quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Quem vê cara não vê coração

* Dainir Feguri

Viajando pelas bandas do sertão de Goiás, quase na divisa do estado do Tocantins na Br/ Belém - Brasília numa das fazendas ouvi a seguinte estória na forma de 'causo'.

"Conta-se que um homem resolveu se achegar numa terras de modo proque lá existia uma moça muito bonita, mas de pouca prosa. O rapaz muito calmo desapeou da sua mula e foi se achegando até falar com o pai da moça o motivo da sua estada ali. Falava com voz mansinha de modo que não assustou os morado do lugar.

- Vim pedi a mão da moça. Muito apreciei o jeito dela e cheguei a conclusão que quero me casar com ela.

O pai respondeu:

- Tem certeza moço? Ela é muito atrevida, não gosta de fazer nada direito do que a gente manda... Teimosa.

- Não tem importância não senhor. Quero casar com ela assim mesmo.

Aceito o pedido os dois se casaram. Seguiram viagem ambos montados em dois animais com toda a traia que a moça herdara como dote. No meio do caminho a mula cansada de tanta carga empacou.

- PREMEEERA. Disse o homem. A mula voltou a trotear e não foi muito longinho empacou de novo.

- SIGUNNNDA. Já não tava lá com boa cara e seu tom de voz já era cada vez mais rompante. A mula volta a caminhar, mas empaca novamente.

- TERCEEERA. Decidido o homem desce e já sacou da cela do animal uma espingarda que não negava fogo e descarregou na mula.

A mulher vendo aquela intolerância, começou a esbravejar, falava como a uma tagarela reclamando da atitude do marido, já que parecia tão bonzinho quando se apresentou ao pai dela.

Ao que o sujeito logo manifestou dizendo:

- PREMEEERA!!!"

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