terça-feira, 21 de julho de 2009
Rabindranath Tagore
Escritor indiano nasceu em Calcutá em 1861 e morreu em Bengala em 1941, com 80 anos. Rabindranath Tagore nasceu numa família abastada e teve uma educação tradicional. Estudou direito na Inglaterra entre 1878 e 1880. Retornou à Índia e passou a administrar as propriedades rurais da família.
Em 1901, Tagore fundou uma escola de filosofia em Santiniketan, que, em 1921, foi transformada em universidade. Começou sua carreira poética com volumes de versos em língua bengali. Escreveu poemas místicos entre 1902 e 1907, tocado pela morte da esposa e de dois de seus filhos. Alguns desses poemas estão coligidos em sua obra mais conhecida, "Oferenda Lírica", publicado em 1910. A repercussão internacional dessa obra lhe valeu a indicação para o Prêmio Nobel de Literatura, recebido em 1913. Dois anos depois, recebeu o título de cavaleiro britânico. Em 1931, recebeu o prêmio Nobel de literatura. Desde então, traduziu seus livros para o inglês, a fim de lhes garantir maior difusão.
Em suas poesias, Tagore, oferece ao mundo uma mensagem humanitária e universalista. Seu mais famoso volume de poesias é Gitãñjali (Oferenda poética). A atuação pública de Tagore foi um fator grande da aproximação entre a cultura ocidental e a oriental. Tagore chegou a ser aclamado por Mahatma Gandhi como "o grande mestre". Tagore participou do movimento nacionalista indiano e era amigo pessoal de Mahatma Ghandi.
Cedo manifestou sua vocação poética. Seus primeiros versos foram reunidos nos livros "Canções da Noite" e "Canções da manhã". Escrevendo em língua bengali, Tagore experimentou depois quase todos os gêneros literários. Publicou poemas, contos, romances e ensaios. Seus versos têm um tom de cativante humanidade e atraem pela mensagem universal.
Coletâneas:
Verdades
Cantar Me Enlouquece
Se Não Falas
Flor de Lótus
Gitanjali
Poema de Despedida
Morte e Vida
Sua obra poética compreende uma coleção de três mil poemas em língua bengali sobre temas religiosos, políticos e sociais.
“MORTE E VIDA”
* R. Tagore
“Senhor, eis aqui minha biografia, meu livro de vida... é documentário, e confesso que é muito difícil escrever a vida como vós quereis... É difícil, Senhor, escrevê-la quando não se é escritor, quando nunca se aprendeu tal ofício.
Mas, a vida não se aprende: Toda vida é um romance novo, único no gênero, sempre obra de primeira mão. É difícil, Senhor, não poder copiá-lo, pois vós não aceitas plágios. É difícil, Senhor, não poder corrigi-la. Dela não podemos arrancar páginas mal escritas, ou apagar alguma coisa. O que escrevi ficará sempre escrito. O que eu posso é manifestar meu arrependimento, escrevendo páginas melhores.
É difícil, Senhor, seguir este ritmo da vida que me leva inexoravelmente adiante... Mas, obrigado, Senhor, por retratar-me das páginas passadas em cada nova página que escrevo.
É difícil, Senhor, ir virando as folhas, dia a dia, na angústia de não saber o dia da entrega do manuscrito...
Mas, não seria, Senhor, mais angustiosos ainda saber o dia e a hora? É difícil, Senhor, não sabermos quantas folhas em branco nos restam para desenvolver satisfatoriamente o tema...
Um dia qualquer vós me tomareis a caneta das mãos e escrevereis de baixo do meu último rabisco: FIM.
É difícil, Senhor, não pode reclamar, então: “Ainda não terminei...”, porque há sinfonias inacabadas que são obras primas e há existências longevas que nunca acertaram o tema. Tive pena do tempo perdido...
Mas, Senhor, não tivestes minha vida, a cada instante, em vossas mãos?”
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