O termo entrevista significa um encontro entre duas ou mais pessoas em um local pré-determinado para tratar de um determinado assunto.
Na entrevista psicológica, se relaciona a um pedido de ajuda feito a um profissional (psicólogo), sendo que a pessoa o faz, por encontrar-se num momento em que seu bem-estar emocional está ameaçado. Ou , quando o pedido é feito por insistência de outra pessoa, ou por encaminhamento de terceiros (amigos, médicos, professores, etc.).
Um pedido de ajuda já sugere a diferença entre aquele que procura e aquele que é procurado (um tem dificuldades e não consegue resolvê-lo por si só e outro se dispõe a ajudá-lo).
A entrevista psicológica se constitui na relação estabelecida entre duas ou mais pessoas dentro de um marco referencial estabelecido, sem perder de vista que ela se caracteriza por ser uma relação basicamente humana.
O psicólogo deve ser como um dos elementos que influem no fenômeno que poderão emergir nesta situação, sua intervenção deve ser de tal forma que não os determine.
O psicólogo deve permitir que o campo da entrevista se configure essencialmente em função da estrutura psicológica particular do entrevistado, poderá obter conhecimento de alguns aspectos da personalidade do ultimo, dos motivos que o levaram a solicitar a entrevista. Seu relato possibilitam ao psicólogo entrar em contato com as angústias, ansiedades e defesas que vão sendo expressas na comunicação.
Supõem que a técnica utilizada na entrevista inicial seja da entrevista aberta e que todos os fenômenos observados na mesma (transferência , tipo de comunicação verbal e não verbal sejam levados em considerarão a fim de se obter uma compreensão da pessoa que solicita ajuda.
A importância de marco referencial na estruturação da entrevista
Na entrevista inicial é estabelecido o marco referencial, que implica em manter algumas variáveis:Implica reações e impactos emocionais. São eles que fornecem ao psicólogo um conhecimento intuitivo do paciente e lhe permitem aprofundar a investigação das entrevistas.
- Objetivos do trabalho;
- Papel do psicólogo;
- Lugar e horário da s entrevistas;
- Duração aproximada do trabalho;
- Honorários.
É importante que sejam mantidas as variáveis para o bom andamento do processo.
O “período de instruções” deve ser explicito. Adverte-se o paciente que ele poderá se expressar livremente e que intervenções serão feitas quando necessário.
A relação psicólogo-paciente na entrevista psicológica
As emoções do psicólogo se constituem em um dos instrumentos de trabalho, assim como o marco referencial e os recursos intelectuais.
Esses elementos permitem ao psicólogo observar, identificar e analisar os fenômenos que ocorrem em si mesmos no paciente.
A entrevista Inicial
- Tem como objetivo uma 1ª impressão sobre a pessoa, esclarecer os motivos da procura (queixa ) e fazer o contrato.
- O psicólogo não deve deixar que o imaginário se sobreponha ao real. (as idéias pré concebidas).
- No psicodiagnóstico infantil, os pais tem as expectativas de que o problema da criança seja solucionável, cabe ao psicólogo esclarecer sobre o objeto do trabalho que está sendo realizado.
- Saber quem encaminhou o paciente. Se a criança foi trazida na entrevista inicial deve-se restringir à queixa e ao contrato.
- Quando a entrevista inicial é realizada com a família, pode-se observar o relacionamento entre ambos.
- A entrevista aberta durante a entrevista inicial pode despertar maior ansiedade no paciente, pois este deve se estruturar frente a uma situação desconhecida.
As entrevistas subseqüentes
Objetivo: obter mais dados sobre a pessoa em questão, para conhecer sua história em maiores detalhes.As entrevistas devolutivas
Levantar a sua história vital, isto é sua história cronológica biopsicosocial e da família.
Deve-se Ter conhecimento teórico, capacidade de observação e instrumentação da contratransferência para lidar com a situação.
Durante a entrevista, desenvolver pensamento clínico, estabelecer conexões e aprofundar aspectos importantes.
A sistematização se dá de acordo com o caso em estudo. Processo realizado em instituições adquire características particulares.
É aquela na qual se transmite ao paciente e aos pais a compreensão obtida durante o processo de psicodiagnóstico.CONCLUSÃO
Em geral ela é realizada no final do psicodiagnóstico para fundamentar o entendimento acerca do paciente e fazer as indicações terapêuticas.
Inicia-se com os outros mais sadios do paciente, os menos comprometidos, por tanto menos mobilizadores de ansiedade.
A devolução refere-se as informações diagnósticas, à compreensão obtida e aos encaminhamentos necessários ; não inclui conselhos, mesmos quando solicitados, uma vez que estes, ao serem oferecidos, tendem a fazer evitar o uso do pensamento por parte daqueles que procuram atendimento.
Uma das maiores dificuldades do psicólogo em realizar as entrevistas devolutivas é justamente aquela relativa à comunicação dos resultados obtidos.
Outro aspecto fundamental da entrevista devolutiva é o direito que o paciente tem a ela, uma vez que procuram o profissional para que este os auxiliasse na compreensão e resolução de seus problemas.
Os principais perigos de uma relação de poder se introduzir numa entrevista devolutiva são:
a-o psicólogo obter gratificações substitutivas em manter o controle do paciente ;
b- o psicólogo menosprezar a capacitação mental do paciente e com isso provocar reações negativas neste ;
c- o psicólogo impedir um real contato, usando termos técnicos na comunicação ;
d- o paciente sentir-se inferiorizado ;
e- o paciente achar que o psicólogo esta absolutamente correto em suas “verdades”, sem questionar a respeito, etc .
O trabalho em diagnóstico psicológico exige mais que um preparo teórico pratico. Isto é requer não só constante aperfeiçoamento teórico é pratico mais também o desenvolvimento de sua vida emocional (atitudes reflexivas), só conseguidos através de analises pessoal e pratica clínica supervisionada.
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