quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A RODA QUE RANGE RECEBE GRAXA

* Dainir Feguri
Já ouviu essa frase? Muitas mulheres ficam desapontadas porque suas necessidades não são atendidas quando necessitam, sem que precisem pedir por isso. Digo-lhe que se você não pedir, não correrá o risco de ouvir um “não”, mas tampouco receberá o que deseja. O óbvio dessa questão é quando precisam de um aumento de salário e finalmente criam coragem de pedir. Isso me faz lembrar um fato que ocorreu no meu primeiro emprego.
Quando fui contratada com apenas 16 anos para o cargo de telefonista de uma Concessionária de veículos por um salário mínimo, achei ótimo. Após uma semana alguém pediu demissão do cargo no setor de cobranças e lá fui eu convidada a estar substituindo já que a tarefa não era muito complicada, seria relacionar faturas vencidas no borderô para que o cobrador fosse receber. Enfim, haviam outras responsabilidades junto ao cargo, mas vou me restringir a citar apenas esta.
Alguns meses após entra no setor uma figura masculina foi contratado para realizar a mesma tarefa que eu, porém ganhava salário muito maior. Achei aquilo injusto! Questionei o colega que me disse que recebia essa quantia por ser homem. Dirigi-me até o Diretor Financeiro (Chefe) e após explanar os fatos e justificar ‘porque eu merecia um aumento de salário’ ele concordou. E me deu um aumento que comparado com o salário congelado dos funcionários mais antigos da casa seria eu ganhar o equivalente a eles. De um salário fui para sete. O que equiparou ao do colega que chegou ganhando mais e a justificativa era porque ele era homem.
Resolvi o problema financeiro, mas arrumei encrenca ao comentar ingenuamente sobre o aumento de salário que eu havia recebido. Durante as pausas do trabalho foram aparecendo funcionários dos setores de peças, manutenção, gabinete, etc. E todos me perguntavam o que havia feito para convencer o chefe. Dialogávamos quais eram o salário atual de cada um e o que justificaria a possibilidade de um aumento. E não demorou a ser chamada pela diretoria financeira.
O meu honorável chefe começou assim: “Dona Daíner (ele me chamava assim mesmo), a sra apesar de nova já mostra que tem tendência para sindicalista! O que será então quando ficar mais adulta? Não se comenta esse tipo de coisa com funcionários na empresa”.
Dizer o que. Não tinha como remediar a situação. Prometi que não mais falaria sobre esse assunto.
Lições aprendidas:
1- Não pergunte se está autorizada a receber um abono salarial; 2- Nunca fale demais no local de trabalho aos colegas; Ninguém fica feliz com o seu sucesso. Sonhar todo mundo sonha, mas individualmente, já pensou se sonhássemos todos - o mesmo sonho, não seria sonho e sim pesadelo. 3- Resumindo: assuntos pessoais só nos dizem respeito.
Recomendações:
1- Planeje antecipadamente suas reivindicações, pense no que quer e nos motivos disso. Fale direta e objetivamente e, a cada pedido, acrescente duas ou três razões para ser atendida. 2- Use a técnica da negociação, isto é, expresse seu pedido com uma frase afirmativa. Seja incisiva. 3- Separe os motivos de ‘ser querida’ e de ‘conseguir o que você deseja’, eles são mutuamente exclusivos. 4- Escolha o momento certo de pedir. A noção de oportunidade é tudo na vida, portanto, para seu bem, cultive a sua.

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