sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Polêmica por lésbicas que iniciaram tratamento de “mudança de sexo” para filho adotado



Aos 8 anos de idade uma criança não pode consumir álcool nem dirigir um automóvel, mas para um casal de lésbicas da Califórnia, Estados Unidos, ela pode optar por uma mudança de sexo.

A cadeia CNN desatou uma intensa polêmica nos Estados Unidos ao difundir o caso de Thomas Lobel, um menino de 11 anos a quem suas mães adotivas submetem a um tratamento hormonal de “mudança de sexo” desde que fez 8 anos e agora quer ser chamado de Tammy.

O casal assegura que Thomas tem um “transtorno de identidade sexual”. O menino foi adotado aos dois anos de idade e aos quatro anos teve uma tentativa de automutilação.

As mulheres admitem que sempre quiseram que Thomas fosse uma menina mas sustentam que nunca o pressionaram para que se convertesse em mulher. Segundo o casal, uma das primeiras coisas que disse Thomas foi: “sou uma menina” e o fez na linguagem de sinais porque sofre uma dificuldade na fala.

Para a médica psiquiatra Maíta García Trovato, o caso de Thomas Lobel é o de “um menino seriamente perturbado que merece mais que um tratamento hormonal, assistência psiquiátrica. Para ele e para suas duas mães”.

“Que capacidade de decisão pode ter um menino de 11 anos?”, questionou García Trovato.

A perita explicou ao grupo ACI que “aos 8 anos, em uma família normal, os pais ensinam à criança a comer o que deve (não necessariamente o que quer), fixam horários e a educam para a normalidade. Certamente, não existe capacidade legal para dirigir um automóvel, tomar álcool, dispor de bens patrimoniais, etc. Entretanto, estão facilitando a este pobre menino que decida sobre o mais importante que o acompanhará toda a vida: sua identidade sexual”.

“Este é um caso significativo do risco que pode correr uma criança ao ser dada em adoção para satisfazer os desejos de um casal homossexual. Somam-se aqui, a ausência de um progenitor de identificação e outro de complementaridade; a falta de compromisso real para confrontar a criação do filho de forma responsável procurando para ele as melhores oportunidades de uma vida plena e a falta de critério das pessoas a quem foi entregue e que optam pelo que lhes parece mais fácil sem questionar o papel que elas estão desempenhando na formação da incipiente personalidade do menino”, acrescentou.

Além disso, precisou que o caso “expõe questionamentos éticos e morais para a equipe médica que aceitou intervir na mudança de sexo de um pré-púbere”.

“São os adotados e não os adotantes que ostentam o direito de adoção. A adoção deve ir a favor do adotado e sendo especialmente cuidadosos com seu bem-estar, independentemente das aspirações dos adotantes”.

Desde aí, prosseguiu a perita, “que, normalmente, as adoções vão precedidas de um estudo minucioso da capacidade física, psicológica e moral das pessoas aos quais vai se confiar o destino de um menor. Ele já tem bastante desventura por ser órfão como para introduzi-lo em situações desfuncionais e em experiências de qualquer índole”.

Do mesmo modo, advertiu que as mães de Thomas argumentam que admitiram o tratamento “porque existem histórias de transexuais que se suicidaram ao redor dos 20 anos”.
Entretanto, García Trovato recordou a história do canadense David Reimer (1966-2004) , que quando menino perdeu suas genitálias por uma má prática médica, sofreu uma re-assignação sexual e terminou suicidando-se, ao não poder recuperar seu sexo de nascimento.

Fonte: ACI Digital

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