratamento depende do transtorno (s) particular do paciente.

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