"O exercício das virtudes indica-nos em cada instante o caminho que conduz ao Senhor. Quando um cristão, com a ajuda da graça, se esforça não só por afastar-se das ocasiões de pecado e resistir com firmeza às tentações, mas também por alcançar a santidade que Deus lhe pede, torna-se cada vez mais consciente de que a vida cristã lhe exige o desenvolvimento das virtudes. E é a isso que a Igreja nos convida, especialmente neste tempo da Quaresma: a crescer em hábitos operativos bons."
Essas palavras inspiradas de Francisco Carvajal, no seu Falar com Deus, oferecem uma oportunidade prática de praticar e desenvolver as virtudes, e o guia pode ser a última parte: "crescer em hábitos operativos bons". Se analisarmos cada palavra desse trecho, tal exercício nos servirá de estímulo para praticar o que recomenda.Em primeiro lugar, "crescer" indica um processo lento, sem aceleração forçada, mas que dói, pois pressupõe amadurecimento gradual. Não nascemos "crescidos", física, emocional e espiritualmente. O processo requer tempo e paciência, própria e de quem está por perto. Especificamente no âmbito espiritual demanda ajuda (de quem tem competência e graça de estado para isso), luta (ascética, pois depende do mesmo indivíduo e da misericórdia divina) e correspondência diária aos influxos da graça, que nunca cessam de chegar, mas nem sempre são bem recebidos e aproveitados.
Hábitos são atos repetidos, da vontade consciente, senão vai ser como na música do Chico: "todo dia ela faz tudo sempre igual"... Não se trata de mera repetição, como de um animal treinado, mas de ações com objetivo claro, ditadas pelo amor, que segue encaminhando-as ao longo do dia, da semana, da vida. Não nos podemos contentar em fazer, estar lá, obedecer simplesmente a regras e normas, porém "fazer o que deve e estar no que faz". Descobrir não somente a poesia da vida; isso é bom, mas é pouco. Descobrir, sim, a transcendência de cada pequenina iniciativa ao pensar, falar ou agir. Viver o cotidiano com motivação de eternidade.
Operativos designam obras, não meras ocupações, filosofias, intenções, por melhor que sejam. "Obras é que são amores, não boas razões", já disse S. Josemaria em Caminho. Lutar por ganhar virtudes pressupõe trabalhar persistentemente por consegui-las, no sentido eminentemente prático de agir pelo bem comum e de cada ser humano. Virtudes não se adquirem por mágica, bater palmas como a fada Sininho, ou por um toque de vara de condão da Fada Madrinha. Nem sequer devemos esperar por uma infusão milagrosa do Espírito Santo. Não é esse o método divino para que sejamos virtuosos, santos. O próprio Jesus Cristo avisou-nos da violência que teríamos que usar conosco mesmos para alcançar essa meta.
E como se dá isso em termos bem práticos? Sabemos que as virtudes sobrenaturais baseiam-se nas humanas, naquelas que nossos pais nos ensinam, daí a importância de uma educação profunda no lar, inculcada por palavras e exemplos, instruções repetidas até cansativamente. Por exemplo, a POLIDEZ AMÁVEL - chamo-a assim para diferenciá-la da polidez seca, que marca contatos sociais supérfluos - de cumprimentar as pessoas, olhando-as nos olhos, sorrindo, não se permitindo tratá-las como executores de serviços, invisíveis robôs, vai se desenvolvendo e transformando-se na DELICADEZA, ao perguntar por sua saúde e da família, interessar-se por seus problemas, agradar com detalhes de carinho, até a CARIDADE de compreender, de colocar-se no lugar do outro, ajudar no que puder e mais um pouco, adivinhar suas necessidades e tentar supri-las, mesmo que em mínimo grau. Ser "tapete macio" para tornar a vida dos demais mais feliz.
Outra virtude pode ser a TOLERÂNCIA, de suportar pacientemente os defeitos alheios, enxergando-os como obstáculos transponíveis , se ajudados pela caridade de que falamos, reagindo com bom humor às reações frequentemente desagradáveis do próximo. O passo seguinte é a BENIGNIDADE, a disposição de querer o bem do mesmo que nos inferniza, colocando os meios para auxiliar, se for o caso, com carinho a pessoa a melhorar naquele ponto. O coração, então, dilata-se até alcançar a MAGNANIMIDADE, esplêndida virtude dos que têm um coração grande, repleto de misericórdia, que, mais do que a justiça, almeja a paz e o bem dos homens, porque se assemelha ao coração do Pai.
Para finalizar os exemplos, pode-se sugerir o OTIMISMO, o verdadeiro, não a ingenuidade tosca dos insensatos; uma perspectiva esperançosa de vida, com confiança plena no amor divino, que proporciona a ALEGRIA sobrenatural, no lugar da visceral, fisiológica de rir das piadas boas ou inconvenientes. Consiste esse sentimento em saber que "nada pode nos separar do amor de Deus", feito homem em Cristo. A FORTALEZA decorrente dessa certeza de que tudo concorre para o bem só pode ser alcançado por um método perseverante de oração e prática, em mínimos e repetidos atos de amor e entrega.
Essas palavras inspiradas de Francisco Carvajal, no seu Falar com Deus, oferecem uma oportunidade prática de praticar e desenvolver as virtudes, e o guia pode ser a última parte: "crescer em hábitos operativos bons". Se analisarmos cada palavra desse trecho, tal exercício nos servirá de estímulo para praticar o que recomenda.Em primeiro lugar, "crescer" indica um processo lento, sem aceleração forçada, mas que dói, pois pressupõe amadurecimento gradual. Não nascemos "crescidos", física, emocional e espiritualmente. O processo requer tempo e paciência, própria e de quem está por perto. Especificamente no âmbito espiritual demanda ajuda (de quem tem competência e graça de estado para isso), luta (ascética, pois depende do mesmo indivíduo e da misericórdia divina) e correspondência diária aos influxos da graça, que nunca cessam de chegar, mas nem sempre são bem recebidos e aproveitados.
Hábitos são atos repetidos, da vontade consciente, senão vai ser como na música do Chico: "todo dia ela faz tudo sempre igual"... Não se trata de mera repetição, como de um animal treinado, mas de ações com objetivo claro, ditadas pelo amor, que segue encaminhando-as ao longo do dia, da semana, da vida. Não nos podemos contentar em fazer, estar lá, obedecer simplesmente a regras e normas, porém "fazer o que deve e estar no que faz". Descobrir não somente a poesia da vida; isso é bom, mas é pouco. Descobrir, sim, a transcendência de cada pequenina iniciativa ao pensar, falar ou agir. Viver o cotidiano com motivação de eternidade.
Operativos designam obras, não meras ocupações, filosofias, intenções, por melhor que sejam. "Obras é que são amores, não boas razões", já disse S. Josemaria em Caminho. Lutar por ganhar virtudes pressupõe trabalhar persistentemente por consegui-las, no sentido eminentemente prático de agir pelo bem comum e de cada ser humano. Virtudes não se adquirem por mágica, bater palmas como a fada Sininho, ou por um toque de vara de condão da Fada Madrinha. Nem sequer devemos esperar por uma infusão milagrosa do Espírito Santo. Não é esse o método divino para que sejamos virtuosos, santos. O próprio Jesus Cristo avisou-nos da violência que teríamos que usar conosco mesmos para alcançar essa meta.
E como se dá isso em termos bem práticos? Sabemos que as virtudes sobrenaturais baseiam-se nas humanas, naquelas que nossos pais nos ensinam, daí a importância de uma educação profunda no lar, inculcada por palavras e exemplos, instruções repetidas até cansativamente. Por exemplo, a POLIDEZ AMÁVEL - chamo-a assim para diferenciá-la da polidez seca, que marca contatos sociais supérfluos - de cumprimentar as pessoas, olhando-as nos olhos, sorrindo, não se permitindo tratá-las como executores de serviços, invisíveis robôs, vai se desenvolvendo e transformando-se na DELICADEZA, ao perguntar por sua saúde e da família, interessar-se por seus problemas, agradar com detalhes de carinho, até a CARIDADE de compreender, de colocar-se no lugar do outro, ajudar no que puder e mais um pouco, adivinhar suas necessidades e tentar supri-las, mesmo que em mínimo grau. Ser "tapete macio" para tornar a vida dos demais mais feliz.
Outra virtude pode ser a TOLERÂNCIA, de suportar pacientemente os defeitos alheios, enxergando-os como obstáculos transponíveis , se ajudados pela caridade de que falamos, reagindo com bom humor às reações frequentemente desagradáveis do próximo. O passo seguinte é a BENIGNIDADE, a disposição de querer o bem do mesmo que nos inferniza, colocando os meios para auxiliar, se for o caso, com carinho a pessoa a melhorar naquele ponto. O coração, então, dilata-se até alcançar a MAGNANIMIDADE, esplêndida virtude dos que têm um coração grande, repleto de misericórdia, que, mais do que a justiça, almeja a paz e o bem dos homens, porque se assemelha ao coração do Pai.
Para finalizar os exemplos, pode-se sugerir o OTIMISMO, o verdadeiro, não a ingenuidade tosca dos insensatos; uma perspectiva esperançosa de vida, com confiança plena no amor divino, que proporciona a ALEGRIA sobrenatural, no lugar da visceral, fisiológica de rir das piadas boas ou inconvenientes. Consiste esse sentimento em saber que "nada pode nos separar do amor de Deus", feito homem em Cristo. A FORTALEZA decorrente dessa certeza de que tudo concorre para o bem só pode ser alcançado por um método perseverante de oração e prática, em mínimos e repetidos atos de amor e entrega.
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