Dainir Soares Feguri[1]
O Que é?
TOCNACUCA é um projeto
que tem por objetivo de efetivar ações preventivas a orientação da juventude em
relação às situações conjunturais de risco pessoal e social de morte por causas
externas: AIDS, homicídios e acidentes de trânsito. Tem como iniciativa o MOVIMENTO
PRÓ-PAZ buscando viabilizar uma proposta de ações culturais e educativas que
auxilie a juventude em geral, em relação à preservação e valorização da Vida.
OBJETIVO GERAL
Capacitar
pessoas para assumirem o papel de agentes de mudança, promovendo a valorização
e a preservação da vida em suas comunidades, através de ações educativas e
culturais.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Capacitar
pessoas para serem multiplicadoras das idéias de preservação e valorização da
vida.
Capacitar
voluntários para atuar nas áreas do programa de prevenção – adolescer saudável
‘espaço tocnacuca’.
Mobilizar
a sociedade para a mudança de cultura e de atitude frente à mortalidade juvenil
no Brasil.
Promover
o exercício da responsabilidade social e cidadania.
MISSÃO
Promover
a valorização e a preservação da vida pelo Protagonismo Juvenil através de
ações educativas e culturais.
VISÃO
Sensibilizar
a sociedade e impulsioná-la para ações pró-ativa em favor da Paz e dos Direitos
Humanos.
PRINCIPIOS
Ética
Respeito
Responsabilidade
Social
Cidadania
Segurança
Educação
Voluntariado
Protagonismo
Inovação
Desenvolvimento
Capacitação
POLITICA DE GESTÃO
Habilitar
ações a fim de gerir resultados que beneficie a coletividade
NEGÓCIO
A
prevenção com participação social que permita uma prática transformadora.
CONHECENDO O PROJETO
O projeto nasceu com o intuito de
atender a demanda dos adolescentes tendo por finalidade prevenir a violência.
Teve seu inicio com grupos de pesquisa (por amostragem) em 1997 no bairro -
Jardim Brasil periferia da Capital. O projeto levava o nome de Espaço Sal da
Terra.
Posteriormente em fevereiro de
2002 o mesmo foi levado para o bairro- Dr. Fábio próximo ao Jardim Brasil em
Cuiabá/MT, bairros circunvizinhos da grande Morada da Serra[2].
Teve inicio com 62 integrantes
adolescentes, colaboravam como voluntários líderes sociais e religiosos da
comunidade. Desta experiência três jovens do local foram encaminhados para
atuarem no “Espaço Aberto” – UNESCO, para atuarem junto à equipe articuladora
responsável pela divulgação de trabalho ligado ao Protagonismo Juvenil de cunho
político, junto a UNESCO. Contribuíram no evento realizado pela UNESCO que
recebeu o nome de “Parangolé” realizado na Escola Estadual Presidente Médici, região
central de Cuiabá em 2002.
Ainda nesse mesmo ano foi feita
uma parceria com a Policia Comunitária (PMMT) foi então que de Espaço Sal da
Terra passou a se chamar Espaço Tocnacuca, porque auxiliar os jovens a pensar
nas ações impulsivas faria o bem e a diferença a eles.
Os parceiros e multiplicadores
estavam motivados por ideais comuns visando à prevenção, educação e vida e com
o intuito de combater a mortalidade juvenil por causas externas. Quem
participou desta etapa foram voluntários, profissionais multidisciplinares,
policiais e adolescentes. Todos reunidos, onde cada qual contribuía com aquilo
que podia oferecer, conforme seus conhecimentos primários. Sendo que a única
exigência é que gostasse de trabalhar com juventude e que tivesse flexibilidade.
O projeto Tocnacuca teve sua
implantação: nas Companhias Comunitárias do bairro Pedra 90 e Três Barras;
Escola Estadual João Crisóstomo (bairro Dr. Fábio); Escola Estadual Bernadina
Ricci (Centro). Só no bairro Pedra 90 mais de oitocentos jovens fizeram parte
do projeto por iniciativa própria. Na atualidade estes jovens são pais de
família e tem o desejo de serem multiplicadores destas ações preventivas. Na
época destes oitocentos apenas perdemos uma única pessoas[3].
Tivemos resultados de ações como:
desarmamentos, desarticulações de gangs, solicitações para tratamento aos
usuários de drogas ilícitas, retorno a sala de aula, solicitações para curso de
capacitação para o ingresso no trabalho. Foram distribuídas para instituições,
núcleos e pessoas 1.000 cartilhas com orientações voltadas para o público
adolescente, com o tema ‘Cartilha da Juventude - Adolescer Saudável’.
O que faltou? Apoio e comprometimento das autoridades constituídas, tanto
municipal como estadual. O esforço é imenso e por iniciativa isolada é
impossível dar continuidade. Mas mesmo assim continuamos capacitando
voluntários para polinizar uma cultura de paz. E neste ano já se tem 12 anos de
trabalho e estudo nesta área. Inclusive a proposta de lançar o livro ‘Adolescer
Saudável’ que possibilita construir uma trajetória de como orientar jovens em
situação de risco social e pessoal e com isso contribuir para a redução deste
fenômeno de morte por causas externas que assolou os lares do nosso país.
ESTUDO COMPROVA OS RÍSCOS PESSOAIS
E SOCIAIS QUE PERMEIA OS JOVENS EM RELAÇÃO A
MORTE POR CAUSAS EXTERNAS
Este trabalho voluntário é fruto de uma
relação com o público jovem e adolescente das camadas de classes populares.
Conforme divulgação dos altos índices estatísticos se percebe que os jovens se
encontram não muito conscientes dos riscos no seu cotidiano a que estão
submetidos. Sendo que, cada vez mais a juventude brasileira tem sido alvo
negativo inserido no quadro de taxa de mortalidade juvenil (SIM) que teve um
aumento significativo nestes últimos anos. Vidas aqui se perderam mais do que
na guerra do Oriente Médio.
Este programa constitui importante ferramenta que vem subsidiar jovens, adolescentes e particularmente os adultos no que refere a formação destes nesta fase de seu desenvolvimento. Esta contribuição se dá por fornecer informações do fenômeno psicossocial adolescer. A partir deste estudo / leitura, muito das atitudes poderão ser repensadas, se não talvez buscar novas formas de abordagem e entendimento mais adequadas a estes indivíduos em afirmação.
Para compreender a juventude convém rever conceitos básicos sobre o adolescer que possibilita trazer esclarecimentos desta fase que antecipa este período. Nada mais sendo do que algo que faz parte do desenvolvimento humano. Fase esta complexa onde mudanças acontecem no corpo e na cabeça dos jovens cujo interesse já não se restringe mais a jogos e brincadeiras. Mas cuja atenção estará voltada às sensações que se alternam na mais profunda oscilação antagônica indo da alegria ao estado de intensa tristeza. Da total onipotência a plena indecisão. O medo do desconhecido permeando a mente em transição com a avidez das descobertas. O compromisso com o bem-estar pedindo passagem e tomando assento na agitada rotina adolescente.
Sabe-se que o processo de estabelecimento do equilíbrio é moroso e
Este programa constitui importante ferramenta que vem subsidiar jovens, adolescentes e particularmente os adultos no que refere a formação destes nesta fase de seu desenvolvimento. Esta contribuição se dá por fornecer informações do fenômeno psicossocial adolescer. A partir deste estudo / leitura, muito das atitudes poderão ser repensadas, se não talvez buscar novas formas de abordagem e entendimento mais adequadas a estes indivíduos em afirmação.
Para compreender a juventude convém rever conceitos básicos sobre o adolescer que possibilita trazer esclarecimentos desta fase que antecipa este período. Nada mais sendo do que algo que faz parte do desenvolvimento humano. Fase esta complexa onde mudanças acontecem no corpo e na cabeça dos jovens cujo interesse já não se restringe mais a jogos e brincadeiras. Mas cuja atenção estará voltada às sensações que se alternam na mais profunda oscilação antagônica indo da alegria ao estado de intensa tristeza. Da total onipotência a plena indecisão. O medo do desconhecido permeando a mente em transição com a avidez das descobertas. O compromisso com o bem-estar pedindo passagem e tomando assento na agitada rotina adolescente.
Sabe-se que o processo de estabelecimento do equilíbrio é moroso e
não muito fácil para quem há tão pouco tempo
só fazia brincar e reservava suas lágrimas quase que somente para as dores
físicas.
É possível dizer que a experiência favorece o entendimento de como os jovens idealizam construir ou não este período e como estará este fenômeno ligado ao seu futuro. Dirigindo suas ações na contraposição para estabelecer sua autonomia visando assim um ideal de liberdade, cuja finalidade é à busca da afirmação de sua identidade. Respondendo ao seu primeiro questionamento – ‘Quem Sou?’. Também é possível vislumbrar de como procuram desenvolver seus próprios princípios e ajustar seus sentimentos relacionados à escolha, seja em função de uma orientação sexual quanto a outros desejos de auto-afirmação. Sendo esta uma época de descobertas e experimentações novas que poderá conduzi-los a riscos talvez irreversíveis. A busca da compreensão da sexualidade ou iniciação sexual nos jovens não é um episódio, é parte de um processo de busca de identidade do (a) adolescente, pois envolve dificuldades em relação ao espaço e tempo, corpo e mente. Estes assumindo atitudes de rebeldia, buscando grupos menores e marginalizados que os compreendam, tentam soluções mágicas para os problemas, criando juízos de valores próprios, desprezando o que os adultos lhe ‘impuseram’ e desenvolvendo atitudes agressivas.
Muitas situações começam a se apresentar de forma mais elaborada e as soluções não aparecem como num passe de mágica. Buscando respostas as suas indagações: Como é deixar de ser criança? De repente ter um corpoem transformação.
Perguntando-se - Quem sou? Porque sinto? O que sinto? Só
querendo compreender. O porquê? Momento este em que o adolescente procura
buscar de maneira ora consciente ou inconsciente, o seu autoconhecimento,
estabelecendo assim sua independentização do ambiente familiar e fazendo uso da
liberdade, embora sem muito compromisso ou responsabilidade. Também procurando
desenvolver os princípios em relação à vida, conforme seus valores e crenças
internalizados.
É possível dizer que a experiência favorece o entendimento de como os jovens idealizam construir ou não este período e como estará este fenômeno ligado ao seu futuro. Dirigindo suas ações na contraposição para estabelecer sua autonomia visando assim um ideal de liberdade, cuja finalidade é à busca da afirmação de sua identidade. Respondendo ao seu primeiro questionamento – ‘Quem Sou?’. Também é possível vislumbrar de como procuram desenvolver seus próprios princípios e ajustar seus sentimentos relacionados à escolha, seja em função de uma orientação sexual quanto a outros desejos de auto-afirmação. Sendo esta uma época de descobertas e experimentações novas que poderá conduzi-los a riscos talvez irreversíveis. A busca da compreensão da sexualidade ou iniciação sexual nos jovens não é um episódio, é parte de um processo de busca de identidade do (a) adolescente, pois envolve dificuldades em relação ao espaço e tempo, corpo e mente. Estes assumindo atitudes de rebeldia, buscando grupos menores e marginalizados que os compreendam, tentam soluções mágicas para os problemas, criando juízos de valores próprios, desprezando o que os adultos lhe ‘impuseram’ e desenvolvendo atitudes agressivas.
Muitas situações começam a se apresentar de forma mais elaborada e as soluções não aparecem como num passe de mágica. Buscando respostas as suas indagações: Como é deixar de ser criança? De repente ter um corpo
Partindo do pressuposto de que a Juventude é
um personagem envolvido numa sociedade cartesiana, onde comportamentos e
segurança são manipulados por adultos, isto implica no não-exercício da
cidadania destes sujeitos. Este ao ser supostamente desrespeitado seja de forma
velada ou explícita, trará uma conseqüência à realidade atual de forma caótica
onde alguns se eximem de sua responsabilidade. Principalmente aqueles supostos
responsáveis comprometidos em rever a necessidade de Políticas Públicas que
assistam a esta parcelada população desde a sua base familiar que é o início de
tudo.
A sociologia nos mostra em análise que a
sociedade brasileira é profundamente autoritária com crianças e adolescente. E
historicamente as relações no Brasil são adultocêntricas (centrada em torno do
adulto). Jovens e adolescentes no Brasil são considerados até muito recente
como sujeitos sem fala, cuja vontade se expressa através da vontade dos
adultos. Na opinião de muitos se consolida que o aumento das causas da
violência está sendo de responsabilidade dos jovens que se envolvem em
situações de riscos principalmente com a criminalidade. Em geral sempre se
parte da idéia de que os jovens são os autores da violência, mas muito pouco se
fala deles como vítimas de violência.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Constituição de 1988 vem dizer que crianças e adolescentes são sujeitos de direito. Estudiosos têm percebido a forma como a juventude vem exercendo este direito:
[...] a juventude sempre teve um jeito próprio de levar adiante o seu protesto e a sua luta. “Mas é principalmente através da sua produção cultural, sobretudo no campo da música, que o seu recado pode ser percebido e ouvido.” (BRANDÃO e DUARTE, 1990, P. 111).
Música: Inútil (1983)
Autor: Roger Rocha Moreira
Grupo: Ultrage a Rigor
“A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dente
Tem gringo pensando que nós é indigente
Inútil, a gente somos inútil.”
Autor: Roger Rocha Moreira
Grupo: Ultrage a Rigor
“A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dente
Tem gringo pensando que nós é indigente
Inútil, a gente somos inútil.”
A mídia reforça este rótulo por retratá-los em seus noticiários, onde são freqüentemente representados com relação à violência e ao crime. Sendo tanto criança quanto os jovens responsáveis ou vítimas de abusos sexuais e físicos. Tendo unicamente por objetivo gerar índices de audiências daí o seu caráter: sensacionalista. Raramente buscando penetrar nas causas da violência. Sendo que as conseqüências disso é que os jovens via de regra, são representados como um problema e / ou uma ameaça. Portanto um grupo vulnerável e estigmatizado em relação à sua integridade desde as suas necessidades básicas.
Na mídia são veiculados variados tipos de violência indo desde a violência visível, física e clara cuja ameaça evidencia cenas de assassinatos, sangue, tiros, lutas, massacres, desastres, etc. Havendo também violência estrutural e mental mais latente, tal vítima e responsáveis nunca poderão ser identificadas ficando causas e conseqüências mais difíceis de analisar, pois estão profundamente enraizados na cultura e na sociedade
Meditando nas palavras de Khalil Gibran
quando em uma de suas obras (O Profeta), o autor escreve uma citação sobre o
tema ‘crime e castigo’:
[...]
como uma procissão, vós avançais, juntos, para vosso eu-divino. Vós sois o
caminho e os que caminham. E quando um dentre vós tropeça, ele cai pelos que
caminham atrás dele, alertando-os contra a pedra traiçoeira. Sim, e ele cai
pelos
que
caminham adiante dele, que embora tenham o pé mais ligeiro e mais seguro, não
removeram a pedra traiçoeira (GIBRAN apud CHALLITA, 1972, p. 38 e 39).
Penso que necessariamente jovem e adolescente precisam de habilidades e conhecimentos, que lhes dê direção para assim se posicionarem diante da vida. E encarar o desafio, cheio de riscos a qual estarão expostos. Sugiro aqui que se pense numa orientação adequada, porém de conformidade com o pensamento do sujeito e não nos moldes do pensamento adulto. Não para que eles façam o que gostaríamos que fosse bom para nós, mas para que os hábitos comportamentais arriscados não sejam adotados ou firmemente estabelecidos gerando uma inconseqüência.
A experiência com a juventude das camadas populares me possibilitou conhecer os variados ambientes e grupos como também ouvir algumas diferenças nas representações sociais. De grande importância é o grupo para o individuo como sujeito nele inserido. Pois o grupo como elemento criativo pode gerar propostas de trabalho, ações para a intervenção social, recursos, etc. Ele é capaz de produzir mudanças, transformações no ambiente, contribuindo para o desenvolvimento comum. O grupo conta com determinadas funções que interagem com o individuo e que contribuem para o seu desenvolvimento social e cultural. Do contrário ele também pode vir a sucumbir o sujeito.
Na socialização ocorrendo à interação destes indivíduos, numa relação que implica normas, valores e comportamentos distintos a depender do grupo, a pressão do grupo obriga o individuo a adotar as normas. Quanto maior for o número de pessoas de acordo com essas normas tanto maior será a pressão exercida com relação ao restante de indivíduos pertencentes a esse ambiente grupal. O individuo vai elaborar a formação do autoconceito. Esta formação leva o individuo a ver-se a si mesmo, através dos olhos de outras pessoas e ele agirá levando em conta os componentes, atitudes e sentimentos dos outros, assim como a aprovação ou desaprovação do grupo.
O convívio com variados grupos também me permitiu conhecer variadas formas de educação. É preciso compreender que a educação adequada começa com informação.
E para exemplificar esta fala convém citar um grupo muito comum denominado pela sociologia como ‘bando de esquina’. Sendo um grupo informal, primário e natural, estes satisfazem suas necessidades em relação que obriga a reciprocidade. Tem seus lugares: a esquina, o bar, o clube, etc... Não se sentem à vontade fora deles.
A educação neste grupo está implícita na
maneira como se afirma. Seus encontros acontecem sem aviso prévio e chegam
quase na mesma hora. Falam das coisas comuns. Voltam para casa para dormir,
jantar, pois no dia seguinte tem que ir estudar ou trabalhar. Saem nos fins de
semana: suas vidas são quase públicas no bairro. Falam alto com gesticulação,
misturam a língua culta com a popular. São sensacionalistas e rebeldes contra a
autoridade. Tem normas de lealdade e alguns ritos de iniciação como uma
possível demonstração de coragem. À medida que as horas adentram na madrugada o
grupo vai se dispersando, porém uma minoria ainda persiste em ficar e passam a
ser alvo de pessoas com problemas com a lei, tais como traficantes,
justiceiros, gangs e mesmo policiais despreparados. Considero este grupo
segundo suas respostas nos debates e discussões levantadas um dos mais
vulneráveis, suscetíveis a danos.
Veja que é preciso ouvir os vários segmentos para compreender o fenômeno atual. Percebe-se, porém que há uma nítida falta de colaboração por parte de alguns que se dizem conscientes e maduros.
Como já dizia GIBRAN somos similares a aqueles que caminham na frente e visualizando a pedra traiçoeira não colabora em retirá-la, deixando assim cair aqueles que vêm atrás. Já que lhes falta uma orientação adequada para a vida e uma compreensão de si mesmo.
Sugiro uma atenção voltada à promoção de
saúde integral ao (s) jovem (ns) e adolescente (s). Promoção significa ‘antes
de’, do contrário seria prevenção quando algo já aconteceu. Embora se saiba que
o costume tem sido atuar apenas de forma interventiva de maneira inadequada e
por iniciativa isolada. Percebe-se que os jovens necessitam de algo que lhes
possibilite suporte e sustentação nesta etapa do seu desenvolvimento humano.
Portanto viabilizar uma proposta de ações culturais e educativas que auxilie a juventude em geral, não apenas as das camadas populares na obtenção de maiores expectativas positivas em função da pequena existência que hoje o jovem está tendo e o de vir a ter, sendo melhores em relação à preservação e valorização da Vida.
A EFETIVIDADE DA LEI 11343/06:
USUÁRIO DE DROGAS E TRATAMENTO – Carta de Belo Horizonte/2007 – III CONEPA
Incentivar
a criação de cadastro de entidades filantrópicas que atendem a usuários de
álcool e outras drogas nas Secretarias Estaduais/ Municipais de Saúde;
Promover
o cumprimento da legislação - Resolução ANVISA 101- que viabiliza a
fiscalização das instituições;
Integrar
outras ações ministeriais, tais como: trabalho, assistência social, justiça e
saúde ao SISNAD na definição de metas bianuais para uma política nacional sobre
drogas;
Criar,
em cada Ministério ,
previsão orçamentária para programar a Política do Plano Nacional sobre Drogas;
Incentivar
o apoio aos Municípios com a dotação orçamentária do Ministério da Justiça e/ou
do Plano Nacional sobre Drogas nos Municípios para abertura de Centros de
Atenção Psicossocial – CAPS’ad – com ajuda das Secretarias de Estado de Saúde;
Ampliar
o acesso do usuário de álcool e outras drogas à assistência através de apoio a
programa de reinserção social, redução de danos e grupos de reflexão.
Implementação
das políticas públicas sobre as drogas já previstas na lei 11.343/2006.
Aprimoramento
dos serviços públicos de saúde, instalando-se programas de prevenção e
tratamento específico para homens, mulheres, idosos e adolescentes.
Implantação
de processos eficazes de avaliação do tratamento psicossocial e farmacológico
dispensados aos drogadictos, com controle social das verbas públicas destinadas
a entidades, a ser efetivado pelos Conselhos Municipais.
Ampliação
de locais específicos para tratamento de usuários, com a oferta de cursos
profissionalizantes.
Nos
termos da nova lei de tóxicos, sendo o tratamento da droga dicção uma obrigação
do Estado, sugere-se que o Ministério da Justiça promova reunião urgente com o
Ministério da Saúde, sugerindo que o primeiro vincule a liberação de verbas
para a saúde, à criação de efetivos centros de tratamento nos estados. E ainda,
vincule a liberação de verbas para a construção destes centros nas unidades
prisionais.
Promover,
através do DEPEN, financiamento para construção e implementação de estruturas
físicas (centro de tratamento para usuários de álcool e drogas) para
diagnóstico e com possibilidade de internação, nos moldes da já existente em
Cuiabá - MT (Centro de Tratamento - Secretaria de Segurança Pública).
Criar
uma comissão para troca de experiências sobre a aplicação de grupos reflexivos,
relacionados com o art. 28, lei 11.343/2006. Que esta comissão seja composta
por representantes das entidades que já têm experiência comprovada no
acolhimento, diagnóstico, intervenção e tratamento do usuário de drogas.
Valorizar
e investir nos programas que oferecem acompanhamento intensivo em longo prazo
como as comunidades terapêuticas e os grupos de mútua-ajuda desde que respeitem
a Resolução da ANVISA e as demais normas legais.
OFICINAS
Nem
criança, nem adulto, estou adolescente. Esta é a minha identidade.
Dúvidas?
Muitas, pois estou adolescente...
Sexualidade
– prazer em te conhecer!
Drogas?!
Que papo é esse?
Nem
todo ‘crack’ é bom de bola.
Não
há família que possa ostentar o cartaz “aqui não temos problemas”.
Escola...
Que espaço é este?
Educação
em valores humanos.
Protagonismo
juvenil e solidariedade
Voluntariado
AÇÕES
Vídeos
- PowerPoint
ExpoToc
Chapada
Viva
Varal
de estórias
Coruja
do mundo
Rala
Contos
Zen
Break
Graffiti
Teatro
de bolso
Teatro
de bulevar
Blitz
educativas
Gincanas
Kitute
cuiabano
Fórum
de debates
Um
dedo de prosa
Vídeos – PowerPoint
O vídeo e o slide permitem
transmitir ao expectador, através do áudio-visual a mensagem de forma que possa
atingir os aspectos afetivos. Pode ser usado na Expo-Toc.
Moto Vida
Blitz educativas no trânsito
busca levar a sensibilização e humanização da relação dos motociclistas com
o trânsito, alertando sobre os perigos da velocidade e incentivando os
motociclistas para o uso dos equipamentos de segurança. Ampliar o trabalho de
educação para quem usa os serviços dos motoboys e empresas que os contratam.
Chapada Viva
Blits educativas para humanizar a
relação passeio veraneio aos recantos da natureza com segurança. Lembrando que
nada de aceitar provocações no transito, e se beber não dirija etc.
Escola Viva
Blits educativas na frente das
escolas – esta ação pode ser
realizada simultaneamente em diversas escolas, desenvolvida nas avenidas
movimentadas, próximas as escolas, onde jovens voluntários conscientizam os
motoristas que passam no local, principalmente sobre a faixa de segurança.
Expo-Toc
É uma exposição itinerante que
percorre shoppings, locais públicos, universidades e feiras, levando
informações, fotos e vídeos sobre o movimento Pró-Paz. É montado na forma de
banners, as imagens são fotos de pessoas em sua rotina normal e abaixo do
banner deve constar que estas pessoas não estão mais vivas. Então o observador
vai se ver identificado naquelas imagens cheias de vida e de repente pode se
perder tudo. Lembre-se de não lançar mão de imagens chocantes, há como fazer
algo bem legal.
Varal de histórias
Direcionar as crianças em idade pré-escolar ,
com o objetivo de ensinar aos pequenos sobre os cuidados que deve ter com o trânsito
na condição de pedestres, passageiros, ciclistas, skatistas, etc. Sugere-se até
nas oficinas trabalhar com o varal de histórias.
Coruja do mundo
Esta ação associa a dança em
grupo, une-se a música (erudita ou Hip Hop) com movimentos coreografados.
Detalhe: deve ser executada a noite, com efeito, de luz. 1º) porque o jovem tem
mais tempo; 2º) o clima está mais ameno; 3º) o jovem adora fazer coisas a
noite. Seja jogos, brincadeiras, etc.
Rala
Esta atividade é mais voltada
para a educação física, jogos cooperativos e brincadeiras.
Coral
Formado por familiares ou jovens
para se apresentarem em congressos, seminários e eventos locais. Mostrando a
relação da pessoa com a música.
Contos Zen
Serve para trabalhar
comportamento e atitudes na forma de parábolas. Propicia a reflexão de valores
e ações. Pode ser trabalhado com bonecos de fantoche, mamulengos, etc. Aquele
em que os personagens são representados por marionetes, bonecos articulados,
cujas partes são presas a cordéis manipulados pelos titereiros.
Break dance
Atividade ligada à dança. O
Break vai muito além de uma forma de dança. É mais que tudo, um estilo de vida
para quem ama o Hip Hop. Bronx,
notando que sua dança era menos chamativa que o Brooklyn-Rock já que este
contava a participação de mais de um dançarino o confronto entre esses dois Up-Rockers
era muito mais contundente que a de um Top-Rocker começou-se a
experimentar novas concepções; com isso o Top-Rock rapidamente desceu para o chão
criando-se o Floor-Rock (Dança de chão) ou Foot Work (Trabalhos dos
pés). Essa dança consiste em praticamente se dançar o Top-Rocking em movimentos
circulares de acordo com ritmo da música logicamente com as mãos e pés no chão
ao mesmo tempo. O término deste movimento hama-se de freeze (congelar);
a força, rapidez e ousadia rapidamente suplantou o cenário Up-Rocking. Vários
grupos aderiram ao break, os grupos são denominados de "crew" que em
inglês significa tripulação,o que hoje parece moda vai muito além de vestir uma
roupa ou um boné e sair por ai dizendo "sou do break ou sou do hip
hop" a cultura é bem mais alta é na verdade uma manifestação do movimento
hip hop... por isso deve-se aprender as técnicas necessárias para que não haja
machucados é importante começar com alguém que saiba fazer os movimentos
corretos se não pode ficar uma coisa feia ou errada. Musicos que já tiveram
adesão ao Break – Michel Jackson, Prince, Maddona.
Graffiti
Atividade
ligada a arte de expressão plástica, o grafite representa desenhos, apelidos ou
mensagens sobre qualquer assunto, feitas com spray, rolinho e pincel em muros
ou paredes. Sendo considerado por muitos uma forma de arte, diferente do
"picho", que têm outra função de apenas deixar sua marca, o grafite é
usado por muitos como forma de expressão e denúncia. Considera-se grafite uma inscrição
caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é
normalmente previsto para esta finalidade - normalmente em espaço público.
Teatro de bolso
Teatro pequeno. Pode ser
utilizado na forma de cenas que traça as características do adolescente em
desenvolvimento.
Teatro de bulevar
Repertório de comédias ligeiras,
de situações corriqueiras da agitada rotina adolescente.
Gincanas
É um tipo de
competição recreativa que tem o objetivo de pôr à prova, as habilidades físicas
ou mentais dos membros de duas ou mais equipes. As gincanas são divididas em
várias provas com características extravagantes e sem utilidade prática, alguns
exemplos são: "Corrida do saco":
os competidores devem percorrer o mais rapidamente possível uma distância
dentro de um saco que vai em média até suas cinturas; "Ovo na colher": os competidores
devem percorrer o mais rapidamente possível uma distância equilibrando um ovo numa
colher sem deixá-lo cair ; "Cabo de
guerra”: um número variável de competidores de duas equipes
puxam em sentido contrário uma corda. Vence quem conseguir que toda a equipe
adversária atravesse uma linha pintada no chão; "Caça ao tesouro”: a organização da gincana
elabora pistas para que as equipes possam encontrar um "tesouro".
Ganha a equipe que alcançar o objetivo em menos tempo. Há também provas de
caráter cultural, com perguntas de temas e formatos variados, como
"stop", charadas
etc.
Kitute Cuiabano
Visa
a Inclusão Social. Servem para garantir ao indivíduo, e a ao grupo de
indivíduos - quaisquer que sejam os critérios que os determinam - todos os
benefícios que o desenvolvimento dessa sociedade é capaz de propiciar: acesso à
educação, à saúde, à cultura, a um nível de vida digna etc. Muitas vezes - por
motivos estruturais, ou circunstanciais, ou culturais ou ideológicos -
indivíduos e grupos de determinada região, ou classe social, ou grupo etário,
racial, étnico, cultural ou religioso não têm acesso a esses benefícios; às
vezes deles são excluídos. Espaços públicos são visitados. Requer a principal
aquisição: o transporte e o alimento para todos.
Roda de Conversa
Esta
atividade pode ser realizada com os pais dos jovens. Oferece este espaço
oportunidade para exercitar a escuta e propicia oportunidade de orientação.
Enfim,
Atuar
com prevenção é isso. Basta que o adulto que queira ser o mediador e
facilitador tenha comprometimento com a causa e flexibilidade para lidar com os
aspectos característicos do adolescente sem perder a calma.
Na
atualidade estamos capacitando jovens para atuar com jovens em situação de
risco. É um trabalho voluntário. E exige muita perseverança daqueles que se
comprometem em polinizar estas ações.
[1] Psicóloga e Técnica com experiência de cinco anos no
Núcleo Psicossocial da CEPA/MT (Penas Alternativas). Pesquisadora do fenômeno
violência urbana há 14 anos, com foco na juventude em situação de risco.
Pós-Graduação em Psicologia e Educação pela UFMT. Membro Representante da
CONAPA do Estado de Mato Grosso. Coordenadora da Subcomissão Temática de
Gênero/CONAPA.
E-mail: feguri.dainir@gmail.com.
[2] Maior
bairro periférico de Cuiabá.
[3] Garota
de 16 anos, assassinada por ser testemunha de um processo que corria em
justiça.
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