terça-feira, 8 de novembro de 2011

ÉTICA NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Este material poderá ser utilizado em reuniões de equipe para combater a fofoca no trabalho ou instituições. Está articulado na forma de oficina.
As vezes nossas relações interpessoais são marcadas pela diferença e a aceitação. Este video pode exemplificar.

Analisemos este ESTUDO DE CASO: O CASO DE MIGUEL
Objetivo: Demonstrar o modo de julgar e avaliar.
Não são raras às vezes em que nós mesmos nos assustamos com nossa permanente capacidade de julgamento. Na verdade, vivemos julgando pessoas e coisas. Vivemos mensurando e avaliando tudo o que encontramos pela frente, como um radar atento. Não raro, também, nos equivocamos escandalosamente. 
Que efeito nossa faceta produz sobre o grupo no qual convivemos?

Sobre qual base lógica nos situamos para proceder a estes juízos e a estas aferições?
 
Nossa tarefa nesta oficina sobre Ética será de julgar ou avaliar o comportamento de um certo Miguel, observado em diferentes momentos de um dia e descrito nos textos. Acompanharão o comportamento de Miguel por meio dos relatos de sua mãe, da faxineira, do zelador do edifício, do motorista de táxi e do garçom da boate que ele freqüenta. 
Havendo predisposição para uma rápida discussão após os relatos, torna-se interessante fazê-la.
Depois disso, requisite atenção de todos para que você leia o relato do próprio Miguel sobre o que ocorreu naquele dia.

  Relato n° 01 – De Sua Mãe
Miguel levantou-se correndo, não quis tomar café e nem ligou para o bolo que eu havia feito especialmente para ele. Só apanhou o maço de cigarros e a caixa de fósforos. Não quis colocar o cachecol que eu lhe dei. Disse que estava com pressa e reagiu com impaciência a meus pedidos para se alimentar e abrigar-se direito. Ele continua sendo uma criança que precisa de atendimento, pois não conhece o que é bom para si mesmo. ----------------------------------------------------------------- 
 Relato n° 02 – Do Garçom da Boate 
Ontem à noite ele chegou aqui acompanhado de uma morena, bem bonita, por sinal, mas não deu a mínima bola para ela. Quando entrou uma loira, de vestido colante, ele me chamou e queria saber quem era ela. Como eu não conhecia, ele não teve duvidas: levantou-se e foi à mesa com ela. Eu disfarcei, mas só pude ouvir que ele marcava um encontro, às 9 da manhã, bem nas barbas do acompanhante dela. Sujeito peitudo! ---------------------------------------------------------------- 
 Relato n° 03 – Do Motorista de Táxi 
Hoje de manhã, apanhei um sujeito e não fui com a cara dele. Estava de cara amarrada, seca, não queria saber de conversa. Tentei falar sobre futebol, política, sobre o trânsito e ele sempre me mandava calar a boca dizendo que precisava se concentrar. Desconfio que ele é daqueles que o pessoal chama de subversivo, desses que a policia anda procurando ou desses que assaltam motorista de táxi. Aposto que anda armado. Fiquei louco para me livrar dele.
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 Relato n° 04 – Do Zelador do Edifício 
Esse Miguel, ele não é certo da bola, não! Às vezes cumprimenta, às vezes finge que não vê ninguém. As conversas dele a gente não entende. É parecido com um parente meu que enlouqueceu. Hoje de manhã, ele chegou falando sozinho. Eu dei bom dia e ele me olhou com um olhar estranho e disse que tudo no mundo era relativo, que as palavras não eram iguais para todos, nem as pessoas. Deu um puxão na minha gola e apontou para uma senhora que passava. Disse, também, que quando pintava um quadro, aquilo é que era a realidade. Dava risadas e mais risadas... Esse cara é um lunático!
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 Relato n° 05 – Da faxineira 
Ele anda sempre com cara de misterioso. Os quadros que ele pinta, a gente não entende. Quando ele chegou, na manhã de ontem, me olhou meio enviesado. Tive um pressentimento ruim, como se fosse acontecer alguma coisa ruim. Pouco depois chegou a moça loura. Ele perguntou onde ele estava e eu disse. Daí a pouco ouvi ela gritar e acudi correndo. Abri a porta de supetão e ele estava com uma cara furiosa, olhando para ela cheio de ódio. Ela estava jogada no divã e no chão tinha uma faca. Eu sai gritando: Assassino! Assassino!
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Relato do próprio Miguel sobre o ocorrido nesse dia 
Eu me dedico à pintura de corpo e alma. O resto não tem importância. Há meses que eu quero pintar uma Madona do século XX, mas não encontro uma modelo adequada, que encarne a beleza, a pureza e o sofrimento que eu quero relatar. Na véspera daquele dia, uma amiga me telefonou dizendo que tinha encontrado a modelo que eu procurava e propôs nos encontrarmos na boate.

Eu estava ansioso para vê-la. Quando ela chegou fiquei fascinado; era exatamente o que eu queria. Não tive duvidas. Já que o garçom não a conhecia, fui até a mesa dela, me apresentei e pedi para ela posar para mim. Ela aceitou e marcamos um encontro no meu ateliê às 9 horas da manhã. Eu não dormi direito naquela noite. Me levantei ansioso, louco para começar o quadro, nem pude tomar café, de tão afobado.

No táxi, comecei a fazer um esboço, pensando nos ângulos da figura, no jogo de luz e sombra, na textura, nos matizes... Nem notei que o motorista falava comigo. Quando entrei no edifício, eu falava baixinho.

O zelador tinha falado comigo e eu nem tinha prestado atenção. Aí, eu perguntei: o que foi? E ele disse: bom dia! Nada mais do que bom dia. Ele não sabia o que aquele dia significava para mim. Sonhos, fantasias e aspirações... tudo iria se tornar real, enfim, com a execução daquele quadro. Eu tentei explicar para ele que a verdade era relativa, que cada pessoa vê a outra maneira. Ele me chamou de lunático que você vê, não existe.

Quando eu pude entrar, dei de cara com aquela velha mexeriqueira. Entrei no ateliê e comecei a preparar a tela e as tintas. Foi quando ela chegou. Estava com o mesmo vestido da véspera e explicou que passara a noite em clara, numa festa. Ai eu pedi que sentasse no lugar indicado e que olhasse para o alto, que imaginasse inocência, sofrimento... que... Ai ela me enlaçou o pescoço com os braços e disse que eu era simpático. Eu afastei seus braços e perguntei se ela tinha bebido. Ela disse que sim, que a festa estava ótima, que foi pena eu não ter estado lá e que sentiu minha falta.

Enfim, que estava gostando de mim. Quando ela me enlaçou de novo eu a empurrei e ela caiu no divã e gritou. Nesse instante a faxineira entrou e saiu berrando: Assassino! Assassino! A loura levantou-se e foi embora. Antes, me chamou de idiota. Então, eu suspirei e disse: ah, minha madona! 
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As vezes nossa contribuição é dar pilha na fofoca


 

NÃO ALIMENTAR A FOFOCA

PARA CONCLUIR:  JOGRAL - LÍNGUA DE TRAPO

(GRUPO 1 - começa)
1. HÁ UM DITADO QUE DIZ: ‘ONDE HÁ FUMAÇA HÁ FOGO’
2. A IMAGINAÇÃO INVENTA O MAL
3. A IMAGINAÇÃO PRODUZ O FRUTO DA MENTIRA
4. A QUEM LHE FALTA O QUE FAZER
5. PERDE TEMPO A LINGUA QUE FALA MAL DOS OUTROS
6. DA IMAGINAÇÃO NASCE A MALDADE
7. NENHUM ESPAÇO EXISTE ENTRE A IMAGINAÇÃO E A LINGUA
8. HÁ PESSOAS TÃO LEVIANAS E IMPRUDENTES QUE APENAS SUPÕEM A MALDADE
9. HÁ PESSOAS QUE PROCURAM DISSIMULAR SEUS ERROS
10. HÁ PESSOAS QUE TEM MEL NA LINGUA
11. HÁ PESSOAS QUE TEM MEL NO CÉREBRO
12. QUEM TEM OLHOS MAUS, JULGA E ERRA, FALA E MENTE
13. É A LINGUA QUE IMAGINA?
14. PENSE NISSO!

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 (GRUPO 2 - responde)
1. ERRADO. ONDE HÁ FUMAÇA, HÁ UM CALUNIADOR
2. A LINGUA O ENVIA REPASSANDO DE BOCA EM BOCA, DE OUVIDO A OUVIDO
3. A OCIOSIDADE É O TRANSPORTE ENCARREGADO DE ESPALHÁ-LA
4. SOBRA-LHE O QUE FALAR
5. COMO TAMBÉM OS OUVIDOS MAUS DOS QUE NÃO TÊM O QUE FAZER
6. DA LINGUA O DESEJO DE PREJUDICAR OS OUTROS
7. POIS NO MESMO INSTANTE EM QUE SE IMAGINA, JÁ SE FALA
8. E JÁ SAEM FALANDO COMO SE FOSSE VERDADE
9. SE DESCULPANDO COM FRASES, TIPO: “FALO APENAS PORQUE OUVI DIZER”
10. E VENENO NO CÉREBRO
11. E VENENO NA LINGUA
12. PORQUE AGE PELA INVEJA
13. OU É A IMAGINAÇÃO QUE FALA?
14. PENSE NISSO!

Artigo: Dainir Feguri

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