As onicomicoses são infecções das unhas causadas por microorganismos vulgarmente denominados por fungos.
Os fungos desenvolvem-se facilmente neste habitat, alimentando-se de queratina (substância responsável pela rigidez das unhas). As onicomicoses, além de incomodas e de aspecto desagradável, podem tornar-se muito dolorosas. Estima-se que esta doença atinja mais de 20 por cento da população europeia e mais de um milhão e meio de portugueses.
A unha do dedo grande do pé é, habitualmente, a primeira a ser afetada. No entanto, todas as unhas dos pés e das mãos podem ser afetadas.
A unha afetada normalmente fica com uma cor amarela escura/acastanhada ou tem manchas brancas, torna-se fraca, quebradiça e tende a separar-se da base. A unha afetada pode também ter um odor estranho. A onicomicose limita as normais atividades das pessoas pois torna doloroso o uso de sapatos, condiciona o andar, para além de ser extremamente desconfortável, inconveniente e embaraçosa.
Como surge?
As infecções das unhas causadas por fungos, ou seja, as onicomicoses resultam do crescimento desses microrganismos na pele debaixo da unha.
Todas as pessoas podem contrair onicomicoses, contudo há pessoas com maior tendência para sofrer da infecção:
Quem usa piscinas e/ou balneários públicos
Os praticantes de desporto e as pessoas mais idosas
Os que têm pé-de-atleta
Profissionais de limpeza e jardinagem
Quem tem problemas como a diabetes, obesidade, podológicos, doenças cardiovasculares e imunodeficiências, etc
As onicomicoses normalmente surgem por exposição direta aos microorganismos. Usualmente as unhas entram em contato direto com o fungo ou são invadidas por contágio pela infecção (pé-de-atleta).
Primeiros sinais de onicomicose
Todas as alterações das unhas devem ser vistas pelo médico.
Os primeiros sinais da doença correspondem à modificação da cor da unha (amarelada ou esbranquiçada), ao seu espessamento, com aparecimento de depósito (tipo farinha) por baixo da unha, com engrossamento progressivo e alteração da forma.
Que consequências?
As onicomicoses não são apenas uma questão estética, mas um problema de saúde pública podendo afetar seriamente a qualidade de vida dos doentes.
Aliás, podem causar graves complicações se não tratadas a tempo, nomeadamente:
Dor e desconforto ao andar e calçar os sapatos
Reaparecimento de micoses na pele do pé (como o pé-de-atleta), após já terem sido tratadas
Aparecimento de infecções bacterianas
Agravamento do pé diabético
Redução das defesas do individuo para infecções por fungos
Contágio de outras pessoas
Existem ainda os efeitos psicológicos da doença
Causa embaraço e vergonha
Provoca medo de contágio a outras pessoas;
Pode ser responsável por vários problemas profissionais.
Como tratar?
Atualmente dispomos em Portugal de tratamentos práticos, seguros e eficazes.
De acordo com a gravidade de cada situação, o médico poderá recomendar diferentes tipos de tratamento, nomeadamente:
Tratamento tópico: antifúngicos em verniz. Após a aplicação na superfície da unha, penetram, destruindo diretamente o fungo;
Tratamento oral: antifúngicos em comprimidos ou cápsulas;
Tratamento com associação de antifúngicos orais e tópicos.
Numa fase inicial a utilização adequada de alguns vernizes antifúngicos poderá ser eficaz em cerca de 75% das onicomicoses.
Numa fase mais avançada, em que há envolvimento da raiz ou de mais de 50% da unha, para além da utilização destes vernizes, há necessidade de tratamento combinado com comprimidos ou cápsulas antifúngicas.
O tempo de medicação oral, na maioria dos casos, varia entre 2 a 3 meses para as mãos e 3 a 4 meses para os pés, mas a medicação local é necessária até a unha ficar completamente bem, o que poderá durar, em média, 6 meses nas mãos e 12 meses nos pés.
A interrupção do tratamento favorece a persistência do fungo, ou a sua recaída, por vezes, com desenvolvimento de resistências.
O papel do médico
Em Portugal, os dermatologistas e os clínicos gerais estão atentos às evoluções nesta área. O acompanhamento de pessoas com onicomicose garante a utilização dos tratamentos mais eficazes, contribuindo desta forma para a melhoria substancial da qualidade de vida destes doentes.
Em particular, o papel do dermatologista é crucial neste domínio, já que ele tem conhecimentos e treino adequados que lhe permitem diagnosticar outras doenças das unhas que de outra forma seriam diagnosticadas erradamente como onicomicoses e formação para empreender uma estratégia terapêutica de nível individual e coletivo, essencial para dominar um problema crescente de saúde pública.
Por esse motivo, o aconselhamento médico é sempre a melhor opção para todos.
Fonte: www.medicosdeportugal.iol.pt
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