sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Raiva e Ódio - Emoções Negativas


A Raiva e o Coração

A Raiva de fato mata ou, pelo menos, aumenta significativamente os riscos de ter algum problema sério de saúde, onde se inclui desde uma simples crise alérgica, uma grave úlcera digestiva, até um fulminante ataque cardíaco.
Pessoas que se irritam intensamente, e com freqüência, têm três vezes mais probabilidades de sofrer um infarto do que aquelas que encaram as adversidades com mais serenidade (Williams, 2000). Isso ocorre porque, a cada episódio de Raiva, o organismo libera uma carga extra de adrenalina no sangue (veja o que acontece nas Suprarenais durante o Estresse). O aumento da concentração de adrenalina aumenta o número de batimentos cardíacos e, simultaneamente, torna mais estreitos os vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão arterial. A repetição desses episódios pode gerar dois problemas em geral associados ao infarto; alteração do ritmo cardíaco (arritmia), aumento da pressão arterial e uma súbita dilatação das placas de gordura que, porventura, estejam nas artérias.

A ansiedade e a Raiva são perigosas à saúde. Ambos aumentam a vulnerabilidade às doenças, comprometem o sistema imune, aumentam níveis de gordura no sangue, exacerbam a dor, e aumentam o risco da morte por doença cardiovascular. Os mecanismos possíveis para tais efeitos foram identificados por , incluindo o papel da resposta cardiovascular a essas emoções no agravamento da saúde (Suinn, 2001).

Assim sendo, as pessoas cuja personalidade se classifica como Pavio Curto, está provado, têm muito mais chances de sofrer do coração. Parar de fumar, fazer exercícios regularmente e ter uma alimentação saudável já é difícil, hoje em dia, dominar a Raiva, é mais difícil ainda. Mas é possível, graças à Deus.


Ódio

A força do ódio é muito grande. Grandes grupamentos humanos podem se irmanarem através do ódio (à um inimigo comum) ou se destruírem (numa relação do tipo perseguido-perseguidor). De qualquer forma, o ódio tem uma predileção especial para se nutrir das diferenças entre o outro e o eu e, de acordo com observações clínicas, onde se cruza com o ódio há, inelutavelmente, um excesso de sofrimento físico e psíquico. O sofrimento e o ódio são tão próximos e íntimos que cada um acaba se tornando a causa do outro.

Raiva e Ódio

O Ódio é mais profundo que a Raiva. Enquanto a Raiva seria predominantemente uma emoção, o Ódio seria, predominantemente, um sentimento. Paradoxalmente podemos dizer que o ódio é um afeto tão primitivo quanto o amor. Tanto quanto o amor, o ódio nasce de representações e desejos conscientes e inconscientes, os quais refletem mais ou menos o narcisismo fisiológico que nos faz pensar sermos muito especiais.

Assim como o amor, só odiamos aquilo que nos for muito importante. Não há necessidade de ser-nos muito importantes as coisas pelas quais experimentamos Raiva, entretanto, para odiar é preciso valorizar o objeto odiado.

Em termos práticos podemos dizer que a raiva, como uma emoção, não implica em mágoa, mas em estresse, e o ódio, como sentimento, implica numa mágoa crônica, numa angústia e frustração. Nenhum dos dois é bom para a saúde; enquanto a raiva, através de seu aspecto agudo e estressante proporciona uma revolução orgânica bastante importante, às vezes suficientemente importante para causar um transtorno físico agudo, do tipo infarte ou derrame (AVC), o ódio consome o equilíbrio interno cronicamente, mais compatível com o câncer, com arteriosclerose, com a diabetes, hipertensão crônica.

Os mitos e verdades em relação a raiva

1) Reprimir a Raiva faz mal a saúde. A Raiva não expressa e não manifestada causaria outros danos psíquicos e mesmo orgânicos. (mito)

1) Sentir a Raiva, seja ela manifestada ou reprimida, SEMPRE causará danos ao organismo como um todo, física e/ou psiquicamente. (verdade)

2) Deve-se botar tudo para fora, desenterrar a Raiva sepultada nas doenças psicossomáticas, na depressão, nos problemas familiares. Seria uma homenagem ao individualismo, haja o que houver. (mito)

2) Sábio o ditado “quem fala o que quer ouve o que não quer”. Quanto menos a pessoa tiver equilíbrio suficiente para conter os instintos e impulsos primários mais se aproxima dos animais. (verdade)

3) Sou calmo e dócil, desde que ninguém mexa comigo. Sou do tipo “dou um boi para não entrar na briga e uma boiada para não sair dela”. (mito)

3) Isso não quer dizer absolutamente nada, calmo e dócil é a pessoa que se mantém assim, mesmo que os outros mexam com ela.  (verdade)

4) Aprendi a não levar desaforos para casa, não agrido mas respondo na mesma moeda. Afinal, “somos gente ou ratos?” (mito)

4) Quem se descontrola a ponto de deixar se dominar pelos instintos e impulsos, de fato, está muito mais próximo do rato (instintivo) que de gente. (verdade)

5) Qualquer forma de liberação agressiva da Raiva, tal com berrar, morder, bater, quebrar, coloca o raivoso em contato com os seus sentimentos e essa atitude alivia o sentimento. (mito)

5) É mais provável que a agressão tenha, precisamente, o efeito oposto da catarse que se pretende e, ao invés de exorcizar a Raiva, inflama-a ainda mais. (verdade)

6) O importante é ter a liberdade de expressar a Raiva para não se sentir mal com esse sentimento reprimido. (mito)

6) O importante é ter serenidade e controle suficientes para NÃO SENTIR RAIVA. (verdade)

A violência e agressividade no ambiente de trabalho são freqüentes problemas do cotidiano. Há estudos sobre a predisposição para o sarcasmo e para a Raiva no ambiente do trabalho e determinados traços da personalidade (Calabrese, 2000).

Fonte: Psiqweb
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A SABEDORIA DO SAMURAI

Conta-se que perto de Tóquio, capital do Japão, vivia um grande Samurai. Já muito idoso ele agora se dedicava a ensinar o Zen aos jovens. Apesar da sua idade corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde apareceu por ali um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos. Era famoso por usar a técnica da provocação. Utilizando-se de suas habilidades para provocar, esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e dotado de inteligência e agilidade contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Assim que soube da reputação do velho Samurai propôs-se a não sair dali sem antes derrotá-lo e aumentar sua fama. Todos os discípulos do Samurai se manifestaram contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da pequena cidade e diante dos olhares espantados o jovem guerreiro começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu sereno e impassível. No final da tarde sentindo-se já exausto e humilhado o impetuoso guerreiro retirou-se. Desapontados pelo mestre ter aceitado calado tantos insultos e provocações os alunos perguntaram: Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada mesmo sabendo que podia perder a luta ao invés de mostrar-se covarde diante de nós. O sábio ancião olhou calmamente os alunos e fixando o olhar num deles lhe perguntou: Se alguém chega até você com um presente e você não o aceita, com quem fica o presente? Com quem tentou entregá-lo, respondeu o discípulo. Pois bem, o mesmo vale para qualquer outro tipo de provocação. E também para a inveja, a raiva, os insultos, disse o mestre. Quando não são aceitos continuam pertencendo a quem os carregava consigo. Por essa razão a sua base interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma se você não o permitir. Se alguém quiser lhe tirar à calma, lembre-se da lição do velho Samurai, pois só lobo cai em armadilhas para lobos.

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