quarta-feira, 23 de maio de 2012

Quem muito se ausenta, uma hora deixa de fazer falta...

Por Maria Teresa Serman
Esta frase, ou pensamento, apareceu no facebook, uma amiga me enviou. Pensei bastante sobre ela, o suficiente para entender que pode ter muitos desdobramentos. Podemos aplicá-la ao casamento, à convivência com os filhos, ao trabalho, às amizades, ao trato social e e aos deveres cívicos. Só não é aplicável aos ilustres representantes do legislativo que se faltam descaradamente às suas funções, pois, mesmo assim continuamos sentindo falta do nosso voto ser representado e dos nossos impostos roubados.

Voltando à ideia central, pode-se dizer que essa sensação pode não ser só física, ou nem ser exatamente do corpo, mas também da mente, do coração, das atitudes, o que marca de modo inexorável, e magoa enormemente, é a ausência de afeto,  de atenção, de interesse. Essas lacunas se devem ao egoísmo, à falta de comunicação, ao vício com a internet ou jogos eletrônicos. Enfim, à falta de dedicação que o amor exige. EXIGE sim, porque o amor assim é por natureza.

Não confundam, por favor, esse exigir com sufocar, manipular, controlar. Trata-se de afeto, não de exploração. De atuação positiva, como a dos pais com os filhos, e não só quando são pequenos. Muitos justificam o tempo exíguo que lhes dedicam com a justificativa de que "a qualidade importa mais do que a quantidade", "eu tenho pouco tempo com meus filhos, mas esse pouco é de qualidade". Com que facilidade apascentam as consciências! O resultado dessa equação autocomplacente é o que se observa por aí: crianças carentes, mal educadas, mimadas - porque querem compensar o estar com o dar -, cheias de novidades eletrônicas e roupas de marcas, mas sedentas de amor em forma de compromisso, de horas bem gastas na companhia amorosa e educadora dos pais.

Não me interpretem mal, não sou absolutamente contra as mulheres exercerem suas profissões, eu faço isso. Só desejo destacar  a facilidade com que se abre mão de convivência preciosa para atender a horários estapafúrdios e chefes ditatoriais. Um dirigente capaz precisa saber que a eficiência de seus funcionários depende de sua vida familiar. Isso se aplica a homens e mulheres. Estas conseguem, se usam de sabedoria, cumprir muito bem seus papéis. Sei que não é fácil, meninas, mas possível é. E ascender na carreira, ainda que a prioridade permanente seja a família.

No casamento, a presença se faz necessária pelo carinho; ouvido atento; olhos que reiteram o que as palavras já disseram; apoio e comunhão na frente dos filhos - discordar, bem longe deles; detalhes; delicadezas; presentinhos; bilhetinhos; amabilidades. Isso  engloba mulheres e homens em mútua troca. No início, depois de alguns anos, sempre. Criar e preservar momentos prazerosos juntos deve ser item de agenda. Não é tornar mecânico, só cuidadoso, pois o tempo e suas fadigas nos distraem e afastam também dos amigos, parentes, vizinhos, colegas, prestadores de serviço, todos que nos rodeiam.

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