quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Transtorno Paranóide de Personalidade

Os Transtornos de Personalidade afetam todas as áreas da personalidade, o modo como o indivíduo vê o mundo, a maneira como expressa as emoções, o comportamento social. Caracteriza um estilo pessoal de vida mal adaptado, inflexível e prejudicial a si próprio e/ou aos que com ele convivem. Essas características, no entanto, apesar de necessárias não são suficientes para identificação dos Transtornos de Personalidade, pelo fato de serem muito vagas. A maneira mais clara como a classificação deste problema vem sendo tratada é através da subdivisão em tipos de transtornos de personalidade, com critérios de diagnóstico próprios e bem definidos, tanto pela CID.10, quanto pelo DSM.IV. "Um Transtorno da Personalidade é um padrão persistente de vivência íntima ou comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é invasivo e inflexível, tem seu início na adolescência ou começo da idade adulta, é estável ao longo do tempo e provoca sofrimento ou prejuízo." A característica essencial deste distúrbio é uma tendência global e injustificável para interpretar as ações das pessoas como deliberadamente humilhantes ou ameaçadoras. Tem normalmente início no final da adolescência ou no começo da idade adulta. Quase invariavelmente há uma crença de estar sendo explorado ou prejudicado pelos outros de alguma forma e, por causa disso, a lealdade e fidelidade das pessoas estão sendo sempre questionadas. Muitas vezes o portador deste Transtorno é patologicamente ciumento e questionador da fidelidade do cônjuge, ao ponto de causar situações francamente constrangedoras. O portador deste distúrbio de personalidade pode interpretar acontecimentos triviais e rotineiros como humilhantes e ameaçadores, desde um erro casual no saldo bancário, até um cumprimento não efusivo podem significar atitudes premeditadamente maldosas. Há uma sensibilidade exagerada às contrariedades ou a tudo que possa ser interpretado como rejeição, uma tendência para distorcer as experiências, interpretando-as como se fossem hostis ou depreciativas, ainda que neutras e amistosas (pensamento paranóide). Estas pessoas podem sentir-se irremediavelmente humilhadas e enganadas, conseqüentemente agressivas e insistentemente reivindicadoras de seus direitos. Supervalorizam sua própria importância, as suas idéias são as únicas corretas e seus pontos de vistas não devem ser contestadas, daí a facilidade em conquistar inimigos e a tendência em pensamentos auto-referentes. São desconfiadas, teimosas, dissimuladoras e obstinadas, vivem numa solidão freqüentemente confundida com timidez, como se não houvesse no mundo pessoas com quem pudessem partilhar sua prodigalidade, dignidade e seus sentimentos superiores. As pessoas com Transtorno Paranóide da Personalidade são extremamente sarcásticas em suas críticas, irônicas ao extremo nos comentários e contornam as eventuais situações constrangedoras recorrendo a artimanhas teatrais e chantagens emocionais. Não toleram críticas dirigidas à sua pessoa e qualquer comentário neste sentido é entendido como declaração de inimizade. Pelo entusiasmo com que valorizam suas idéias, sempre as únicas corretas, podem ser vistos como fanáticos nas várias áreas do pensamento; seja religioso, político, ético ou profissional. Gostam de fantasiar, mas tem dificuldades em distinguir a fantasia da realidade. Pessoas com estes distúrbios são hiper-vigilantes e tomam precaução contra qualquer ameaça percebida. A afetividade, nestes casos, é muitas vezes restrita e pode parecer fria dado ao gosto destas pessoas em serem sempre objetivas, racionais e pouco emocionais. Recomenda-se, como critérios para este Transtorno, que sejam caracterizados por: a) sensibilidade exagerada à contratempos e rejeições; b) tendência a guardar rancores persistentemente, isto é, recusam à perdoar aquilo que julgam como insultos ou desfeitas: c) desconfiança e tendência à interpretar erroneamente as experiências amistosas ou neutras; d) obstinado senso de direitos pessoais em desacordo com a situação real; e) suspeitas injustificáveis em relação à fidelidade (conjugal ou de amigos); f) autovalorização excessiva; g) pressuposições quanto à conspirações Fonte: Psiqweb

Nenhum comentário:

Postar um comentário